A situação de estudantes da pós UFSC durante o isolamento social

01/04/2020 15:51

No dia 22 de março, a APG convidou as pós-graduandas e pós-graduandos da UFSC para responder um formulário online contando um pouco sobre como está sua situação durante a pandemia de COVID-19, o isolamento social e a precarização da vida através da falta de direitos sociais e de permanência. Agradecemos todas e todos que doaram um pouco do tempo para dividir com a gente suas informações e permitiram que seja possível construir a melhor forma de atuação da entidade a partir da realidade e demandas das estudantes. Faremos, aqui, uma breve apresentação de resultados, com imagens dos dados sistematizados (garantido o anonimato das fontes) também disponíveis em nossas redes.

Obtivemos até 30 de março 1521 respostas. Elas partem de estudantes da maioria dos programas da UFSC e de diferentes campi. A maioria das respostas que chegaram até nós eram de bolsistas (mestrado, doutorado ou pós-doutorado), mas também de trabalhadoras com carteira assinada, servidoras públicas, trabalhadoras informais e pessoas sem trabalho no momento.

Sobre o isolamento social: 66,2% estão em isolamento na Grande Florianópolis; enquanto 21,4% estão em isolamento em outras cidades de Santa Catarina; 10,8% estão isolados em outros Estados; e 1,6% não estão em isolamento. Apenas 16,3% fazem parte de algum grupo de risco, enquanto 22% estão em isolamento com alguém que faz parte de algum grupo; e outras 61,7% não fazem parte dos grupos de risco.

No que diz respeito ao fechamento do Restaurante Universitário (RU), que ocorreu em 17 de março devido a pandemia, dentre as estudantes que estão em isolamento em Florianópolis e sua área metropolitana: 49% responderam não sofrer prejuízo na alimentação com o fechamento do RU; 35,4% tiveram algum prejuízo, mas conseguem arcar com sua própria alimentação; e 15,6% respondem não conseguir arcar com as despesas de alimentação sem o RU.

Perguntamos, também, sobre o interesse em participar de algum tipo de espaço de conversa virtual com outras pós-graduandas da UFSC: 58,3% responderam que talvez; 23,4% responderam que não; e outros 18,3% (cerca de 250 pessoas), disseram que sim.

Por fim, destacamos neste relato as respostas sobre a vontade e disponibilidade para contribuir com iniciativas de ajuda mútua durante o período de isolamento: 935 pessoas possuem interesse em contribuir em ações virtuais; 197 afirmaram poder contribuir em ações presenciais; 66 com contribuições financeiras; e 455 pessoas afirmaram não possuir disponibilidade para contribuir nesse momento.

Após uma leitura inicial dos dados, a APG convida todas as quase mil pessoas que se prontificaram a contribuir com ações virtuais a se somarem aos chamados que a entidade fará nos próximos dias, bem como a estar presente nos espaços virtuais que estaremos providenciando para conversas e integração online. A ansiedade, que já adoece muitas e muitos estudantes, é ainda mais presente nesse momento. A última pergunta de nosso formulário, de livre resposta, era sobre como as estudantes estavam se sentindo ou sendo afetadas por este período de isolamento: em função das respostas abertas, uma apresentação objetiva das respostas fica complicada, entretanto, um número alarmante aponta estar passando por momentos extremamente difíceis em termos de saúde mental. Pois, além da pandemia, temos os cortes de bolsas e medidas políticas desencontradas das autoridades governamentais, que afligem ainda mais nossa categoria. Tentaremos enquanto gestão, criar espaços de conforto e encontro durante esse período de isolamento, na tentativa de oferecer a todas um ambiente, ainda que virtual, que possa trazer momentos de relaxamento e alegria. Assim como estaremos fazendo o possível para mobilizar nossas forças para frear os retrocessos e enfrentar a precarização da nossas vidas, lado a lado com espaços de luta e de ajuda mútua entre as nossas.

Nesse momento de isolamento social para evitar a dispersão de COVID-19, precisamos garantir alimento para todas as estudantes da pós e da graduação, tanto por meio de medidas emergenciais da UFSC de apoio às discentes, quanto por práticas de ajuda mútua entre nós estudantes e trabalhadoras. Para aquelas muitas que ainda disseram poder presencialmente ajudar em ações, há muito para ser feito em um momento em que não podemos vacilar. Chamamos todas para contribuir com a distribuição de alimento através da Frente Estudantil de Segurança Alimentícia (FESA), espaço que construímos junto com Centros Acadêmicos.

