Estudantes de pós-graduação da UFSC: NÃO aos cortes, à cobrança de mensalidades e à reforma da previdência! Em bloco no dia 30, construir a greve geral do dia 14!

25/05/2019 22:44

Estudantes de pós-graduação da UFSC reuniram-se em Assembleia Geral no dia 23 de maio de 2019, às 12h, no hall do Centro de Convivência (confira a ata aqui). A assembleia foi mais uma das atividades de mobilização convocadas pela Associação de Pós-graduandos da UFSC (APG-UFSC) em razão dos cortes anunciados no MEC. Os cortes em questão inviabilizam o segundo semestre da UFSC e de praticamente todas as universidades e institutos federais do país.

É importante ressaltar que os cortes afetam também a educação básica e a Capes, onde estão os recursos para o pagamento da maioria das bolsas de pós-graduação. Portanto, não só a universidade pode ficar literalmente sem energia elétrica como também podemos ficar sem a remuneração que permite nosso sustento.

O 15 de maio foi a primeira grande reação popular à medida, e esta última assembleia serviu para refletir melhor sobre o momento político e construir o dia 30 de maio, em que mais atos estão sendo chamados por estudantes e trabalhadores da educação. Entende-se que estes atos servem também para a construção do dia 14 de junho, em que ocorrerá uma paralisação nacional contra a Reforma da Previdência – dessa vez contando com a participação de todas as categorias de trabalhadores.

Os principais encaminhamentos da assembleia foram:

  • Paralisação das atividades da pós-graduação no dia 30/05.
  • Estudantes da pós-graduação da UFSC se posicionam contra quaisquer contingenciamentos, cortes ou bloqueios na educação.
  • Estudantes da pós-graduação da UFSC se posicionam a favor da reforma do Centro de Convivência.
  • Estudantes da pós-graduação da UFSC se posicionam contra qualquer tipo de cobrança de mensalidades na universidade, incluindo cursos de pós-graduação lato sensu.
  • Estudantes da pós-graduação da UFSC se posicionam a favor do reajuste das bolsas de pós-graduação, considerando 38% de defasagem em 6 anos.
  • Estudantes da pós-graduação da UFSC se posicionam contra a Reforma da Previdência que está em discussão no Congresso.
  • Estudantes da pós-graduação da UFSC aderem à greve geral do dia 14 de junho.
  • Manutenção do bloco da pós-graduação no ato do dia 30 e produzir um estandarte alto para a identificação do bloco.
  • Estudantes da pós-graduação da UFSC sugerem para a Assembleia de Estudantes da Graduação (28/05, às 12h) fazer o trajeto do dia 30 da UFSC até o centro pelo bairro Serrinha.

Para os próximos dias:

  • A próxima reunião ordinária da APG-UFSC será no dia 27/05, às 12h, na Sede da APG; lá discutiremos melhor a operacionalização das tarefas para seguir na luta. Compareça, as reuniões são abertas para quem está disposto a contribuir e construir a entidade! Há muito que fazer nas lutas da nossa categoria, agora e daqui em diante. Venha, pra não lutar só!
  • A APG-UFSC realiza sua Aula Magna para 2019 agora, no olho do furacão. Com o título “Reforma da Previdência e pós-graduação: quando VOCÊ vai se aposentar?“, convidamos Maurício Mulinari, do DIEESE, e Edivane de Jesus, egressa do PPGSS UFSC, para falar com pós-graduandos e pós-graduandas sobre a realidade da reforma da previdência para nós e para o resto dos/as trabalhadores/as. Compareça, informe-se – é o seu futuro que está em jogo!
  • Nos dias 28 e 29 estaremos no Centro de Convivência confeccionando cartazes para o ato do dia 30; haverá material disponível. Venha e chame seus colegas!

Nota de solidariedade e repúdio

24/05/2019 17:30

Na tarde de 22/05, em audiência pública na comissão de educação, o presidente da UBES, Pedro Gorki, e a presidenta da UNE, Marianna Dias, foram agredidos pela polícia legislativa da Câmara dos Deputados, instigados por deputados do PSL. A APG-UFSC manifesta solidariedade aos colegas do movimento estudantil e repudia esta agressão, manifestação brutal da violência econômica que universidades e institutos federais vivem neste momento no país.

