Sobre o retorno às atividades por via remota na pós-graduação da UFSC

26/06/2020 13:58

A pandemia de Covid-19 levou a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) a corretamente interromper muitas de suas atividades presenciais. Embora as atividades produzidas dentro da UFSC não se reduzam às aulas, sabemos da importância institucional que elas possuem: tratam-se de eventos diários e diuturnos, que, ao caracterizar os papeis de discente e docente, definem as relações acadêmicas e estruturam o calendário da instituição. Não por acaso, as aulas constituem a principal atividade de referência das pessoas quando pensam sobre o que as Universidades fazem.

O debate acerca do retorno remoto às atividades na UFSC – principalmente no que diz respeito às aulas – é bastante complexo. Apesar disso, as discussões sobre ele vêm sendo perpassadas por dificuldades outras, que só fazem ampliar o problema. A exemplo disso, temos visto na mídia corporativa uma série de reportagens que mentem sobre o que vem sendo feito (ou não feito) na UFSC [1], e, por parte da Administração Central, a realização de uma pesquisa tardia sobre o perfil da comunidade acadêmica e suas dinâmicas – mesmo com cobranças internas para que uma reunião do Conselho Universitário fosse chamado, ainda no início de Abril, a fim de iniciar uma análise sobre o tema e quais alternativas estavam no horizonte da UFSC em 2020 –, o que agora ficou piorado pela postura antidemocrática e anticientífica que torna-se flagrante na pressa atropelada com que o tema tem sido tratado nas últimas semanas nas mais diversas instâncias deliberativas [2][3]. No meio desse turbilhão, a gestão “Assum Preto” da Associação de Pós-Graduandos da UFSC (APG-UFSC) tem defendido pensar com cautela o retorno de atividades presenciais, bem como suas alternativas, a fim de que não tomemos parte em respostas que aprofundem as desigualdades e desrespeitem os direitos de discentes que estão agora em um delicado quadro sanitário e social [3].

Por isso, após reflexão pautada em nosso Programa de gestão [4] e no debate público (online) promovido no dia 23/06 com toda a categoria [5], vimos defender expressamente que a UFSC não adote o ensino remoto na pós-graduação enquanto mera “substituição online” das aulas. Entendemos que isso traria uma série de consequências negativas, e que devemos construir outra atuação perante o quadro pandêmico, repensando a função que a Universidade Pública precisa cumprir nesse momento.

1. AS CONSEQUÊNCIAS DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Mesmo que as desigualdades brasileiras não sejam produto direto da pandemia, elas se tornam mais evidentes e são ainda mais aprofundadas frente à conjuntura pandêmica (e às respectivas políticas de governo e Estado) [6]. Quanto à educação, são inúmeros os desafios para converter o ensino presencial em atividades virtuais. Nos últimos meses, pudemos verificar esses desafios não só na educação básica [7][8], inclusive em Santa Catarina [9], mas também no ensino superior [10]. As condições de moradia, alimentação, ambiente adequado para trabalho e estudo, cuidados de si e da família, saúde física e mental, entre outras, são questões indissociáveis dos marcadores de raça, gênero e classe que impactam diretamente a produção científica [11]. Para a pós-graduação, em particular, a pressão pela produtividade é ainda mais exacerbada, aliando as pesquisas (muitas delas em continuidade mesmo neste cenário) ao cumprimento de créditos em aulas.

Para avaliar as particularidades do cenário e as dinâmicas da comunidade acadêmica, a UFSC realizou recente pesquisa institucional (online) que, elaborada com muitos tensionamentos no âmbito do Comitê de Combate à Covid-19, mostrou-se incapaz de diagnosticar a real situação estudantil – em particular por uma questão própria de metodologia, já que a pesquisa pretendia, entre outras coisas, identificar a possibilidade de acesso dos estudantes às tecnologias da informação, mas foi estranha e unicamente proposta a partir do uso dessas tecnologias. O erro metodológico é grosseiro, afinal, quem não possui internet ou computador sequer poderia ter acessado e respondido ao formulário. Em parte como uma consequência disso, observamos uma taxa de respondentes ainda muito aquém do universo de discentes da universidade [12]. Os dados daqueles que efetivamente responderam estão servindo, por outro lado, para forjar uma falsa sensação de que o ensino remoto servirá bem à comunidade acadêmica – a chamada “ideologia da certeza matemática”. Um recorte bem produzido dos dados esconde o desconforto do desconhecido: o que podemos concluir acerca daqueles que não responderam o questionário?

Os dados ainda constituem uma espécie de alvo em movimento: com o avanço da pandemia pelas cidades de Santa Catarina, eles poderão ser bem diferentes se o formulário for refeito, digamos, em dois ou três meses. Considerado o cenário de desigualdade e a miríade de novas demandas colocadas no contexto da pandemia, certas situações são dificilmente contornáveis. Há computadores o suficiente para emprestar a quem não os tenha? Espaços seguros para abrigar quem não possui locais de estudo (e transporte seguro até eles)? Como serão atendidas as pessoas que precisam de frequentes cuidados por parte de discentes? E o que faremos com discentes que precisam de atenção – com discentes em luto? 59 anos após sua fundação, a UFSC ainda possui menos de duas centenas de vagas na moradia estudantil para dezenas de milhares de estudantes, nenhuma delas para a pós-graduação [13]. Quem colocaria a mão no fogo para dizer que esses recursos serão mesmo empregados na resolução desses problemas?

Para além das condições de acesso, há um outro debate fundamental que vem sendo deixado de lado: o que representa o ensino remoto? Parte da comunidade acadêmica tem delegado a terceiros a tarefa de pensar a Universidade e a sala de aula, seu papel e funções, esquecendo-se que é esse o nosso papel primordial. Ao tratarmos de educação à distância – ou suas variações terminológicas adaptadas ao período, como “ensino remoto emergencial” e “aulas remotas”, que, na prática, formalismo jurídico à parte, significam a mesma coisa –, precisamos responder à pergunta sobre o que representa o ensino remoto e como ele se relaciona, bem ou mal, com a educação que queremos.