O fechamento do RU agrava um problema histórico de ausência de políticas de permanência para estudantes da pós-graduação na UFSC. Mesmo com um número grande de pós-graduandas e pós-graduandos sem prejuízo devido ao fechamento do RU ou, ainda que com prejuízos, consegue pagar sua alimentação, temos estudantes em posição de vulnerabilidade, sem perspectiva de conseguir se alimentar de forma adequada ou sem condições agora ou logo mais de arcar com esse custo adicional. Não há editais de auxílio alimentação para a pós-graduação, pois já não temos direito à isenção do RU; nem mesmo escapamos do preço de aluguéis abusivos, visto que a moradia estudantil e suas poucas vagas não atendem à pós-graduação. Estaremos, através da FESA, oferecendo auxílio em alimentos a essas estudantes. Recomendamos que todas as pós-graduandas e pós-graduandos sem condições de bancar sua comida nesse momento, entrem em contato conosco ou com a própria Frente.

Outros locais da cidade também precisam de apoio presencial, dentro de todos os cuidados de saúde que devemos ter nesse contexto. A população em situação de rua, grupo que precisa de apoio em meio a pandemia e garantia de local para isolamento, está sendo recebida na Passarela da Cidadania e precisa de voluntárias para acolhimento, alimentação, higiene e recebimento de doações. Para somar junto com a rede de apoio às pessoas em situação de rua, entre em contato aqui.

Para aquelas com condições de contribuir financeiramente, a FESA necessita de apoio para a compra de alimentos e é possível ajudar via transferência bancária, a conta pode ser acessada aqui. Há outras iniciativas de ajuda mútua na Grande Florianópolis recolhendo contribuições financeiras para garantir isolamento e condições dignas para populações em situação de maior vulnerabilidade. Ocupações urbanas, comunidades, quilombos e aldeias precisam ser rodeadas de solidariedade da maneira que pudermos, encontre mais informações no site da APG.

PARA PASSAR A PANDEMIA, ORGANIZAÇÃO E AJUDA MÚTUA!

Ações de saúde em tempos da pandemia

26/03/2020 17:44

A pandemia do novo coronavírus (COVID-19) precisa ser encarada de forma séria pela sociedade brasileira e por seus governantes para que seus impactos sobre a vida das pessoas sejam minimizados. Seus efeitos já são sentidos tanto na vida das pessoas quanto na economia, nos serviços e profissionais de saúde e, de modo geral, pelos trabalhadores. Essas condições são agravadas pela facilidade com que o vírus é transmitido e as dificuldades presentes no cuidado de pessoas com sintomas agudos.

Entendemos que saúde não significa apenas a ausência de doenças, mas a capacidade que temos individual e coletivamente de superarmos os desafios que a vida impõe. Essa capacidade não é fruto de méritos individuais, mas da forma como as sociedades se organizam para distribuir seus recursos, como água, comida, transporte, trabalho, acesso a serviços de saúde, a insumos de higiene, à informação, lazer, isolamento social e quarentena quando necessário, entre outros. Assim, a forma como esses recursos são distribuídos entre os diferentes grupos e classes sociais condiciona a saúde das pessoas e a capacidade que elas terão de enfrentar e sobreviver à pandemia.

