Carta à UFSC: A APG não dará um passo atrás na defesa da Universidade!

09/08/2021 18:47

A Associação de Pós-Graduandos vem a público reafirmar suas posições em defesa da ampliação da democracia nos processos decisórios da universidade e repudiar as tentativas de intimidação às posições políticas divergentes! Amanhã, terça-feira (10/08), acontecerá nova reunião do Conselho Universitário (CUn) e não iremos nos calar sobre a reforma em curso na Pós-Graduação. Convidamos todos e todas a se somarem nesta luta pela Universidade Pública!

A reitoria da UFSC está buscando aprovar uma reforma completa na pós-graduação da nossa universidade, reconfigurando-a! E está fazendo isso sem ampliar o debate com a comunidade universitária. No último Conselho Universitário, no dia 03 de agosto, a posição defendida pela APG foi de que era necessário debater amplamente, posto que as mudanças são substanciais e não meras adequações técnicas. Entendemos que nosso papel, enquanto universidade pública, é o de debater e decidir se nos cabe as recomendações da CAPES e da CNE, e não tomá-las por imposições que necessariamente devem ser acatadas. Por isso indicamos ao CUn que as propostas não fossem decididas naquele dia e fossem garantidos espaços de debate nos programas, assim como audiências públicas para que a reitoria explicasse porque priorizar esta reforma, num contexto em que a Universidade e a Pós-Graduação passa por ataques cotidianos e sistemáticos.

Buscamos explicitar nosso desacordo através de um pedido de diligência ao CUn, para que o debate da reforma da RN095 retornasse aos colegiados plenos dos programas de Pós-Graduação. Junto a isto, realizamos um ato presencial no campus Trindade da UFSC, com a construção conjunta e participação1 de TAEs e discentes da pós-graduação e graduação. A avaliação da entidade, publicamente reiterada diversas vezes desde que essa pauta retornou ao conselho, é de que as normativas não foram debatidas suficientemente pela comunidade universitária, assim como  não envolveram debates amplos com especialistas da área da educação, que têm dedicado suas carreiras a estudar os efeitos a longo prazo de mudanças como as que foram propostas pela Reitoria da UFSC, em outras universidades mundo afora. 

Dois dias após a sessão do Cun, na manhã do dia 05 de agosto, a Câmara de Pós-Graduação (CPG) realizou reunião ordinária e alguns membros começaram a discutir as posições da APG e de outros conselheiros apresentadas no CUn, de forma a deslegitimá-los. Os posicionamentos foram tratados como “fake news”, rebaixaram nossa posição e a de outros conselheiros do Cun como falta de responsabilidade, de leitura do processo e desconhecimento das leis sobre a função de servidores públicos, além de desconhecimento sobre ritos processuais. Também foi alegado que não deveríamos usar o site institucional da APG para criticar a proposta de nova resolução da Câmara e o fizeram aproveitando-se do fato de que aquela reunião não estava sendo publicamente transmitida para tentar nos intimidar. Os professores que se manifestaram chegaram ao ponto de debater a possibilidade de aplicação de processos administrativos disciplinares. Soma-se a isso o fato de que a Pró-Reitora de Pós-Graduação, que presidia a reunião, propôs que a CPG encaminhasse ao CUn uma moção de desagravo à APG por suas posições com relação às reformas da Pós-Graduação. Durante a reunião a representação da APG apresentou seu repúdio ao que se passava e pediu para que as falas feitas constassem em ata. Ao final da reunião solicitamos o vídeo da mesma, uma vez que ela é gravada e não transmitida publicamente. 

É lamentável que membros da administração central atuem dessa forma coercitiva diante de divergências políticas sobre quais os rumos mais democráticos para processos decisórios sobre aspectos de reformas substanciais. No CUn, a APG não defendeu nada mais que o mínimo necessário nos dias de hoje: a necessidade de se escutar a comunidade científica e universitária, para que as decisões sejam fruto de deliberação consciente. Por isso, a APG traz à público o ocorrido e apresenta a necessidade de que as reuniões de todas as Câmaras e Conselhos Superiores sejam publicamente transmitidas no momento de sua realização. Assim, podemos garantir que as devidas oposições possam ser realizadas sem que professores envolvidos em cargos de poder se sintam à vontade para tentar coibir o direito democrático de discordância, com ameaças de retaliação.