Na crise econômica que assola o Brasil e se liga à ofensiva de grupos que colocam em curso a contrarreforma da Universidade Pública, o ensino remoto representa uma cartada decisiva dessa contrarreforma. Retornar às aulas para cumprir burocraticamente as disciplinas do currículo significaria tão somente seguir os costumeiros trâmites do processo formativo para, diplomados, cairmos na fila do desemprego e da informalidade [14][15]. Nesse sentido, o retorno via ensino remoto não somente é injustificado no argumento de que “precisamos do diploma para conseguirmos emprego”, como só faz esconder a séria precarização da educação a partir da contrarreforma supracitada. Na prática, o ensino remoto, mesmo temporário, (i) impede a sociabilidade necessária para o debate de ideias e interdisciplinariedade entre as áreas, (ii) individualiza a formação, (iii) contribui com a transformação da “sala de aula” em um espaço de injeção conteudista e tecnicista, e (iv) enfraquece a necessária mobilização estudantil que pensa e respira a Universidade e o país.

Não podemos tampouco deixar de apontar a relação entre o ensino remoto e os interesses privados que conflitam com um ideal público de educação. Incidem aqui várias ameaças em potencial: tanto a insinuação do grupo GAFAM (Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft) sobre o processo de educação [16], constituindo um ambiente de “educação vigiada” [17], quanto a apropriação deste momento para “ensaiar” com as instituições públicas uma lógica de ensino remoto que depois poderá ser mantida – já que, ao custo de qualidade, o preço nominal desses sistemas é menor que o dos presenciais, mas ainda suficiente para transferir fundos públicos para entidades privadas, sejam elas nacionais ou internacionais. Por tudo isso, é preciso vermos o avanço dessas iniciativas, onde quer que se originem, com preocupação. A própria questão do pagamento de um “auxílio internet” para discentes – necessário, mas vendido como panaceia – vê-se envolta em interesses das empresas provedoras.

Relacionado a isso, na rede privada, vimos recentemente professores sendo demitidos em massa [18], algumas vezes para serem substituídos por “robôs” [19]. Sabendo que a política do atual governo – casada com o papel do Estado burguês que trabalha para a classe dominante – não envolve o aumento do investimento público na educação, tal como também não está preocupada com a manutenção das condições de vida da classe trabalhadora e da juventude. Assim, como garantir que a estruturação feita para este momento excepcional não será mantida depois? Se considerarmos a disposição geral das instituições para “passar a boiada” nos mais diversos âmbitos país afora, sabemos que confiar na “excepcionalidade” seria no mínimo ingênuo [20].

Mesmo assim, com grupos que consideram todos esses dados e aqueles que os ignoram completamente em prol de interesses particulares, temos visto a Universidade sofrer inúmeras pressões para o retorno às aulas. Com o tempo passando, alguns estudantes cedem ao cansaço e desejam uma resolução rápida – qualquer que ela seja –, mas há muitos outros, inclusive presentes no espaço aberto chamado pela APG [5], que manifestaram sincera preocupação com os rumos da educação pública e do ensino superior no Brasil. Todas as dificuldades apresentadas por essas e esses estudantes não podem ser de modo nenhum entendidas como “problemas” ou “empecilhos” para o “novo normal”, afinal, a Universidade não pode se comportar como uma mera prestadora de serviços que, no meio da crise sanitária e econômica, precisa obliterar a si própria e à sua força racional e científica para dar conta de uma mera exigência do governo, exigência essa que não se funda nas reais necessidades do país para este momento. Pelo contrário, desloca-se profundamente dessas necessidades, já que, ao voltar remotamente às atividades visando o mero cumprimento dos currículos, a universidade continuará produzindo mão-de-obra (cada vez menos) qualificada, contribuindo exclusivamente com o aumento do excedente dessa mão-de-obra no mercado de trabalho e abrindo mão de colocar o corpo acadêmico a pensar as saídas para o problema econômico e social que enfrentamos no país.

2. QUE UNIVERSIDADE QUEREMOS E O QUE FAZER?

Repensar a educação e o ensino neste momento significa repensar o papel da Universidade frente à crise. Em meio aos interesses individuais de estudantes que gostariam de dar continuidade aos seus estudos, não podemos deixar de lado que há também um interesse social difuso em garantir que essa formação se dê com qualidade e que seja pensada com ligação consequente às demandas da sociedade. Ainda assim, não se trata de uma dicotomia entre interromper as atividades – grande parte das quais, vale lembrar, não está realmente interrompida – ou retomá-las virtualmente. Trata-se de repensar os modelos tradicionais, exigindo que os planos resultantes não sejam uma reprodução da velha exclusão e alienação de sempre. Como veremos, grande parte das dificuldades são consequências de uma “burocracia normal” que restringe a ferro e fogo nossa atuação em tempos excepcionais. Portanto, é preciso muita mobilização para que este espírito burocrático, notoriamente inflexível, ceda e se transforme não em um “novo normal”, mas em um novo possível que não se absolva da conjuntura nacional e do papel social da Universidade Pública.

A universidade que queremos visa uma educação universal, integral, que promova a igualdade e a mudança social. Como podemos comprovar a partir da leitura das propostas apresentadas pelo Comitê de Combate à Covid-19 – que estão baseadas na análise incompleta e enviesada feita por meio de questionário institucional (online) –, nada do que defendemos para a educação está contemplado pelas propostas de implementação do ensino remoto emergencial apresentadas até então. O que elas fazem em geral é apenas transpor a ideia de aula presencial para o âmbito virtual que, por meio da inclusão de tecnologias, visam tão somente “salvar” o semestre letivo. Vemos nessas propostas uma preocupação em retomar uma “normalidade” que contemplará aquelas pessoas que, a despeito de tudo, já estão em boas condições. Em contrapartida, embora haja grupos que ignoram esse fato, muitas outras serão prejudicadas.