Porque vivemos em um país onde persiste uma profunda desigualdade social, vemos agora as comunidades vulneráveis com menor poder econômico e com maior dificuldade de acesso a recursos básicos e de saúde sofrerem os efeitos mais intensos da passagem do COVID-19. Essa situação torna-se mais grave pelo subfinanciamento crônico do Sistema Único de Saúde (SUS), aprofundado pela Emenda Constitucional 95 que, desde 2016, impede a ampliação dos investimentos em políticas sociais e de saúde tão necessárias para este momento.Entendemos que no atual cenário de crise é preciso construirmos formas de manutenção da vida, ampliando as ações também no que tange às reivindicações políticas — como a criação de uma política de renda básica universal, a ampliação dos investimentos em Saúde Pública, Assistência Social e Educação Pública, além da imediata revogação da Emenda Constitucional 95 e a rejeição à Medida Provisória 927, que flexibiliza direitos trabalhistas e precariza ainda mais a vida de trabalhadoras e trabalhadores durante e depois da pandemia. Além disso, ainda é preciso ampliar a resposta técnica, aumentando a capacidade de reconhecimento e atendimento ao COVID-19, assim como das demais condições de saúde, pelo SUS. As repostas política e técnica são fundamentais para possibilitar as respostas sociais adequadas da população, como a manutenção dos estados de isolamento e quarentena, a menor circulação de pessoas pelas ruas, a diminuição do contato social, a realização de práticas individuais de higienização, o uso consciente de água, as compras solidárias, a não estocagem de recursos, as doações financeiras, de produtos de higiene e de alimentos, entre outras capazes de diminuir o impacto dos efeitos da pandemia sobre a população.

O Sistema Único de Saúde (SUS) e o direito à saúde como responsabilidade do Estado, conquistados pela luta política e consagrados na constituição de 1988, são ferramentas fundamentais no enfrentamento ao COVID-19. Precisamos fortalecer o SUS ampliando sua capacidade de atendimento frente a pandemia, com ampliação de leitos, equipes de saúde, compras de insumos e equipamentos. Os trabalhadores de saúde que encaram bravamente esse momento necessitam ter condições dignas sob as quais possam executar seus trabalhos, o que inclui acesso aos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), ampliação das equipes para garantir seu tempo de descanso, acesso à quarentena e a exames quando necessários, e, por último e fundamental, salários dignos e nenhum atraso nos pagamentos. O enfrentamento à pandemia deve passar pelo fortalecimento e ampliação de um SUS que seja público, de acesso universal, que promova justiça social e melhore as condições de saúde da população.

Por último, mas não menos importante, ressaltamos a necessidade de solidariedade entre as pessoas, pois aqueles que vivem em piores condições de saúde já estão precisando dos recursos básicos. Existem muitas formas para exercer a solidariedade. Informe-se sobre campanhas e formas de doação e aquisição de produtos de higiene e alimentos, não estoque recursos, evite o contato social, fique em isolamento (caso você tenha condições para isso), mantenha as práticas de higiene e assepsia sempre que possível, proteja as pessoas com mais de 60 anos e com condições prévias de saúde fazendo suas compras para que elas não precisem sair de casa, entre outras ações possíveis.

As marcas que serão deixadas pela pandemia do coronavírus em nossa sociedade dependem das lutas que travamos hoje por condições de vida e saúde mais justas para todas e todos!

Florianópolis, 26 de março de 2020
APG-UFSC, Gestão Assum Preto

Tags: covid-19covid19recomendações

Solidariedade social ativa e o coronavírus, por Virgínia Fontes

16/03/2020 15:23

Compartilhamos abaixo texto escrito dias atrás pela professora Virgínia Fontes, da UFF, por trazer posicionamentos que julgamos fundamentais no enfrentamento à pandemia de Covid-19.

Solidariedade social ativa e o coronavírus, por Virgínia Fontes

Essa é hora de solidariedade social ativa e não apenas de impacto, e menos ainda, de pânico. Precisamos ter claro que somente protegeremos nossas saúdes protegendo a saúde de todos, a começar pelos mais vulneráveis aos vírus (idosos e doenças pré-existentes), pela grande massa de trabalhadores da saúde que estarão a postos e mais expostos do que os demais, e pela imensa maioria da população de nossas cidades, cuja desigualdade social crescente os deixa sem recursos. Sabemos que temos uma chance de sairmos bem dessa epidemia pois ainda não conseguiram destruir o SUS, o que poderosos vêm tentando desde sua implantação na Constituição.

Solidariedade ativa é não perder o fio do pensamento:

– dinheiro público deve ir integralmente para saúde pública!

– a vida da população é mais importante do que os juros da dívida para milionários. Pelo fim da EC 95, que destina os recursos públicos para pagamento de juros de uma dívida que nem sequer sabemos em que foi gasta. O desbloqueio dessa Emenda Constitucional do “Fim do Mundo” deve assegurar recursos públicos para o setor público!