Não se deixe confundir: cortes na educação estão mantidos!

24/05/2019 15:30

Na noite do dia 22/05 circulou pelos meios de comunicação a informação de que R$ 1,587 bilhão de reais haviam sido retirados de fundos de reserva governamentais para recompor o orçamento do Ministério da Educação.

A APG-UFSC vem ressaltar que isto NÃO É VERDADE. Ficou mais nítido agora que esses recursos foram utilizados para evitar um corte AINDA MAIOR (que elevaria o bloqueio atual, de R$ 5,8 bilhões, para mais de R$ 7 bi). Em outras palavras, o dinheiro a mais para a educação foi utilizado para evitar que tivéssemos ainda mais recursos bloqueados – o bloqueio com o qual estamos preocupados permanece, assim como a nossa luta contra ele.

Discurso completo da APG-UFSC no seminário com parlamentares catarinenses sobre a situação dos cortes nas instituições federais de ensino superior

23/05/2019 09:00

Cumprimentamos a todas e todos aqui presentes,

A Associação de Pós-Graduandos da UFSC, no ano de comemorações dos 50 anos de pós-graduação nesta Universidade, vem marcar posição em defesa da Universidade pública, gratuita, de qualidade e popular em nosso país. Ela está sob ataque de um projeto neoliberal, neocolonial, anticientífico, racista, misógino, lgbtqfóbico representado pelo governo de Jair Bolsonaro.

Os ataques à universidade pública vêm na forma de um contingenciamento de recursos (ou cortes, como afirmado pelo próprio presidente), que ameaça o funcionamento das universidades, da suspensão de bolsas de graduação e pós-graduação, de um decreto para nomeação de reitores biônicos, de insultos e de menosprezo às humanidades e às ciências humanas, e da tentativa ilegal de monitoramento de estudantes e funcionários públicos. Nós, da APG-UFSC, afirmamos nosso total repúdio a essas medidas.

Os protestos que inundaram as ruas no dia 15, junto às mobilizações indígenas do Acampamento Terra Livre em abril, são apenas o começo das respostas aos retrocessos, que incluem a Reforma da Previdência, a Emenda Constitucional 95 e a Reforma Trabalhista.

A chamada “crise na educação” que o governo divulga é uma fabricação de ineptos e mentirosos. As universidades públicas produzem a esmagadora maioria da pesquisa científica no país, tanto de base como aplicada. As ciências humanas são parte fundamental disso, e contribuem para o desenvolvimento de um povo inteligente, que exige a efetivação de seus direitos, que não se deixa enganar, e que não se dobra a quem quer lhes dominar.

É inaceitável que as instituições federais de ensino sejam tratadas da forma como estão sendo. A interrupção de suas atividades pode significar não só a destruição de pesquisas de longo prazo e a interrupção fatal de atividades de mestrado e doutorado, como também mexe profundamente com trajetórias de vida. Pós-graduandos e pós-graduandas, trabalhadores e trabalhadoras braçais da ciência brasileira, vivem sem direitos trabalhistas e sem direitos previdenciários garantidos, muitas vezes longe de redes de proteção familiar com quem poderiam contar caso não contem com uma bolsa por seis anos sem reajuste. O corte no orçamento da Capes põe em risco agora o pagamento dessas bolsas, mas desde o início do ano a CNPq, que já cancelou todos os seus investimentos em pesquisa, avisa que não terá mais dinheiro para pagar bolsas de pós-graduação após agosto. Que uma presidência anti-intelectual não tenha feito nada sobre isso até hoje não surpreende, mas que o congresso nacional, em especial a Câmara dos Deputados, que ostenta o cognome de “casa do povo”, cruze os braços diante da matéria é um escândalo ainda maior.