As questões acima nos movem a rechaçar a substituição das aulas presenciais por aulas remotas. O que incentivamos para este momento é que sejam pensadas as possibilidades de atuação da UFSC enquanto instituição pública de ensino. Sendo o que é, seu primeiro passo é pensar nas consequências de decisões da instituição no que tange às condições concretas de vida de um grande contingente de pessoas – no qual estão inclusos não somente discentes, mas técnicos-administrativos, docentes e a própria comunidade externa.

Dessa forma, se o cancelamento do semestre poderia trazer diversas consequências indesejadas – o que a UFSC alega, ainda sem ter apresentado fontes, é que declarar a não ocorrência do semestre poderia justificar a suspensão de pagamentos de bolsas, por exemplo – como poderíamos retornar às atividades sem ao mesmo tempo promovermos uma formação excludente, alienante e deslocada das necessidades atuais e urgentes não somente das pessoas mas também do país? Como resposta alternativa, não basta indicarmos que o ensino remoto será “opcional” – afinal, o critério facultativo por si só não diz outra coisa senão que prossigam aqueles que já estão em boas condições, enquanto sugere aos demais, aqueles e aquelas em más condições, que sejam empurrados para o trancamento do curso. Além disso, não havendo quaisquer medidas contundentes que garantam àqueles que optem por não participar remotamente das atividades que não serão prejudicados por essa decisão, estamos – e é preciso que isso fique nítido – seguindo no caminho de aprofundamento das desigualdades ou, no mínimo, forçando à adesão remota por livre e espontânea pressão.

Não ignoramos que uma das principais preocupações é o cumprimento de créditos. Nesse sentido, qualificações e defesas já receberam autorização para que aconteçam de forma remota [21], sendo consideradas as principais exigências burocráticas e gerais dos contratos que assinamos com as agências de fomento à pesquisa (CAPES/CNPq/FAPESC). Por duas delas, diga-se, CAPES e CNPq, foram considerados os efeitos do período pandêmico na produção acadêmica e, com base nisso, ficou possibilitado, a critério dos PPGs, a prorrogação de bolsas por um curto período de tempo – o que vergonhosamente ainda não foi concedido pela FAPESC [22]. Essa prorrogação, no entanto, não foi acompanhada pela ampliação das cotas de bolsas dos Programas, por vezes dificultando a concessão da prorrogação [23]. Relacionado às exigências internas dos diferentes Programas de Pós-Graduação para conceder aos pós-graduandos a defesa de suas dissertações/teses, encontramos então o cumprimento de determinados créditos. Assim, o que aconteceria com quem precisa de créditos para se formar, mas, não conseguindo cumpri-los agora, fosse impedido de fazê-lo antes que a bolsa acabe? Na consideração dessa questão, é importante mencionar que a defesa de dissertação/tese não é o momento máximo da formação, embora seja um importante momento final. Pelo contrário, a defesa é o ritual de conclusão de um percurso formativo, e o mais fundamental é o processo desse percurso, afinal, é nele que se encontra não apenas as salas de aula, mas também os grupos de pesquisa e laboratórios, a participação nos colegiados, na APG, nos encontros com outros pesquisadores e pesquisadoras de diferentes áreas. Tudo isso nos foi retirado a partir do isolamento.

É importante dimensionar que a questão do cumprimento de créditos está indissociada da pressão por produtividade e obtenção de nota mínima para a manutenção e renovação de bolsas, além da própria aprovação nas disciplinas. Diante das inúmeras dificuldades já encontradas pela instituição, docentes e discentes nas possíveis aulas e atividades online, como garantir que os critérios avaliativos nas disciplinas levem em consideração a difícil realidade enfrentada por pós-graduandos e pós-graduandas neste contexto pandêmico? Haverá um calendário flexível para a entrega de trabalhos que torne possível a todos o cumprimento das atividades? Antes de deixar essas questões para serem pensadas ou resolvidas em cada PPG, é essencial ter garantias institucionais de que ninguém deixará de ter sua bolsa renovada, tampouco perderá vaga no Programa do qual faz parte, por conta unicamente de notas/conceitos. Nada sobre essa situação foi tratado até o momento pela PROPG.

Por outro lado, o que aconteceria se as pessoas impedidas de seguirem com o ensino remoto precisassem trancar o curso? As bolsas recebidas até então teriam de ser devolvidas? Não vemos qualquer esforço institucional (da UFSC, MEC e agências de fomento) no sentido de garantir a possibilidade de retorno aos alunos em trancamento neste contexto e, ao mesmo tempo, manutenção das bolsas recebidas e implantação de cotas futuras. De igual forma, uma leva de trancamentos traria sérias implicações aos PPGs, evidenciando-se a imprescindibilidade desse debate.

Não podemos ignorar, da mesma forma, a demanda daqueles que têm outras pressões para continuar o semestre com o cumprimento de créditos – especialmente levantada por discentes que estão em situação de afastamento do trabalho ou por aspirações profissionais. De fato, o receio da perda da licença para formação e a necessidade de concluir a pós-graduação são elementos importantes, mas não podem atropelar a discussão sobre o ensino que está sendo preconizado nem excluir ainda mais discentes que não têm condições de realizar o ensino remoto. Para estes discentes que entendam ser necessária, neste momento, a conclusão de créditos, é possível pensar em alternativas, inclusive com a validação de créditos relacionados à participação em grupos de pesquisas (muitos atualmente a pleno vapor) e com a curricularização de créditos relacionados à pesquisa e à extensão voltados para a solução interdisciplinar dos problemas sociais, educacionais, econômicos e sanitários do país – entre outras alternativas, que superam o mero retorno para uma alienante integralização de créditos.

