Nota pública da APG-UFSC sobre o assassinato de Marielle Franco

15/03/2018 22:20

A Associação dos/das Pós-graduandos/as da UFSC vem por meio desta manifestar seu pesar e indignação pelo assassinato de Marielle Franco, ativista política e vereadora do PSOL, que denunciava o estado policial e de repressão nas comunidades da cidade do Rio de Janeiro, sendo nomeada como relatora da comissão que vai acompanhar a intervenção militar na capital.

Sua morte é uma pesada perda para a classe trabalhadora, especialmente aquela afetada diretamente pelo estado de violência que se desenvolve no Rio de Janeiro e no resto do país que criminaliza a pobreza ao invés dos que a produzem. Os movimentos sociais e o conjunto da sociedade deve exigir imediata apuração do caso e condenação dos responsáveis por tal crime, ao mesmo tempo que o exemplo de Marielle deve servir como importante legado para aqueles que defendem os direitos sociais e justiça.

COMPANHEIRA MARIELLE, PRESENTE!

Florianópolis, 15 de março de 2018.

 

 

Carta aos Movimentos Sociais

23/01/2018 22:30

CARTA AOS MOVIMENTOS SOCIAIS

A gestão “Quem tem coragem!” assumiu a Associação de Pós-Graduandos da UFSC em novembro de 2017, por um mandato de um ano. A APG é a entidade de estudantes de especialização, mestrado profissional, mestrado acadêmico e doutorado de todos os campi da UFSC. Para nós, a APG deve ser um instrumento de luta que impulsione o movimento estudantil em suas pautas por nossos direitos, mas deve ser também uma ferramenta de disputa pelo sentido da Universidade pública.

A UFSC é de todo o povo, mas historicamente serviu mais para formar as elites do que para olhar para as necessidades da classe trabalhadora e dos oprimidos em geral. Essa instituição tem um orçamento comparável às maiores cidades do Estado e possui uma comunidade de cerca de 50 mil pessoas, entre trabalhadores(as) terceirizados(as), estudantes, servidores técnicos e servidores docentes. É essa comunidade que tem capacidade e responsabilidade de formar milhares de trabalhadores, publicar milhares de artigos de pesquisa e realizar inúmeras iniciativas de extensão todos os anos, criações que podem estar a serviço da manutenção das desigualdades sociais ou a serviço da emancipação.

Além disso, a UFSC tem legitimidade para participar de inúmeros espaços de formulação de políticas públicas e participar de conselhos: citamos como dois exemplos dessa importância a participação nos debates e lutas sobre o Plano Diretor de Florianópolis e sobre a implementação da Base Nacional Comum Curricular nas escolas, no contexto da Reforma de Ensino Médio. Por fim, ainda ressaltamos a potencialidade de organizar eventos, oferecer sua infraestrutura para iniciativas, co-gerir unidades de conservação, dar pareceres técnicos e políticos sobre questões fundamentais da sociedade, etc.

Por tudo isso, entendemos que a disputa pela Universidade é muito mais ampla do que nós, estudantes de pós, podemos alcançar. Essa luta é do conjunto dos oprimidos e só pode avançar lado a lado com os trabalhadores da UFSC e também com os movimentos sociais, sindicatos e entidades comunitárias. Enquanto APG, queremos colocar nossos esforços militantes e nossos espaços de representação estudantil na UFSC a disposição do diálogo com os movimentos externos e suas demandas. Entendemos que estudantes são parte do povo, compartilham das suas necessidades, suas reivindicações, e que, como disse Pedro Munhoz na música Quem tem coragem, “um mais um nunca é demais, é poesia, é gente”.

Associação de Pós-Graduandos UFSC
Gestão “Quem tem coragem!” 2017-2018

Vitória: Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas Eletrônicos adota Ações Afirmativas

29/12/2017 14:00

No último edital de seleção para Mestrado, o Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas Eletrônicos da UFSC, em Joinville, incluiu uma política de Ações Afirmativas para o ingresso de estudantes negras, negros e/ou indígenas. Com isso, o PPGESE se uniu a diversos programas em todo o país, incluindo o Programa de Antropologia Social da UFSC, que já possuía ações afirmativas. Enquanto isso, mais programas na UFSC debatem o tema nesse momento e planejam a adoção nos próximos editais.

Nós, da Associação de Pós-Graduandos (APG-UFSC), saudamos os programas de Antropologia Social e Engenharia de Sistemas Eletrônicos por essa conquista. Sabemos que, mesmo com Ações Afirmativas na graduação, a Universidade ainda é extremamente excludente para estudantes negras, negros e indígenas, em particular na pós-graduação, seja pelo silenciamento de autores e perspectivas, pelo assédio e perseguição de caráter racista, pela falta de bolsas e políticas de permanência. Não é à toa que temos um número extremamente reduzido de docentes negras, negros e indígenas na UFSC. As Ações Afirmativas no ingresso dos nossos cursos são uma das formas de enfrentar o racismo institucional e estrutural.