Além disso, vale lembrar que a mera ameaça de cortes que estamos sofrendo já abala nossa posição nas redes científicas mundo afora. Qual universidade, qual professor ou professora, qual instituição, qual governo estrangeiro vai querer firmar parcerias com universidades brasileiras, sabendo que podemos não ter sequer energia elétrica para funcionar até o final do ano? Há um estrago que em certo sentido já foi feito tanto em nossa imagem para o mundo, quanto na nossa autoimagem. Os reflexos são óbvios em nossa saúde mental, já que temos que aguentar as angústias sobre nosso futuro diante de um Estado que não dá a mínima para a ciência no Brasil e que, pelo contrário, direciona suas ações em políticas públicas para o desmonte da educação. As crianças e os adolescentes de hoje já estão entendendo que a carreira científica não é para eles. Pesquisadoras e pesquisadores, que hoje na pós-graduação seguram no braço a ciência brasileira, veem-se diante de um governo determinado a minar suas condições de subsistência. Essa é a mensagem que o Brasil transmite às futuras gerações com os desmandos do poder executivo e com a inércia do poder legislativo. Esse não é só um projeto de desmonte do sistema federal de ensino. Não é só um ataque ao pensamento crítico brasileiro. Não é só o estabelecimento de uma falsa democracia à moda militar. O projeto levado a efeito por este governo é, acima de tudo, um projeto de futuro no qual não há lugar para um país soberano, no qual devemos retornar a uma exploração colonial do povo e das riquezas do Brasil.

Este povo, inclusive, está cada vez mais aqui dentro das universidades públicas! Ao contrário da cantilena que fala em cobrança de mensalidades, o perfil discente nas universidades públicas mudou muito nos últimos anos, e é composto hoje em sua maioria pelas classes C, D e E, com crescente inclusão da população negra e indígena. Universidades também fazem girar a economia em seu entorno de maneira decisiva, em muitas cidades sendo indispensáveis para seu funcionamento básico, com hospitais universitários, por exemplo, garantindo atendimento para toda a população, e com projetos de extensão de extrema importância. O bloqueio de recursos prejudica também trabalhadores e trabalhadoras terceirizados, que já vivem uma sobrecarga de trabalho precarizado.

O que queremos? Não só que os contingenciamentos sejam desfeitos imediatamente, e que os compromissos da Capes e do CNPq sejam honrados, pois isto é o mínimo da racionalidade esperada de um país sério. Queremos nossa dignidade e nosso trabalho devidamente reconhecidos. O orgulho de quem se desdobra para trabalhar pelo futuro da nação está sendo atacado por um presidente que nos chama de imbecis, idiotas, quando ele, incapaz de fazer jus à dignidade do cargo que ocupa, envergonha o povo brasileiro com sua incompetência, despreparo e, batendo continência para a bandeira dos Estados Unidos, com sua subserviência ridícula diante de interesses que não são os nossos. Nós queremos respeito, e respeito se conquista na luta.

Por isso, nós vamos lutar por uma universidade que acolha cada vez mais a diversidade do povo, incluindo a classe trabalhadora pobre, a população negra, os povos indígenas, quilombolas, a população LGBTQ+ e as pessoas com deficiência. Nós vamos lutar por uma universidade de ponta, de excelência, que aborde em todas as áreas questões candentes para o desenvolvimento do país, e isso inclui as pautas feministas e o debate crítico sobre a colonialidade cultural e econômica do Brasil; por uma Universidade autônoma, que não fique refém de perseguições políticas. Nós vamos lutar pela qualidade de vida dos pesquisadores e das pesquisadoras do país, por seus direitos trabalhistas e previdenciários, pelo reajuste regular e justo das bolsas de pós-graduação, por melhoria nas condições de pesquisa, pela democracia universitária. Nós vamos lutar pelo fim da EC-95, pela revogação da reforma trabalhista, pelo enterro dessa reforma previdenciária absurda.