Solidariedade social ativa é exigir:

– que estejam recompostas as equipes de Agentes Comunitários de Saúde – desmanteladas por Crivella no Rio de Janeiro, e recebendo menos recursos do que deveria há anos, nesse país afora. São essas equipes as que trabalham em comunidades e favelas e contribuem para o monitoramento das famílias.

– que haja previsão desde já para garantir atenção especial para as famílias de baixa renda – em caso de isolamento doméstico, muitas precisarão receber alimentação e atenção psico-social.

Solidariedade social ativa é lembrar:

– a vida antes do lucro – paralisação de atividades não pode resultar em perda de salários. Essa é uma condição para enfrentar a pandemia em países desiguais como o Brasil, onde grande parte da população ganha durante o dia o que vai comer à noite. Apenas ínfima parcela da população tem reservas para enfrentar uma situação como essas e esses devem contribuir com os demais;

– o vírus mostra que todos os seres humanos são iguais e que a desigualdade resulta da organização da vida social. Nenhuma discriminação pode ser tolerada – contra alguns bairros, ou contra pobres, negros, mulheres, LGBTs!

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Tags: coronavíruscovid-19sus

RU no CCA é garantia de transtornos para quem depende do restaurante

28/01/2020 21:43

Entra ano, sai ano e o problema insiste em se repetir: ao final de dezembro, o Restaurante Universitário da UFSC, localizado no campus Trindade, é fechado pela Administração Central, divulga-se um informe sobre o deslocamento das refeições para o RU do Centro de Ciências Agrárias (CCA), localizado no Itacorubi, e o assunto se dá por resolvido. Por repetidos anos, a liberação de transporte para traslado das e dos estudantes da Trindade para o Itacorubi só é fornecida quando as entidades estudantis entram em contato com a Reitoria cobrando pelas óbvias condições de acesso. Neste ano, mesmo após terem sido requeridas maiores explicações, a Pró-Reitora de Assuntos Estudantis (PRAE) se limitou a informar via ofício que as decisões cabíveis estavam sendo tomadas e relatou problemas de ordem orçamentária. Entretanto, decorridas já algumas semanas, o transporte ainda não foi fornecido, tornando o RU/CCA inacessível para muitos estudantes e acarretando em enormes transtornos para quem precisa estar na Universidade durante o período de recesso acadêmico, especialmente pós-graduandas e pós-graduandos que necessitam manter seus experimentos em andamento e/ou em constante monitoramento.

Entendemos a situação calamitosa da Universidade, os ataques e os cortes orçamentários que vem sofrendo; assim como entendemos que os equipamentos do RU Trindade precisam ficar desativados temporariamente por necessidade de manutenção, e que o período de recesso talvez seja o momento menos conturbado do ano para a execução dessa função. No entanto, a Universidade falha em explicar com detalhes as razões para os longos períodos de suspensão do RU Trindade; falha em explicar por quais motivos essa manutenção não poderia acontecer parcialmente, em dois momentos do ano, exigindo um fechamento menos custoso à comunidade; falha em ser transparente e em fornecer uma informação completa e honesta a quem trabalha, estuda e depende do ambiente universitário para desenvolver aquilo que é do interesse da própria Universidade e de todas(os) nós: pesquisa de ponta e excelente produção científica. E falha nesse sentido porque só ficamos sabendo dos problemas orçamentários e de licitação porque entramos em contato solicitando maiores informações. Se não fossem cobrados por sua própria responsabilidade, a PRAE nada teria dito. Então perguntamos: cadê a comunicação da Administração Central com a comunidade acadêmica?