Como Associação de Pós-Graduandos e Pós-Graduandas, criada como instrumento de luta da categoria e sempre em defesa da educação pública, de qualidade e para todos, entendemos que não discutir e defender amplamente qual tipo de retorno às atividades queremos e incentivamos na pós-graduação – embora por vias remotas – é imediatamente reconhecer que nossas disciplinas, independente de como sejam dadas, precisam ser dadas porque são simples burocracias que necessitam ser cumpridas de alguma maneira. Se esse for o caso, então nossos currículos são absolutamente engessados, imóveis mesmo diante da situação conjuntural do país e incapazes de serem reflexivos e atentos à sociedade. Para justificar a implementação do ensino remoto, muitos exigem que a universidade “inove”. Há, no entanto, muitos tipos de inovação – nem todos desejáveis. Também queremos que a Universidade mude e se adapte, mas de modo a reafirmar seu compromisso transformador, inclusivo e democrático.

Considerando isso, se vemos nas mídias que o Brasil só está piorando em relação ao controle do alastramento da pandemia, às taxas crescentes de desemprego e da informalidade, à intensa proletarização e precarização da vida dos estudantes e dos trabalhadores, nós não poderíamos fechar os olhos e dizer: “retornemos às aulas!”. Nesse momento, reconhecemos que discutir o retorno às aulas é impossível sem discutirmos o papel da Universidade Pública.

Referências:

[1] https://apg.ufsc.br/2020/06/08/nsc-e-noticias-do-dia-promovem-uma-campanha-de-difamacao-contra-a-ufsc/
[2] https://apg.ufsc.br/2020/05/27/cpg-se-aproveita-da-pandemia-para-passar-a-boiada-do-ead/
[3] https://apg.ufsc.br/2020/05/29/sobre-as-demandas-da-pos-graduacao-no-contexto-da-pandemia/
[4] https://apg.ufsc.br/files/2020/02/Elei%C3%A7%C3%B5es-APG_UFSC-2019-2020_-Programa-de-Chapa-1.pdf
[5] https://apg.ufsc.br/2020/06/25/apg-debate-ensino-remoto-com-pos-graduandos/
[6] https://www.clacso.org/a-pandemia-expoe-de-forma-escancarada-a-desigualdade-social/
[7] https://portal.fiocruz.br/noticia/redes-municipais-de-educacao-diante-da-pandemia
[8] https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2020/06/08/professores-apontam-problemas-ortograficos-plagios-e-conteudos-errados-no-material-didatico-oferecido-pelo-governo-de-mg.ghtml
[9] https://ufscaesquerda.com/debate-aberto-24h-em-sc-professores-do-ensino-basico-enfrentam-sobrecarga-com-o-ensino-remoto/
[10] https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2020/03/60-universidades-federais-rejeitam-ensino-a-distancia-durante-quarentena.shtml
[11] https://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,producao-cientifica-de-mulheres-despenca-em-meio-a-pandemia-de-coronavirus,70003306675
[12] De acordo com os dados levantados pelo comitê científico, obteve-se cerca de 23 mil respostas à consulta virtual, o que representa cerca de 50% dos estudantes matriculados na UFSC. No caso da pós-graduação especificamente, 42% das/os pós-graduandas/os não responderam ao questionário (https://coronavirus.paginas.ufsc.br/files/2020/06/15_06_20_DIAGNOSTICO_INSTITUCIONAL_1.pdf)
[13] Resolução 06/CUn/2003, que aprova o regimento interno da Moradia Estudantil da Universidade Federal de Santa Catarina.
[14] https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/conjuntura/191212_cc_45_mercado_de_trabalho.pdf
[15] https://www.cartacapital.com.br/sociedade/jovens-saidos-da-universidade-tem-empregos-precarios-e-empobrecem-mais-que-a-media/?fbclid=IwAR2QSghtaoEJLXjhVUwGqZCt_t6DdfQF8A8rBf9z8SP9J9z2LWY-knfIBds
[16] http://revista.ibict.br/liinc/article/view/4730
[17] https://educacaovigiada.org.br/
[18] https://isnportal.com.br/editorias/economia/2020/06/24/professores-acharam-que-pop-up-de-demissao-da-uninove-era-erro-do-sistema/
[19] https://apublica.org/2020/05/apos-uso-de-robos-laureate-agora-demite-professores-de-ead/
[20] https://brasil.elpais.com/brasil/2020-05-22/salles-ve-oportunidade-com-coronavirus-para-passar-de-boiada-desregulacao-da-protecao-ao-meio-ambiente.html
[21] https://novaprpg.paginas.ufsc.br/files/2016/07/Portaria_Normativa_N.%C2%BA_2.2020.PROPG_-_Defesas_em_regime_de_excepcionalidade_do_COVID-19_assinado.pdf
[22] https://apg.ufsc.br/2020/05/25/apg-ufsc-defende-a-prorrogacao-de-prazos-de-qualificacoesdefesas-e-periodos-de-vigencia-das-bolsas-de-pos-graduacao/
[23] https://ppgsp.posgrad.ufsc.br/2020/05/12/ata-da-comissao-de-bolsas-prorrogacao-bolsas-capesds-pandemia-convid-19/

APG debate ensino remoto com pós-graduandos

25/06/2020 21:27

No último dia 23 de junho, a Associação de Pós-Graduandos da UFSC proporcionou um espaço aberto com toda a categoria para discutirmos juntos os rumos da pós-graduação na pandemia e a questão do ensino remoto na UFSC. O objetivo foi possibilitar o diálogo entre pós-graduandos através de um canal direto que permitisse à APG repassar a situação dos espaços institucionais deliberativos sobre o tema e, além disso, ouvir as contribuições e acúmulos de discussões dos pós-graduandos em seus Programas de Pós-Graduação.

O espaço foi dividido em quatro momentos: (a) repasse da APG acerca dos debates que ocorreram na Câmara de Pós-Graduação (CPG), no Conselho Universitário e nas comissões do Comitê de Combate à COVID-19; (b) apresentação de uma análise da APG acerca dos dados apresentados no Diagnóstico Institucional da UFSC; (c) repasse dos Representantes Discentes acerca dos debates promovidos em seus respectivos PPGs; e, por fim, (d) debate sobre o tema aberto a todos.