Avançar nas políticas de Ações Afirmativas!
Pintar a Universidade de povo!

A APG defende a homologação já para a Terra Indígena Morro dos Cavalos!

27/12/2017 14:00

Durante novembro e dezembro, a APG esteve construindo a rede de apoio aos guarani do Morro dos Cavalos (Palhoça), junto a outros movimentos sociais, sindicatos, pesquisadores e organizações políticas da nossa região. Estamos em um momento de solidariedade urgente, pela tensão dos ataques sofridos pelos guarani e pelo final do processo de demarcação da terra, que exige de nós uma forte campanha em defesa da homologação já.

A rede de apoio tem trabalhado junto às lideranças guarani no apoio jurídico, financeiro, organizando ações de divulgação, comunicação, conseguindo recursos e também na segurança. Nós, da APG, também convocamos reuniões de solidariedade aqui na UFSC, onde estiveram presentes mais de 30 estudantes e servidores, conseguindo o apoio de sindicatos da UFSC, de Centros Acadêmicos, montando pontos de doações de alimentos e divulgando a luta no Conselho Universitário e pelo campus. Seguiremos juntas e juntos à luta histórica guarani na região, até a vitória.

O Morro dos Cavalos é Terra Guarani!

Homologação já!

Em defesa da consulta presencial para Reitoria da UFSC

18/12/2017 16:13

No dia 28 de novembro de 2017 a Apufsc-Sindical enviou um ofício para o Reitor em exercício da UFSC, Professor Ubaldo Cesar Balthazar, questionando a Resolução Nº 001/COMELEUFSC/2017-18, de 21 de novembro de 2017, que resolve sobre o processo de consulta à comunidade acadêmica para a escolha do próximo Reitor. O conteúdo do ofício expressa divergência com o artigo nº 31, segundo a qual a votação ocorrerá por urnas eletrônicas garantidas junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O documento feito pela Apufsc-Sindical defende que a consulta deveria se dar por forma online, e não por meio presencial, como tem ocorrido desde 1986 na UFSC.
A Comissão Eleitoral UFSC (COMELEUFSC) é composta por 6 membros (e seus suplentes), sendo duas representações discentes, duas docentes, e duas dos servidores técnico-administrativos. As representações são indicadas pelas respectivas entidades das categorias. Considerando que uma destas cadeiras é ocupada pela Apufsc-Sindical, repudiamos o desrespeito e o autoritarismo de encaminhar um documento ao reitor questionando a comissão, em vez de expressar estas preocupações por meio dos canais deliberativos da própria comissão. Lembramos que a Apufsc-Sindical estava presente em todas as reuniões realizadas pela comissão eleitoral, inclusive a que aprovou a Resolução em questão. No momento não foi expressa nenhuma divergência quanto à garantia do processo junto ao TRE.

Buscamos neste texto expressar nossas divergências com o documento lançado pela Apufsc-Sindical. Nosso esforço aqui consiste em responder ponto por ponto, de maneira que fique evidente para a comunidade universitária que a discussão não deve ser tratada de forma somente instrumental, ou como um mero formato de garantir a consulta pública, mas como um aspecto político fundamental no que se refere à democracia universitária. O peso de cada decisão sobre os rumos na UFSC tem uma carga maior se tratando da atual conjuntura nacional e da UFSC. Portanto declaramos nosso compromisso com todo esse debate, que temos construído com seriedade em nossas entidades e junto à comissão eleitoral.

  • Cessão de urnas por parte do TRE

Segundo a Apufsc-Sindical, “a aprovação do uso das urnas do TRE na consulta pública para reitor da UFSC é incerta justamente pela atividade eleitoral no referido ano. Considerando que a aprovação de uso das urnas eletrônicas do TRE é incerta, tal afirmação não pode constar na Resolução Nº 001/COMELEUFSC/2017 que define as regras da consulta pública em questão”. Os fortes termos utilizados – “não pode constar” – fazem crer que a comissão não tem autonomia para lidar com imprevistos de maneira razoável e corrigir, por meio de novas resoluções, a rota planejada para a consulta. Por enquanto, a resolução estabelece um horizonte prudente e benéfico à comunidade acadêmica, considerando que todas as últimas consultas públicas ocorreram de tal forma. Ao definir o pleito desta maneira, buscamos trabalhar para que ele se efetue. Temos confiança no trabalho da comissão para escolher alternativas caso elas se façam necessárias. No entanto, não há sentido em declarar de antemão que a melhor alternativa está fora de cogitação.