Em ofício de resposta, a PRAE informa que manteve o RU/CCA aberto durante o recesso principalmente para atender aos estudantes em vulnerabilidade socioeconômica. Mas uma resposta como essa não convence aqueles que, vulneráveis economicamente, sabem que se todas as condições de acesso não são garantidas, o serviço não consegue chegar às/aos estudantes que necessitam dele. “Realizar suas refeições sem nenhum prejuízo do benefício”, como traz o ofício que disponibilizamos abaixo, é exatamente o que não está acontecendo. Os/as estudantes estão lidando individualmente com uma necessidade que, posta como garantia pela legislação da Universidade, não sendo fornecida conjuntamente com todos os meios necessários para acesso, acusa a irresponsabilidade da UFSC com sua comunidade. O fechamento do RU Trindade e a recusa em fornecer transporte demonstra a total falta de respeito da Reitoria por aquilo que é um dos fatores mais importantes do indivíduo em processo de formação — uma alimentação digna. Sem uma alimentação apropriada é impossível dar conta das obrigações da graduação e da pós-graduação. Isso porque uma alimentação apropriada exige uma situação financeira que não é a mesma de grande parte dos/as estudantes da UFSC — a maioria vive sem bolsas de permanência, está comprometida com valores altíssimos em aluguéis para morar em uma das cidades com maior custo de vida do Brasil, sustenta-se sem ajuda familiar (não raro, nossas famílias sobrevivem com o valor de um salário mínimo) e, a muito custo, tenta concluir o ensino superior em um país desigual como este onde vivemos. São estas/es as/os estudantes que escapam ao olhar da Administração quando a Universidade não garante todas as condições de acesso ao Restaurante Universitário.

Ressaltamos o fato importante de que as bolsas de pós-graduação estão congeladas há 7 anos, valendo hoje cerca de 40% menos do que valiam no último reajuste devido a inflação do período. Sem direitos trabalhistas, sem seguridade social, sem vale-alimentação, sem vale-transporte, com cargas de trabalho frequentemente excessivas e pressões de todo tipo, a Universidade decide esquivar-se do fato de que seus jovens trabalhadores e trabalhadoras, os pesquisadores e as pesquisadores que fazem andar a pesquisa acadêmica no Brasil, encontram dificuldades inúmeras para manterem-se saudáveis e dispostos em suas carreiras acadêmicas, motivados a fazer progredir a pesquisa científica brasileira.

Respeitem nossa alimentação!
Valorizem nossa saúde!

Parecer da APG: Estágio de Pós-mestrado

02/11/2019 17:16

Na terça-feira, 29 de outubro, em sessão ordinária do Conselho Universitário, a APG teve uma vitória quanto a não aprovação do Estágio Pós-Mestrado. O parecer apresentado pela representação discente de nossa última gestão, “Pra não lutar só”, foi derrotado pelo voto de minerva do reitor Ubaldo, após empate entre os conselheiros, mas foi determinante para a aprovação do parecer anterior, também contrário ao projeto, mas que possibilita um teste-piloto dele, em caráter experimental.

Depois de espaços abertos para discutir com as pós-graduandas e pós-graduandos, assim como a discussão sobre a proposta em assembleias de base de alguns programas, a gestão construiu o parecer que pode ser lido aqui.

 

Tags: pós-mestrado

Estudantes, técnicos(as) e professores(as) acionam MPF contra a União por causa dos cortes orçamentários na Educação

29/09/2019 16:48

Considerando o bloqueio de verbas que a Universidade Federal de Santa Catariana tem sofrido, no dia 27 de setembro de 2019, estudantes, técnicas(os) e professoras(es) da UFSC apresentaram ao Ministério Público Federal uma Representação (documento jurídico de denúncia) demandando que ações sejam tomadas a fim de reverter os cortes de verbas e reestabelecer o orçamento da instituição.

Devido à falta do repasse da quantia aprovada em 2018 para seu funcionamento, a UFSC já cancelou eventos como a Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão (SEPEX), demitiu dezenas de funcionários terceirizados, cortou bolsas de estudo e agora tem dificuldade em manter o Restaurante Universitário em atividade.

Diante da decadência da universidade provocada pelas medidas do governo federal e do fantasma que ameaça a permanência das(os) estudantes, entidades das categorias docente, de técnicos administrativos e de estudantes de graduação e pós-graduação da UFSC assinaram a Representação para que se possa reverter o bloqueio financeiro e garantir acesso à educação pública, gratuita e de qualidade, que é um direito fundamental.

Mas agora nós precisamos da sua ajuda! Repasse esta notícia aos seus amigos! Afinal, a UFSC não é apenas a 12ª melhor universidade da América Latina, ela é a nossa universidade e não vamos deixá-la ruir.

Assista à reportagem e leia na íntegra a representação para o MPF.

 

Nota de apoio à Ocupação na UFFS

05/09/2019 12:57

A APG UFSC se solidariza às compas da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) que ocuparam os campi de Chapecó e de Cerro Largo no último dia 30. Essa ocupação é uma resposta a ingerência do governo federal por meio da nomeação de Marcelo Recktenvald, terceiro colocado na  eleição para reitoria realizada na instituição. Em uma instituição como a UFFS, resultado da luta dos movimentos sociais do campo pela interiorização do ensino superior público e de qualidade, esse ataque é inaceitável.