A necessidade e a importância de termos convocado um espaço como o que agora relatamos se apresentam evidentes ao verificarmos o número de participantes: a sala online de 75 lugares lotou nos primeiros minutos, demandando a transmissão ao vivo do debate, com média de aproximadamente 91 acessos simultâneos. No total, houve mais de 800 acessos!

As manifestações dos estudantes, parte mais importante desse espaço, tornaram claras algumas das aflições e preocupações que atingem os pós-graduandos. Além de posicionamentos que cobraram uma relação mais próxima entre a APG e a Representação Discente, bem como uma maior realização de amplos debates sobre temas essenciais da Universidade, a maior preocupação foi com o retorno às aulas por vias remotas durante a pandemia.

Por um lado, uma parcela dos pós-graduandos manifestou grande interesse pelo retorno remoto das aulas. As razões que fundamentam esse interesse são principalmente a pressão dos prazos acadêmicos, a ausência de garantias de prorrogação das bolsas – que há tempos assumem o caráter de salário para os pós-graduandos – pelo tempo necessário e a ausência de perspectivas de retorno das aulas presenciais em meio à pandemia, o que gera nos estudantes a sensação de tempo perdido. Há um atraso na conquista do diploma, o qual para uma parcela dos estudantes poderia contribuir na aquisição de um emprego e na garantia mínima de ascensão social, num mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Nos cursos com maiores demandas de atividades laboratoriais e de campo, esta dificuldade se acentua, havendo inclusive relatos de discentes que persistem em suas atividades presenciais na UFSC mesmo quando estas não são consideradas essenciais e/ou de combate à pandemia (o que contraria as portarias publicadas pela reitoria), em parte pressionados pelos fatores supracitados, em parte pela pressão de seus orientadores.

Muitas estudantes, por outro lado, trouxeram a grande preocupação com a forma de ensino que será efetivada (mesmo que temporariamente) a partir do retorno por vias remotas. Nesse sentido, as manifestações se preocupavam principalmente com as condições de acesso, já que muitos discentes, e até mesmo docentes, não possuem equipamentos tecnológicos e internet; algumas possuem acesso com condição precária, não havendo até o momento quaisquer garantias concretas de que estas condições serão remediadas pela universidade. Em casos em que as estudantes têm acesso a uma boa conexão de rede, nem sempre há um local adequado em casa para estudos, visto que nem todas as pós-graduandas e pós-graduandos possuem espaço particular e ergonômico, o que também afeta o rendimento nas aulas e a saúde mental dessa parcela da categoria. Analisar a partir desses argumentos é olhar também como o ensino remoto reforça a exclusão dos grupos tradicionalmente marginalizados na sociedade, pobres, negras, indígenas, quilombolas e pessoas trans, uma atenção fundamental e que foi muito destacada durante a reunião. Ainda há pós-graduandas e pós-graduandos com excessiva carga de trabalhos domésticos nesse momento de pandemia e acabariam sendo extremamente prejudicadas pelo retorno via ensino remoto, como mães e pais que nesse momento seguem com os filhos em casa; trabalhadoras e trabalhadores com atividade remota, como professoras da rede pública; e pessoas cuidando de familiares que fazem parte de grupos de risco ou mesmo que contraíram COVID-19.”

A peculiaridade do ensino remoto também preocupa pelo empobrecimento da interação nos espaços de debate e da sociabilidade necessária ao processo de ensino-aprendizagem. Para além destas questões, preocupam também os impactos de médio e longo prazo, dada a abertura de precedente para implantação do ensino remoto no pós-pandemia, acentuada pela crise orçamentária da universidade e pela crise política do país, o que pode reforçar a mercantilização e a privatização da educação pública.

As ações da UFSC na pandemia, incluindo o ensino remoto, continuarão sendo debatidas pela comunidade universitária. Nesta sexta-feira (26), haverá reunião do Conselho Universitário para apreciação do relatório e das propostas do Comitê de Combate à Covid-19 [1], na qual a APG estará participando com seus representantes.

Assim, com o intuito de aumentar a participação dos estudantes da pós-graduação da UFSC nesse debate, a APG os convida a participar da próxima reunião da gestão, que é aberta e ocorrerá na próxima terça-feira, dia 30/06, às 09:30h, por meio digital. Pedimos que os interessados entrem em contato pelo e-mail <apgufsc@gmail.com> para repassarmos o link da reunião.

Gestão Assum Preto

[1] https://noticias.ufsc.br/2020/06/conselho-universitario-debate-relatorio-final-do-comite-de-combate-a-covid-19-nesta-sexta-26/

Tags: covidcovid-19debateEADensino remotogestãopandemia

Boletim: Notícias da educação (ano 2, núm. 10)

24/06/2020 14:19

Apresentamos a edição do mês de maio do boletim APG/UFSC, organizado com o intuito de facilitar o acesso à informação a acontecimentos recentes pertinentes à nossa categoria.

Nesta edição, há uma nova seção destinada para contribuições autorais dos talentos literários/poéticos/artísticos da nossa pós-graduação. Tem alguma coisa que queira ver publicada aqui com a gente? Entre em contato com a APG/UFSC!

O Boletim está disponível no link abaixo:
https://apg.ufsc.br/files/2020/06/boletim202014.pdf

Tags: boletimgestãonotícias da educação

Carta de apoio ao estudante Henry Bill McQuade Júnior e de denúncia

20/06/2020 19:14

Nós, do Grupo de Estudos e Pesquisas em Ontologia Crítica da Universidade Federal de Santa Catarina (GEPOC/CED/UFSC) manifestamos, através desta, nosso apoio e solidariedade a Henry Bill McQuade Junior, discente do Programa de Pós-graduação em Educação da UFSC e membro da Associação dos Pós-Graduandos, que tem sido alvo de perseguição através de mensagens veladas e da publicização de sua morte, em sites, inclusive no Inumeráveis, apesar de inverídica.