Recentemente recebemos a notícia de que o Tribunal de Contas da União solicitou que fossem investigados desvios de recursos da UFSC. Isso dois dias após as manifestações do dia 15 de maio, que levaram milhões de pessoas para as ruas de todo o país e que contou com aquela que talvez tenha sido a maior mobilização já realizada em nossa Universidade. Muito embora a investigação ainda esteja em curso, e nós da UFSC sabemos muito bem o que acusações infundadas, usadas como munição por setores perversos e vendidos da mídia, podem fazer com as pessoas, é preciso lembrar que as áreas investigadas são a Educação à Distância, as Fundações de Apoio e a locação de serviços de transporte, meios já bem conhecidos de terceirização da educação e das funções essenciais da Universidade. É sintomático que essa investigação recaia justamente sobre um conjunto de medidas neoliberais, que não se convertem em melhor uso do dinheiro público com vistas à educação e ciência de qualidade, mas sim à precarização e privatização das instituições que, além de tudo, ainda são um prato cheio para o desvio de recursos.

Como resolver essas questões? Como parlamentares catarinenses podem atuar em defesa da educação e da ciência? Há várias medidas. A curto prazo, a aprovação da PLP 8/2019 já seria um bom começo. Mas é preciso ir além, como dissemos, pois há outras questões a serem resolvidas. E se a resolução destas questões exige recursos, então é preciso ter a coragem de ir bater à porta dos verdadeiros privilegiados desta nação, que não pagam o que devem, tanto por serem devedores quanto por sequer terem suas fortunas devidamente taxadas, além, é claro, dos grupos econômicos financeiros internacionais que encontram na miséria do nosso povo motivo para lucro.

As manifestações do dia 15 de maio foram impressionantes, mas foram só o começo. Se os ataques às atividades que garantem o futuro do país e as ameaças ao nosso sustento continuarem, podem ter certeza, não teremos outra escolha a não ser continuar a dialogar e mobilizar a população para o combate. Simplesmente porque não teremos outra saída, não teremos outra escolha, pois não sabemos fazer outra coisa a não ser lutar pelo futuro do país. Já fizemos essa escolha quando, mesmo com todas as adversidades, escolhemos seguir na academia, no laboratório, nas salas de aula. Pós-graduandos e pós-graduandas, hoje, dizem a quem quer que lhes pergunte que essa vida não vale a pena. Por que é que insistimos nela, então? Ora, por amor. Pelo sonho do que a gente pode fazer pelo mundo, pelo país, pelo povo, com a educação e com a ciência. E quem sabe o que é amar e o que é sonhar sabe que a luta de quem ama e de quem sonha é a coisa mais forte que existe no mundo.

Então, senhoras e senhores parlamentares, nós iremos até o fim. Dia 14 de junho trabalhadoras e trabalhadores de todo o país se unirão a nós contra a reforma da previdência, e depois vamos fazer isso de novo, e de novo, e de novo, quantas vezes for necessário, enquanto ainda houver sangue suficiente em nossas veias para amar e para sonhar. Com a nossa luta vamos passar por cima de quem não respeita a educação e a ciência no Brasil. Nós vamos fazer isso porque o povo está do nosso lado, como ficou bem claro por todos os lugares por onde passamos nessa cidade no dia 15, e ele vai continuar a se somar a nós cada vez mais, e ele vai prestar atenção em quem está do nosso lado e quem não está.

Vocês vão ter que escolher de que lado estão: do nosso lado, junto com o povo, ou contra todas e todos nós.

O texto foi produzido sem um aviso prévio quanto ao tempo de fala disponível. Nesse sentido, o discurso de fato proferido no evento foi editado para brevidade. Segue:

Publicada a quinta edição do Notícias da educação na UFSC e no Brasil!

22/05/2019 20:03

A APG-UFSC, gestão “Pra não lutar só”, elegeu como uma de suas prioridades desse ano os debates e as lutas do campo da educação. Por isso, queremos ampliar o quanto possível o conhecimento das/os pós-graduandas/os acerca do que está ocorrendo nos níveis local, estadual e federal – coisas que nos atingem diretamente, por estarmos na pós-graduação, ou indiretamente, por querermos uma educação de qualidade e que tome por referência os interesses da classe trabalhadora!

Nesta quinta edição, leia sobre os atos do dia 15 de maio na UFSC e no Brasil. Clique aqui para ler o boletim informativo.

Assembleia Geral da UFSC do dia 15 de maio de 2019: o discurso de abertura da Comissão Unificada e o discurso da APG-UFSC.

21/05/2019 08:00

Discurso de abertura, construído pela Comissão Unificada

Bom dia a todos e todas!