Enquanto APG UFSC, entendemos que a escolha do reitor deve se dar de forma democrática dentro da instituição, respeitando a autonomia universitária. Compreendemos que ainda há muito para caminhar no atual processo de escolha, visto que a participação discente não é paritária. Porém, a nomeação através de uma escolha direta da presidência é mais uma ação autoritária, que juntamente ao projeto Future-se e os cortes na educação, caracteriza o governo Bolsonaro na sua política antipovo.

Seguimos em luta na UFSC, no estado de Santa Catarina e junto aos movimentos nacionais, pela educação pública, de qualidade, gratuita e popular.

Força às companheiras e companheiros da UFFS, a luta urge!

APG UFSC – Gestão “Pra não lutar só”
2 de setembro de 2019

APG-UFSC, pra não lutar só!

22/08/2019 23:03

A gestão PRA NÃO LUTAR SÓ, da APG UFSC, se formou em outubro do ano passado pra enfrentar os ataques que vem sendo feitos contra a educação pública e gratuita. Esses ataques são tanto da administração da UFSC, que quis implementar cobrança de mensalidade na pós graduação lato sensu, que abandonou o Centro de Convivência, que vacila ao não se posicionar contra projetos de privatização da universidade (como o Fature-se) e os ataques são também do governo federal, que vem patrolando todos os direitos sociais, seja com a reforma da previdência, seja com cortes nas verbas da educação, cortes de bolsas do CNPQ, liberação de agrotóxicos e censura no INPE.
Esses são apenas alguns exemplos. E todo dia surgem ataques novos, pois isso faz parte de um projeto de precarização do trabalho e dos serviços públicos, respaldados por um aumento na repressão e na vigilância.
Mas se liguem: nós, estudantes-trabalhadores da UFSC, continuamos defendendo uma educação popular com democracia e ação direta. Entendendo que o momento exige solidariedade de classe para barrar os retrocessos e por isso dizemos novamente: a gente não tá só! Vem se organizar conosco, “pra não lutar só”! O limite a gente põe lutando!

Tags: APG-UFSCPós-graduação

8 de agosto, às 12h no Centro de Convivência: Assembleia da Pós-Graduação

07/08/2019 13:09

FUTURE-SE: SUCATEIA-SE, DESMONTA-SE, LUCRA-SE!

No último mês, o governo Bolsonaro lançou mais uma das suas investidas contra a universidade pública: o Future-se. Um programa cujo objetivo central é justamente privar a classe trabalhadora de um futuro na educação, colocando as universidades inteiramente a serviço do mercado e da burguesia. Esse projeto é mais uma parte da guerra de classes que está colocada contra o povo, onde o governo se mostra completamente submisso à classe dominante e aos interesses imperalistas.

Em um país marcado por estruturas de desigualdade, a universidade pública foi sucateada em um processo de destruição por governos que investiram, por todas as últimas décadas, a maior parte do dinheiro público nos grandes monopólios de educação e instituições privadas. No caso do Future-se, o nome bonito, a inspiração em modelos estrangeiros e a propaganda são mecanismos para esconder um projeto com fins privatistas, que visa transformar nossa educação e produção de conhecimento em lucro de curto prazo.

Com esse programa, a Pós-Graduação se defronta com um ataque direto à sua existência como conhecemos. Mais cortes de bolsas, pagamento de mensalidades e o desmonte do sistema público da pós no Brasil. Se hoje enfrentamos o sucateamento das nossas condições de pesquisa, o Future-se ampliará o problema, condicionando (ainda mais) nossas pesquisas a interesses privados e limitando (ainda mais!) o acesso à pós-graduação.

O Future-se é a cara do governo Bolsonaro. O Future-se é a Reforma Universitária, que assim como a Reforma da Previdência e a Reforma Tributária que já está a caminho, vem para aprofundar a miséria e a super-exploração da classe trabalhadora. É momento de avançar em radicalidade e luta contra o inimigo, que não hesita em destruir nossas possibilidades de futuro para lucrar com elas. É apenas com a luta junto a toda a classe trabalhadora, da qual nós, estudantes, também somos parte, que temos a chance de construir uma saída real para esse caos. Construir o enfrentamento a esses ataques e, também, um horizonte comum de educação pública e popular, a universidade necessária com a cara e os anseios de nosso povo.