Esses acontecimentos ocorridos nos últimos quinze dias mostram que novas práticas de cerceamento e violência estão em curso e requerem de nós uma resposta à altura. Afinal quais interesses poderiam ter em anunciar em diferentes sites a morte de alguém que está vivo? Seria isso uma ameaça? Solicitamos a publicização do ocorrido e o apoio das diferentes entidades e coletivos. E diante da gravidade dos fatos exigimos a investigação dos responsáveis e a punição dos culpados.

#SomosTodosHenryVivos!!!

Apoiam este manifesto:
Colegiado do Departamento de Estudos Especializados em Educação do centro de Ciências da Educação (EED/CED/UFSC)
Coordenação do Curso de Pedagogia – UFSC
Grupo de Investigação em Política Educacional (GIPE/CED/UFSC)
Núcleo de estudos em Transformação do Mundo do Trabalho (TMT/CED/UFSC)
Grupo de Estudos e Pesquisas em História da Educação e Instituições Escolares de Santa Catarina (GEPHIESC/CED/UFSC)
Associação de Pós-Graduandas e Pós-Graduandos da UFSC (APG-UFSC)

Tags: ameaçaapoioHenry BillInumeráveissolidariedade

Ações afirmativas na Pós-Graduação, o não-mais Ministro da Educação e a política racista do Brasil

19/06/2020 13:59

Nós, da Associação de Pós-Graduandas e Pós-Graduandos (APG) da UFSC, repudiamos a portaria publicada nesta quinta-feira (18 de junho) pelo Ministério da Educação (MEC), que revoga a portaria nº 13/2016 do mesmo ministério sobre a aplicação de ações afirmativas nos cursos de pós-graduação brasileiros. A medida de 2016 caminhava na mesma direção da Lei nº 12.990/2014, chamada Lei de Cotas, que consolidou as ações afirmativas na graduação. A portaria nº 545/2020 é assinada pelo então ministro Abraham Weintraub como uma de suas últimas ações ministeriais, pois ao final do mesmo dia ele anunciou sua saída. Essa medida é um ataque direto ao processo de acesso justo e igualitário promovido pelas ações afirmativas aos cursos de mestrado, mestrado profissional e doutorado, política pública que é fruto de uma histórica luta dos movimentos sociais no Brasil.

A fim de atenuar a dívida histórica do processo de invasão, escravização e genocídio das populações oprimidas, a portaria de 2016 previa o ingresso do povo negro, dos povos indígenas e de pessoas com deficiência às universidades públicas, historicamente dominadas pela elite branca nacional. Em muitas universidades e programas, a implementação ainda abarcou quilombolas, pessoas trans e imigrantes. Isso é fundamental porque mesmo negras e negros sendo 52,9% da população brasileira, eles são apenas 28,9% dos estudantes da pós-graduação. Lembramos aqui que o ex-ministro Weintraub, em reunião ministerial, disse não gostar do termo “povos indígenas” e prometeu ali mesmo que “acabaria com esse privilégios”. Reafirmou ali o projeto genocida iniciado em 1500 e agora deu a canetada em prol do elitismo na pós-graduação brasileira.

Enquanto APG-UFSC, estivemos nos últimos dois anos participando, junto ao Comitê de Ações Afirmativas da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PROPG), dos debates para a aplicação da portaria nº 13/2016 em nossa universidade. Construímos, junto ao Comitê, uma proposta de regulamentação das ações afirmativas a ser implementada gradualmente em todos os nossos programas – proposta finalizada na metade do ano passado. Repudiamos, portanto, a revogação da portaria pelo MEC e entendemos que isso não pode legitimar a desistência da adoção de ações afirmativas nas pós-graduações de nossa universidade, bem como em outros PPGs e universidades do país.

Reivindicamos, dada a autonomia de nossa Universidade e de nossos PPGs, a urgência, importância e necessidade da aprovação da política de ações afirmativas na UFSC. Queremos uma política de ações afirmativas para toda a pós-graduação! Não podemos retroceder frente a essa postura racista do MEC, pois é necessário avançar rumo a uma pós-graduação construída pelos povos oprimidos.

Nesse sentido, parabenizamos e nos juntamos à luta e fortalecimento das políticas de ações afirmativas estabelecidas por 12 PPGs na UFSC até agora. São eles: PPGAS, PPGD, PPGE, PPGECT, PPGESE, PPGET, PPGFIL, PPGH, PPGL, PPGSC, PPGSS e PPGSP. Ainda muito poucos dentro dos 87 programas que temos.

Caso você esteja à frente desse debate no seu PPG e precise de apoio, fale conosco! No momento, ações como essa são necessárias na resistência frente a uma conjuntura e um governo que ataca não só as universidades públicas, mas especialmente as populações mais vulneráveis.

AÇÕES AFIRMATIVAS NA PÓS-GRADUAÇÃO DA UFSC JÁ!

Tags: ações afirmativascotasMECWeintraub

Ensino remoto e os rumos da pós-graduação na UFSC em tempos de Covid-19

18/06/2020 18:35

A Associação de Pós-Graduandas e Pós-Graduandos da UFSC (APG-UFSC) convida todas e todos a participarem de um espaço aberto virtual para debater o ensino remoto na UFSC, principalmente na pós-graduação, no dia 23 de junho às 19h. Com a criação de um comitê para pensar as ações da universidade em tempos de COVID-19, muitas propostas surgiram sobre quais rumos devemos tomar e inclusive qual a real função da universidade pública. Além disso, enfrentamos também a falta de diálogo nos orgãos colegiados, como a “passada de boiada” do ensino remoto que rolou na Câmara de Pós-Graduação (CPG). Reafirmamos que não é possível construir uma saída para o ensino nesse contexto sem levar em conta a categoria estudantil e as dificuldades que enfrentamos. É necessário que as e os estudantes tenham suas demandas escutadas, bem como façam parte de um debate que afeta diretamente a nossa produção acadêmica e também nossa saúde mental. Assim, com um espaço aberto, a gestão Assum Preto da APG tenta ir além dos formulários e construir com estudantes, representantes discentes e coletivos estudantis como agiremos nesse momento, sem deixar nenhum e nenhuma estudante pra trás.

