Nota de Repúdio à Reitoria da UEL

14/10/2009 11:22

Nós, pós-graduandos da UFSC, reunidos em Assembléia ocorrida em primeiro de outubro de 2009 encaminhamos nota de repúdio a Reitoria da UEL (Universidade Estadual de Londrina), pela truculência e arbitrariedades cometidas na condução dos problemas referentes a carência de moradia estudantil. Diante do desrespeito aos direitos dos estudantes e violência adotada pela reitoria para resolução do problema, nos posicionamos ao lado dos estudantes da UEL na luta por acesso e permanência na universidade e em defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade.

Associação de Pós-Graduandos (APG/UFSC) – 1 de Outubro de 2009

Artigo: A Política do Reuni na Pós-Graduação

06/10/2009 11:24

Após um ano de adesão da UFSC ao Programa de Apóio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) avaliamos a implementação desta política no âmbito da UFSC. Cabe, em primeiro lugar, ressaltar que o impacto de tal medida afeta trabalhadores e estudantes no conjunto da pós-graduação a graduação. Na pós-graduação destacamos as bolsas REUNI como um dado importante na consolidação dessa política. Oferecidas a partir de 2008/01 na UFSC (80 bolsas – 50 mestrado / 30 doutorado), as referidas bolsas foram implementadas, porém sem a definição clara de seu caráter, ou seja, não foram delimitadas as atividades possíveis de serem desenvolvidas pelos estudantes bolsistas REUNI, ficando, inicialmente, a cargo dos Programas, orientadores e bolsistas elaborarem as atividades com base naquelas desenvolvidas por outros bolsistas (CAPES/CNPQ). Em 2009, mais 140 bolsas REUNI foram concedidas (80 mestrado/ 60 doutorado) e neste ano, através do Comitê de Bolsas Reuni – UFSC indica-se medidas para a concretização das transformações advindas do Plano através destas bolsas.

Tendo como base o documento “Orientações Gerais Para a Implementação das Bolsas REUNI de Assistência ao Ensino” o Comitê indica que os estudantes bolsistas REUNI desenvolvam atividades em três modalidades:

A – apoio a graduação nas matérias prioritárias (Matemática, Física, Química, Bioquímica, Letras/Português, Letras/Inglês e Computação), bem como, apoio as licenciaturas;

B – apoio semelhante aos vigentes para bolsas CAPES e CNPq no qual os estudantes da pós-graduação podem ser responsáveis por ministrar 20% das aulas; e

C – apoio as disciplinas básicas nos campi de Joinvile, Araranguá e Curitibanos.

Tais orientações permitem levantar alguns elementos relacionados ao caráter da política do REUNI na Universidade. As bolsas tem interesse claro e estão vinculadas as metas do Plano de elevação da taxa de conclusão média dos cursos de graduação presenciais para noventa por cento e da relação de alunos de graduação em cursos presenciais por professor para 18, ao final de cinco anos. Portanto, através das bolsas REUNI articula-se alcançar essas metas por intermédio dos bolsistas da pós-graduação. Uma das principais diretrizes do documento é a “articulação da graduação com a pós graduação” que se relaciona a substituição dos professores concursados pelos estudantes de pós-graduação nas atividades da graduação. O que não está dito é que esta iniciativa está diretamente ligada a política imposta a partir do Plano  Nacional de Educação que estipula como objetivos e metas “prover até o final da década, a oferta de educação superior para pelo menos, 30% da faixa etária de 18 a 24 anos”. Porém esta tentativa não está associada à qualidade do ensino ancorada no tripé ensino, pesquisa e extensão, mas na massificação do acesso à educação superior sem condições adequadas para seu desenvolvimento e permanência.

Portanto, a bolsa REUNI é de fato uma bolsa de trabalho oferecida aos estudantes que não tem acesso a bolsas de estudo e que diante da necessidade de sobrevivência ficam sem outra opção, a exemplo, temos em 2008 entre 7.247 estudantes da pós-graduação da UFSC, apenas 680 (11%) com bolsa de estudo (PRPG, 2008).

Entendemos a necessidade das bolsas para todos os estudantes, no entanto, não podemos deixar de discutir o caráter do oferecimento das bolsas REUNI. É preciso ter claro os enfrentamentos políticos a serem travados como a realidade posta para que possamos enfrentar o processo de precarização da educação superior e propor uma formação vinculada à educação de qualidade.