Hoje, dia 15 de maio, é um dia histórico na luta pela educação. Paralisamos nossas atividades e reunimos aqui toda a comunidade universitária: estudantes, professores e servidores técnicos!

Durante as últimas semanas, vivemos um período de grande agitação entre as categorias. Foram dias de grandes mobilizações e inúmeras assembleias acontecendo na UFSC e por todo país. São mais de 40 cursos de graduação que tiraram paralisação no dia de hoje em suas assembleias de base, além de milhares de estudantes reunidos deliberando a paralisação de sua categoria, tanto na graduação como na pós graduação. Que seja dito: se os ataques são muitos, também é grande nossa resistência! Seguimos a luta das ocupações de 2016, que também de forma unificada construímos uma mobilização para responder a altura das investidas na época; em 2017, junto com as trabalhadoras e trabalhadores construímos greves e ações na rua que foram capazes de barrar a reforma da previdência de Michel Temer. Agora é hora de endurecer essa luta! É preciso defender a educação pública e a universidade com todo o povo.

Essas medidas têm continuidade no que foi feito em governos anteriores, mas se articulam num projeto político ideológico de extrema-direita junto a um avanço da implementação de um projeto neoliberal. Assim, junto com os cortes na educação, estão as medidas de ataque a nossa condição de vida. A reforma da previdência, que coloca todos e todas nós na iminência de trabalhar até morrer, é a grande pauta do governo Bolsonaro e sua aprovação é fundamental para a continuidade desse mandato. Importante ressaltar que o governo tem dito com todas as letras e sem nenhuma vergonha o “bloqueio” no orçamento das universidades pode ser revertido em troca do roubo de nossa aposentadoria, em um sistema que no Chile leva muitos ao suicídio. É preciso barrar nas ruas, através de luta e organização, a precarização da universidade pública e a reforma da previdência! Assim, a greve da educação no dia de hoje é o início da construção do 14 de Junho, da greve geral contra a Reforma da Previdência e contra a precarização da vida da classe trabalhadora!

Assim, nesse clima de que há muita luta a ser construída dentro e fora da UFSC, iniciamos nossa assembleia unificada.

A assembleia da comunidade universitária é uma tradição de luta de nossa comunidade que foi retomada em 2015, também em uma luta contra cortes no orçamento da educação. Naquele momento, havia 17 anos que não nos encontrávamos todas as categorias e segmentos em assembleia. Este é um espaço fundamentalmente democrático, para a comunidade debater suas posições de conjunto. Um ponto para que possamos encontrar as convergências em nossas mobilizações.

Para isso ela tampouco se sobrepõe ao modo de organização de cada categoria e segmento. Por isso só aprovamos encaminhamentos por aclamação. E é importantíssimo que cada categoria e segmento, em suas assembleias, prepare-se para este espaço e que os encaminhamentos aqui retirados possam ser apresentados e discutidos nas assembleias.

Teremos nesse primeiro momento, uma fala de cada categoria – estudantes de graduação e pós graduação, professores e servidores técnicos. Seguimos para um bloco de dez falas de três minutos, para que ao final delas possamos aclamar os encaminhamentos da comunidade universitária.

Lembramos que essa é apenas mais uma atividade que compõe o dia de hoje e que ao final dessa assembleia, seguimos em marcha até o centro da cidade, nos unido com as companheiras e companheiros da UDESC em frente a EEB Simão Hess, bem como do IFSC.

Discurso da APG-UFSC

Na última quinta-feira, dia 09 de maio, a pós-graduação teve uma assembleia histórica, quando mais de 400 pós graduandas e pós graduandos votaram pela paralisação das atividades no dia de hoje e pela construção de um dia de luta em favor da universidade pública e contra os cortes arbitrários na educação.