Nosso encontro acontecerá na plataforma institucional “Web Conferência”. Para acessar, basta entrar no link (https://bit.ly/debateapgufsc) próximo ao horário da atividade. Você pode conferir as dicas mais detalhadas de como acessar a plataforma neste vídeo (https://bit.ly/3hNyByD) que foi feito para orientar os conselheiros da UFSC quando a utilizam.

Esperamos as pós-graduandas e pós-graduandos lá! Por um ensino que não deixe nenhuma e nenhum estudante pra trás!

Tags: covidcovid-19CPGCPG UFSCdebatedemocracia universitáriaEADensino remotopandemia

Esses números te representam?

17/06/2020 19:30

Segunda-feira (15), a Universidade divulgou os resultados de um dos formulários que foi divulgado para a comunidade acadêmica. Apesar da alegação de representantes da Administração Central nos Subcomitês de Combate à Covid, de que seriam disponibilizados apenas os dados brutos, o que vimos foi algo muito diferente.

Foram divulgadas imagens tendenciosas, que destacam partes dos dados que parecem justificar o retorno de atividades remotas. Ainda pior foi usá-las para construir um “perfil médio” da estudante que tem todos os recursos e acesso necessários para retomar atividades remotas agora. O que precisamos para pensar políticas de ensino não é de um “perfil majoritário”, mas justamente o contrário, identificar as particularidades e dificuldades de setores que serão excluídos das atividades remotas.

Isso se torna mais absurdo quando o formulário foi respondido por apenas 58% das estudantes de pós-graduação. Se fosse uma amostra aleatória, naturalmente os dados poderiam ser extrapolados para formar esse perfil. Porém, a fatia de 58% de estudantes que responderam o questionário é exatamente aquela que tem maior acesso à internet, mais tempo livre, melhor condição de saúde, etc e conseguiu responder. Quem não tem internet em casa para responder o questionário simplesmente ficou impossibilitado de expressar sua impossibilidade!

Em reunião dos subcomitês, foi alegado que todas as estudantes indígenas e quilombolas puderam responder o questionário. Por conversa com outras estudantes, sabemos que isso é falso, pois muitas alegam não ter respondido e também não ter acesso à internet em suas aldeias ou quilombos. Ou seja, a exclusão mascarada pelo perfil criado pela Administração Central tem raça, tem classe e tem especificidades: são estudantes pobres, negros, indígenas, quilombolas, estudantes pais e mães, estudantes afetados pela Covid-19, que ficaram de fora do “perfil médio” criado!

Assim, convidamos todas e todos a refletir e a responder: Essa divulgação dos dados te representa? Ela representa nossa comunidade universitária? Ela é a melhor forma de embasar nossa discussão sobre os próximos passos das atividades? A APG UFSC considera que não.

Convidamos todas e todos a se reunirem, nas assembleias estudantis por PPG, junto às representações discentes, junto aos coletivos estudantis, em seus grupos de pesquisa para responder publicamente essas perguntas. Colocamos nosso site e redes sociais à disposição para divulgar as posições estudantis sobre que tipo de ensino queremos neste momento e que universidade sonhamos em meio a uma pandemia!

Tags: covidcovid-19EADensino remoto

Mais uma vitória das ações afirmativas: agora em sociologia e ciência política

12/06/2020 11:00

A nota abaixo foi publicada pela APG UFSC sem referência à demanda de estudantes com deficiência por ações afirmativas, que foram inclusive contempladas na decisão tomada dentro do PPGSP. A APG UFSC reconhece que a pauta dessa categoria não tem sido tratada nos textos e reuniões da entidade. Republicamos, agora, o texto com a inclusão de estudantes com deficiência e nos comprometemos a incluir sempre essa necessária reivindicação junto às políticas de ações afirmativas.

Além disso, a aprovação foi referente a um modelo de ações afirmativas, sem garantia por enquanto da adesão já nos próximos editais, ao contrário da impressão que a primeira versão do texto pode ter indicado.

No momento em que ocorrem no mundo todo protestos antirracistas, a APG-UFSC saúda a adoção de um modelo para a política de ações afirmativas no processo de seleção e de alocação de bolsas no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Ciência Política (PPGSP) da UFSC. Esperamos que ela seja implementada assim que possível nos próximos editais.

A decisão, tomada em reunião do colegiado do Programa por unanimidade, faz dele apenas o décimo-segundo na universidade a implementar ações afirmativas. Isto ainda é muito pouco, pois representa somente 14% dos 87 programas da instituição.

Tanto cada programa, localmente, quanto a Administração Central da UFSC deveriam ouvir os brados que ecoam no planeta e reconhecer a omissão histórica frente ao povo negro, assim como a estudantes com deficiência, indígenas, quilombolas, imigrantes, trans e travestis. Um projeto para incluir Ações Afirmativas em todos os programas está em discussão na Câmara de Pós-Graduação e precisa avançar, mas enquanto isso o debate também pode ser levado aos colegiados de todos os programas que ainda não se moveram. Assim como no caso do PPGSP, assembleias discentes podem embasar a atuação de representantes discentes nestes espaços.

Não se promove antirracismo apenas com palavras ou posturas intelectuais, mas com ações concretas. A APG-UFSC se coloca à disposição para ajudar estudantes na luta pelas ações afirmativas nos demais programas!