Só a luta muda a vida!

Assim a APG convida todos os pós-graduandos e pós-graduandas para a ASSEMBLEIA DA PÓS-GRADUAÇÃO

Dia: 08/08
Horário: 12h
Local: Hall do Centro de Convivência

O Restaurante Universitário na UFSC não deveria estar com os dias contados!

12/07/2019 17:34

Há anos que o restaurante universitário vem sendo sucateado assim como toda a Universidade Pública. Esse processo ao qual o RU está exposto faz parte de um projeto de sucatear para privatizar que hoje vigora nos planos federais. Nesse processo, se desconsidera a importância do restaurante universitário para a permanência estudantil e para a vida dos estudantes no todo, dentro da universidade. O abandono do restaurante universitário é expressão de uma universidade que está sob risco de destruição e desmantelamento.

Embora tenha muitos problemas, o RU ainda é responsável por servir próximo de 10 mil refeições por dia, garantindo a alimentação principalmente daqueles que não podem pagar por alimentos adquiridos em outros locais, sejam restaurantes ou mesmo mercados e feiras.

A pós-graduação também precisa do Restaurante Universitário. Embora seja paga uma bolsa, o valor desse pagamento não é reajustado há 6 anos e está longe de ser suficiente para garantir a subsistência de estudantes em uma capital. Pós-graduandos passam seus dias inteiros dedicados as atividades de sua pesquisa, não tendo tempo para trabalhar externamente, e precisam se virar em uma das cidades mais caras do país, com esse valor completamente defasado e incondizente com a formação desses profissionais.

Ainda pior é a situação das pessoas de baixa renda, que já sofrem com a falta das políticas de permanência, e que sem o RU irão, literalmente, passar fome.

A reitoria da UFSC não parece estar muito preocupada com isso, pois permanece inerte perante os cortes de verbas e ataques a universidade pública! Recentemente foi afirmado, pelo chefe de gabinete da reitoria, que a universidade não dispensa, com a continuidade dos cortes, restringir o acesso ao RU, diminuindo o número de refeições servidas. Os primeiros afetados seriam os servidores da universidade, mas também menciona restrições a parcela de estudantes, os quais possivelmente seriam os estudantes de pós, pois julga-se que a bolsa paga seria suficiente para garantir a alimentação, o que está longe de ser a realidade.

Não bastando essa conivência com os cortes de verbas, a diretoria do RU postou ontem uma nota vergonhosa, pedindo que as pessoas evitem de comer no RU nas férias, para que ele possa continuar funcionando no próximo semestre. No caso da pós-graduação, férias não existem, e a maioria dos alunos e alunas estão aqui durante o mês inteiro de Julho, precisando almoçar e jantar para se manterem aptos a realizar suas atividades. Além disso, o pedido apela para uma culpabilização daqueles que forem comer como se estes viessem a ser responsáveis pelo possível não funcionamento do RU nesse segundo semestre.

É inaceitável que a reitoria trate a alimentação como algo dispensável, e permaneça imóvel perante os cortes de verbas que colocam em risco o funcionamento da universidade e a permanência dos estudantes que dependem do RU para terem o que comer.

A Associação de Pós-Graduandos da UFSC, comprometida contra os cortes na educação e os planos de privatização da Universidade Pública, denuncia os cortes no acesso ao Restaurante Universitário e se solidariza com os demais campi que estarão sem seu funcionamento durante essas férias de julho. A alimentação não é algo que pode ser rifada a bel prazer da burocracia, e embora seja prática comum em uma sociedade capitalista manter as pessoas na fome para lucrar com essa miséria, é justamente contra esse processo de empobrecimento que os cortes e reformas impostas nos trazem e que agora nos afetam na pele com as ameaças contra o restaurante universitário, que nos posicionamos contra e na resistência necessária. Rechaçamos o silêncio da direção central da universidade e exigimos respostas em relação a essa ameaça a permanência dos estudantes.

POR UMA UNIVERSIDADE 100% PÚBLICA E POPULAR!