Além dessa assembleia, muitos programas de pós realizaram assembleias com sua base, construindo ações coletivas em um ambiente de pesquisa viciado no trabalho individual. Para além do corte de verbas da universidade, enfrentamos um corte em milhares de bolsas de mestrado e doutorado de forma abrupta em todo o país, na UFSC foram 71. Pontuamos que os programas com nota máxima na capes, 6 ou 7, tiveram suas bolsas devolvidas, o que só demonstra o caráter produtivista e meritocrático do governo Bolsonaro. É um jogo perverso com o povo e com sua produção de conhecimento! A isso se soma que metade de nossa categoria nem sequer possui bolsa e o acesso à políticas de permanência é inexistente para a pós graduação, realidade que salta ainda mais aos olhos agora em que começamos a ver concretizada a luta pelas ações afirmativas no ingresso, ainda sem a garantia de permanência para as estudantes pobres, negras, quilombolas, indígenas, pessoas com deficiência ou pessoas trans. E mesmo para as bolsistas, a vida segue precarizada: não há reajuste no valor das bolsas desde 2013 – ou seja, compomos um categoria de trabalhadoras e trabalhadores sem direitos garantidos. Se faz necessário, portanto, que nos reconheçamos e sejamos reconhecidos como classe trabalhadora, principalmente na construção da luta por direitos.

Direitos esses cada vez mais escassos em todas as categorias com o avanço do projeto ultraliberal, onde a precarização dos serviços públicos a serviço do povo é lei. Assim, entendemos que nossa luta pela universidade pública se soma a luta contra a precarização da vida de toda a classe trabalhadora, que sofre os efeitos de uma reforma trabalhista e do teto de gastos, sendo a reforma da previdência o próximo passo em um processo político que favorece uma minoria enriquecida às custas do povo, lucrando sobre a miséria das trabalhadoras.

Nesse momento, para reverter os cortes e barrar as reformas, precisamos de luta e organização de nossa categoria, em unidade com as demais estudantes da universidade, professoras e servidoras técnicas. Sem esquecer das trabalhadoras terceirizadas que também fazem a UFSC acontecer e serão as mais prejudicadas com os cortes. Juntamos força também com as outras categorias que compõe a sociedade para enfrentar nas ruas o governo Bolsonaro.

É preciso construir, do dia de hoje até a greve geral do dia 14 de junho, ações combativas e desde a base, lado a lado engrossando o caldo da luta social. Chamamos todas as pós graduandas e os pós graduandos para somar nas demais atividades de hoje e também se fazer presente na nossa assembleia de amanhã, 12h, no hall do centro de convivência.

É pra não lutar só! É parar agora pra não parar pra sempre!

Nota de agradecimento

19/05/2019 01:51

As estudantes de pós-graduação da UFSC agradecem a solidariedade das demais categorias que fizeram com que a manifestação do dia 15 de maio de 2019 fosse uma das maiores da história de Florianópolis. Nós que saímos em marcha da UFSC fomos ganhando mais e mais força à medida que íamos encontrando no trajeto com os demais blocos, tanto dos CAs da UFSC, do DCE, os grupos Docentes em Movimento e Técnicos/as em Movimento, colegas da UDESC e secundaristas do Simão Hess, bem como de outras escolas e, evidentemente, o pessoal do IFSC que nos esperava com comida 🙂

Um grande abraço também à comissão unificada que pensou e construiu o ato!

Agradecemos em especial as pessoas da Ocupação Marielle Franco, que vêm resistindo bravamente ao terrorismo de Estado e que foram impedidas de falar por membros da atual gestão da UNE, UCE e UCES, quando o ato estava em frente à ALESC. Lamentamos muito que certas organizações não tenham o respeito e a solidariedade necessários para realizar uma luta tão grande quanto é a luta de classes.

E nós vamos continuar!

Ou seja, nos vemos em breve!

UFSC recebe parlamentares para discutir bloqueios orçamentários

17/05/2019 17:00

Na segunda-feira, dia 20/05, às 8:30, a UFSC receberá parlamentares para discutir os bloqueios orçamentários que ameaçam a educação e a ciência brasileiras. Estejamos presentes para cobrar uma solução!

Atualmente, tramita na Câmara em regime de urgência o PLP 8/2019, de autoria de Maria do Rosário (PT-RS). O projeto determina que os recursos federais destinados para as universidades e os institutos federais não sejam objeto de limitação de empenho e movimentação financeira.