NSC e Notícias do Dia promovem uma campanha de difamação contra a UFSC

08/06/2020 16:04

Na quarta (03), um membro da APG recebeu pessoalmente mensagens da equipe do jornal Notícias do Dia (ND) solicitando a participação da entidade em uma matéria que trataria da “paralisação total” da UFSC. O contato foi feito buscando o depoimento de estudantes que estão “preocupados com o andar da carruagem”, “a falta de ensino online” e com “medo de perder o ano”. Ou seja, não procuravam saber qual era a opinião das(os) estudantes, buscavam somente aquelas que fortalecessem a narrativa sobre a universidade que já haviam decidido propagar.

Imediatamente respondemos que a universidade não está em paralisação total e que poderíamos falar sobre as importantes ações que a Universidade tem mantido em funcionamento, para além do ensino. Repassamos a síntese das posições que temos defendido nos Comitês da UFSC, mas ela não foi citada nas matérias do veículo. O ND não apenas não retratou a posição das entidades representativas, como abriu espaço em coluna para a opinião individual de um estudante ultra-conservador segundo o qual as(os) professoras(es) querem “férias fora de época”.

Argumentos como esse não são somente desrespeitosos com a comunidade universitária, mas com o povo catarinense em geral, pois, além de falaciosos, rebaixam uma discussão séria a um jogo medíocre e sensacionalista que só atrapalha a população, que quer e merece ter informações confiáveis para participar de forma adequada no debate público.

Ressaltamos aqui que a defesa de um debate democrático sobre as possibilidades das aulas remotas, uma análise adequada da situação atual das categorias estudantis, e a ponderação de todo o impacto negativo de exclusão e precarização da educação no modelo remoto emergencial, são reivindicações da APG UFSC, do DCE UFSC e de dezenas de Centros Acadêmicos, conforme divulgado na nota da campanha “Nenhum estudante fica para trás”.

A narrativa construída pelo ND, reforçada também por matérias da NSC (afiliada à Rede Globo), não representa o conjunto das(os) estudantes, mas representa muito bem o empresariado. Por exemplo, no mesmo dia do contato com a APG (03), saiu no site do ND a matéria “Entidades de classe voltam a criticar a paralisação das atividades na UFSC, que só é assinada por “Redação ND”. A “classe” a que se refere o título da matéria só pode ser a oligarquia empresarial de Santa Catarina. As “entidades” que nada mais são do que empresas que se organizam sob o nome de “Floripa Sustentável” compram espaço no debate público para defender seus lucros e seus projetos, vendendo seus interesses como a opinião de todos, forjando um falso consenso.

Não é a primeira nem a segunda matéria que ataca a Universidade e suas trabalhadoras veiculada na mídia empresarial catarinense durante a pandemia.

Nos últimos dois meses, a NSC e o ND disseram que “professores da pós-graduação da UFSC querem aulas a distância, mas reitoria não permite; que os “servidores ganham auxílios (…) pra ficar em casa; que a “universidade pública optou em ser mais um centro de cidadania do que um centro de excelência; que a universidade está ausente; que a universidade “não traça planos durante a pandemia; e ainda inventou o fake news de que as aulas retornariam na semana passada, sem nenhuma retratação.

Em várias delas, predominam pontos de vista do empresariado, sem relação direta com a Universidade. São poucas as matérias que abriram espaço para o contraditório e diversas delas chegaram a usar de mentiras e calúnias, como no caso do suposto retorno às aulas decidido para a semana passada ou dos auxílios que servidores estariam recebendo sem trabalhar. Uma verdadeira campanha contra a universidade pública, que atinge de forma similar com a Udesc.

Por isso, saudamos as iniciativas do DCE, Sintufsc e Apufsc em denunciar e criticar a postura que a mídia empresarial vem tomando em relação à UFSC. Apontamos, ainda, que desmentir e enfrentar essas narrativas é também uma tarefa da prória instituição, que precisa dialogar com toda a sociedade para mostrar que sua função social vai muito além das atividades de ensino.

Esses episódios só reforçam nossa compreensão e convicção de que a grande mídia tem seu lado e seu objetivo bem nítidos. Estes sempre estarão alinhados a quem lucra, aos patrões e elites catarinenses. Para esses setores, os serviços públicos serão sempre um problema, pois o que querem é privatizar ou de outro modo apropriar-se do patrimônio do povo. Precisamos, mais do que nunca, fomentar e disseminar nossos próprios veículos de mídia, com o ponto de vista da classe trabalhadora e do conjunto dos oprimidos.

Orientamos, também, que a comunidade acadêmica e a população em geral fiquem atentas às posições das entidades representativas, que divulgam seus posicionamentos através de suas páginas e redes sociais.

SERVIÇO PÚBLICO NÃO SE VENDE, SE DEFENDE!
VIVA AS MÍDIAS POPULARES!

Associação de Pós-Graduandas e Pós-Graduandos da UFSC
08 de junho de 2020

Tags: difamaçãomídiaNDNotícias do DiaNSCUdescUFSCuniversidade pública

LIVES APGs SUL

05/06/2020 19:20

As Associações de Pós-Graduação da região Sul (APG – UFSM, Associação de Pós-Graduandos da UEPG, Apg-UFPR, APG Ufcspa, Associação de Pós- Graduandos – UEM, APG – UFRGS, APG UFSC) organizaram conjuntamente um calendário de lives para estabelecer uma rede de fortalecimento e de organização dos(as) pós-graduandos(as) da região Sul.

As quatro lives propostas têm como intuito abordar as questões e dúvidas centrais que os(as) pós-graduandos(as) estão vivenciando no período da pandemia do Covid-19 no Brasil. Convidamos todos(as) os(as) pós-graduandos(as) para participarem das lives e dialogarem conosco sobre a situação da pós-graduação brasileira.

CONTAMOS COM A PRESENÇA DE VOCÊS!
EM DEFESA DA UNIVERSIDADE PÚBLICA, GRATUITA, DE QUALIDADE E SOCIALMENTE REFERENCIADA!

Tags: APGsarticulaçãonacionalsul
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