  • Sobre a segurança e a lisura do processo online

A alternativa que a Apufsc-Sindical oferece, por outro lado, é bastante complicada. O “sistema webcriptografado” que sugerem não garante o voto secreto ou seguro. Os técnicos responsáveis pelas questões tecnológicas da UFSC fazem um excelente trabalho, não temos dúvida, mas seu trabalho não é gerir eleições. Ainda que desse ponto de vista possa ser seguro, a Apufsc-Sindical também afirma que o sistema sugerido é executável a partir de qualquer computador, e isto precisamente é um problema, posto que ele fica extremamente vulnerável a ataques cibernéticos sérios e bem planejados. Além do mais, a não-garantia do voto secreto é um agravante – qual a garantia de que cada pessoa esteja votando por si, e não coagida por outra? – as câmeras dos computadores registrarão a pessoa à frente da tela a cada voto? Ou na mesma sala? Ainda nos últimos meses, a APG tem encampado uma campanha contra o assédio entre orientadores e orientandos na pós-graduação. Não são segredos as diversas relações de assédio que ocorrem cotidianamente na UFSC, e esse tipo de eleição possibilitaria novas formas de violência ou clientelismo.

  • Custos para a universidade

A democracia tem um custo – e a Apufsc-Sindical parece deixar claro que não está disposta a pagar por ela. É verdade que a democracia envolve muito mais do que eleições; alguns diriam, na verdade, que este é o menos importante de seus atributos. Ainda assim, o que estamos tratando aqui é da consulta pública presencial à toda a comunidade universitária para eleger o próximo Reitor, sendo a consulta uma conquista fundamental da universidade brasileira ao final da Ditadura Civil-Militar.
O processo que se desenha nesse momento é garantir essa consulta no seu marco histórico, com lisura e debate político como prioridade máxima. Não vemos razão para definir que esta eleição deva ter um padrão de rigidez e controle menor que a consulta sobre o EBSERH ou o que a última consulta para a reitoria.

  • Presença física

Os custos da democracia não são apenas financeiros e distribuídos; a democracia também exige de cada um de nós participação, vigilância, diálogo – entre outros elementos de uma boa vida comum que se possa citar; de todo modo, cabe a nós dar a devida importância ao processo eleitoral, compreender que conveniências pessoais não valem a legitimidade de todo um processo em meio a tempos tão turbulentos, e fazer o possível para comparecer à votação. Muitas pessoas estão no exterior na data das eleições bianuais regulares; ainda assim, o que fazemos enquanto nação é tentar aproximar as urnas delas por meio das embaixadas, não abrir processos online, que os tornariam muito menos seguros, ainda que muito mais convenientes e “democráticos” no sentido esposado pela nota da Apufsc-Sindical.
Estamos em uma universidade que funciona prioritariamente de maneira presencial. Afirmar isso não é negar a importante inserção dos membros da comunidade acadêmica em demais espaços nacionais e internacionais referente a atividades de ensino, pesquisa ou extensão. Também não implica negar o reconhecimento dos cursos na modalidade do Ensino à Distância. O que defendemos é que, em momentos de decisão tão importante para os rumos da Universidade, possamos encontrar na disputa política presencial, na qual o voto constitui parte crucial dentro da consulta pública, uma maneira de garantir o aspecto democrático em sua forma mais fundamental.

Em suma, consideramos que a prioridade para esta consulta à comunidade acadêmica é a certificação que não haja dúvida quanto ao seu resultado, mas principalmente a garantia de que enquanto UFSC tenhamos clareza política da escolha dos rumos desta instituição; que a democracia seja respeitada porquanto ela implique, circunscrita a esse momento específico, o voto secreto e independente. E se isso nos trará custos – enquanto coletividade e indivíduos – tanto melhor, considerando os custos (potencialmente muito maiores) de um processo duvidoso e vulnerável.
Enquanto entidades representativa das(os) estudantes de graduação e pós-graduação, que constituem cerca de 37 mil dentro do universo de 44 mil votantes, nós, membros do DCE-UFSC e APG-UFSC, declaramos que seguiremos trabalhando para a garantia do voto presencial nesse processo, para que seja assegurado o debate político e a segurança do voto secreto e individual. Não permitiremos nenhum retrocesso embrulhado como “moderno, contemporâneo e ágil”.

Florianópolis, 18 de dezembro de 2017

Diretório Central dos Estudantes UFSC- Gestão “Ainda Há Tempo”
Associação de Pós-Graduandos UFSC- Gestão “Quem Tem Coragem”

Moção APG/UFSC em defesa do CNPq e da produção científica nacional

15/09/2017 13:36

No dia 1º de setembro, a APG, juntamente com o Comitê de Mobilização da Pós realizou uma Audiência Pública com o Reitor Luiz Carlos Cancellier, o Pró-Reitor de Pós-Graduação, Sérgio Freitas e o Secretário de Planejamento e Orçamento, Vladimir Fey. O objetivo da Audiência, deliberada em Assembleia da Pós foi exigir da Reitoria um posicionamento frente a perspectiva de cortes de bolsas CNPq e frente o contingenciamento de verbas para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações. A Moção foi lida durante a Audiência e será levada ao Conselho Universitário para ser apreciada e votada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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