Além disso, aguardam julgamento no STF um mandado de segurança (Rede), uma ação de impetração (PDT) e uma arguição de descumprimento de princípio fundamental básico (PSB, PCdoB, PV).

APG-UFSC chama novo ato em defesa da ciência e educação no dia 30 de maio!

17/05/2019 15:00

Em Assembleia Geral realizada por cerca de 120 pessoas no dia 16 de maio de 2019, ao meio dia, no hall do Centro de Convivência, estudantes de pós-graduação decidem dar continuidade aos atos históricos do dia 15 de maio aderindo a novo ato proposto por entidades estudantis nacionais para o dia 30 de maio. Confira aqui a ata da assembleia.

As/os estudantes também decidiram por dar continuidade à iniciativa “UFSC na Praça” e organizar a produção de mais cartazes e panfletos, conectando a pauta da defesa da educação à reforma da previdência com um recorte racial. Foi ressaltada a importância de organização em assembleias nos programas, para organizar de baixo para cima a atuação nas manifestações. Para decidir sobre paralisação das atividades no dia 30, foi chamada uma nova assembleia no dia 23 de maio, às 12 horas, no centro de convivência.

Convidamos a todas e todos também para se somar à construção da APG na reunião ordinária da entidade, no dia 20 de maio, às 12 horas!

Encaminhamentos da Assembleia Estudantil de 09/05; nova Assembleia para o dia 16/05

10/05/2019 13:50
A gestão “Pra não lutar só”, da Associação de Pós-Graduandos (APG) da UFSC, informa que ontem (09/05) realizou-se no Centro de Convivência da UFSC, às 12h, a Assembleia Estudantil da Pós-Graduação. As pautas principais foram a paralisação pela educação pública para o dia 15/05 e a mobilização da pós-graduação da UFSC em relação aos cortes em investimento na educação pública brasileira.
 
Compareceram à Assembleia 378 estudantes de pós-graduação, número histórico para nossa categoria, que votaram favoravelmente pela paralisação e mobilização para o dia 15/05.
 
A partir disso, deram-se os seguintes encaminhamentos:
  • Os estudantes e as estudantes de pós-graduação da UFSC paralisarão no dia 15 de maio;
  • Dia 13 de maio haverá reunião ordinária e aberta da APG, preparatória para o dia 15, às 17h30min, na sede da APG, no Centro de Convivência;
  • Os Representantes Discentes dos PPGs ficaram responsáveis por chamar assembleias discentes nos programas, para podermos, pós-graduandos e pós-graduandas, somar com mais força ao dia 15/05. Lembramos contudo que, conforme nossa assembleia, a categoria de estudantes da pós-graduação da UFSC já decidiu por paralisar no dia 15 de maio;
  • Entendeu-se como importante que os e as estudantes de pós-graduação se somem aos Grupos de Trabalho que se mobilizam para o dia 15, são eles GT1) UFSC na Praça (que se organiza para, na manhã do dia 15, levar pesquisas e a importância das universidades para as ruas, terminais, praças); GT2) Panfletagem, criação de cartazes e conscientização. Para participar, envie e-mail para apgufsc@gmail.com ou nos envie inbox nas redes sociais;
  • No dia 16/05 faremos novamente uma assembleia estudantil da pós-graduação, às 12h, no Centro de Convivência. Nessa, discutiremos, entre outras coisas, a continuidade de nossa mobilização e a greve geral do dia 14 de junho.
Além disso, a agenda para o dia 15/05, a partir dos encaminhamentos, é a seguinte:
  • 07h: concentração na frente da reitoria para a chamada da comunidade UFSC para aderir à paralisação (conscientização e panfletagem);
  • 09h30min: concentração na frente da reitoria para a chamada da comunidade UFSC para aderirem à paralisação (conscientização e panfletagem);
  • 12h: Assembleia geral da UFSC de todas as categorias, docentes, discentes e técnicos em frente à reitoria. A partir disso, haverá marcha até o centro para o grande ato, com início da concentração às 15h/16h. Ao longo do percurso encontraremos com as mobilizações de outras instituições, IFSC e UDESC.
Pra não lutar só, junte-se a nós!