Por fim, gostaríamos de reafirmar a necessidade de que a Universidade se enfrente com os aspectos mais deletérios da reforma na Resolução Normativa 095/2017. Após as tentativas de intimidação da reitoria, fica claro que precisamos nos manter firmes e fortes em nossa posição e apontamos abaixo os pontos que precisam ser analisados com maior cuidado pela comunidade universitária e não podem ser aprovados pelos conselheiros:

a) A desvinculação do mestrado e do doutorado (§ 1º do Art. 2º): Essa tendência, apesar de existir prerrogativa em alguns programas da UFSC, ao ser aberta e amplamente regulamentada, pressiona rumo à aderência formal dos programas. Essa disjunção gera impactos na formação científica dos pesquisadores em geral, já que o princípio organizador desta mudança é a ideia de que a formação científica deve ter como base a apreensão de competências específicas e não da formação densa e sólida preconizada no ensino universitário. 

b) A regulamentação da oferta do doutorado profissional e a entrega de artigos ao invés da tese de dissertação (§ 4ºo Art. 2º): Diferentemente do que a inserção na pós-graduação tradicionalmente significa – o desenvolvimento de pesquisas que são aprofundadas ao longo da formação do(a) estudante; a oferta de doutorado profissional tem como apelo a necessidade de uma formação cujo horizonte estrito é a inclusão nas relações com o mercado de trabalho. Do nosso ponto de vista, ainda que seja algo permitido no âmbito legal, a regulamentação desta modalidade indica uma adequação ativamente exercida no interior da UFSC aos parâmetros envolvidos nessa acepção. Uma mudança como esta tem sido objeto de diversos questionamentos por parte da comunidade científica, sobretudo da área educacional. Para alguns pesquisadores, reformas como estas  ocorrem em momentos de crise econômica como uma forma de adaptar a formação às demandas do mercado de trabalho em crise. Com a proposta de entrega de um conjunto de artigos ao invés da tese, abandona-se o projeto de desenvolvimento de uma dissertação, cujos conteúdos implicam em uma formação completa do pesquisador – com a apropriação e sistematização de conteúdos complexos de sua área acadêmica-, para possibilitar a oferta de outros trabalhos. Abre-se espaço para a formalização de uma tendência deletéria para as universidades públicas que é a massificação de artigos pouco densos como produto de pesquisa.

c) A possibilidade de oferta de turmas fora da estrutura da UFSC (Art. 6º): Esse artigo possui relação com os demais citados anteriormente, direcionando à possibilidade de uma aproximação mais intensa da universidade com a iniciativa privada por meio da oferta de infraestrutura por parte destas últimas. Em contrapartida, o desenvolvimento da pesquisa estaria atrelado ao interesse direto destas instituições com vinculação aos interesses de mercado. Esta não será a solução para a crise orçamentária das universidades!

d) A permanência de aulas e reuniões deliberativas online após o período de pandemia (Art. 13 e Art. 35): Ficaria estabelecido, de forma permanente, mecanismos explorados massivamente durante o Ensino Remoto para o exercício da docência, da pesquisa e da administração da universidade. A longo prazo, este processo tende a substituir a função docente nas universidades públicas, tal como é verificado em diversas instituições privadas e no projeto do Reuni Digital recém apresentado pelo governo federal. Somado a isso, a realização de reuniões online, não apenas prejudica as discussões, mas também, dificulta a mobilização em torno das pautas discutidas nos espaços institucionais.

Estes mecanismos aparecem como soluções errôneas à falta de orçamento das universidades públicas. A ausência de recursos tem tornado cada vez mais difícil arcar com custos de deslocamento para fins da pesquisa (bancas, palestras,  reuniões, entre outros).

Gostaríamos de convidar a todos e todas para a sessão do CUn amanhã (10/08) às 14h para discutir cada ponto nocivo da RN 095! 

Nós da APG não iremos nos calar frente às tentativas de intimidação!

Seguimos na luta! 

1  Estiveram presentes no ato representantes dos Servidores Técnicos Administrativos em Educação e 11 entidades estudantis: Associação de Pós-Graduandos (APG), Diretório Central do Estudantes (DCE), Centro Acadêmico Livre de Psicologia (CALPSI), Centro Acadêmico Livre de Arquitetura e Urbanismo (CALA), Centro Acadêmico Livre de Pedagogia (CALPE), Centro Acadêmico Livre de Serviço Social (CALISS), Centro Acadêmico de Cinema (CACINE), Centro Acadêmico Livre de Computação (CALICO), Centro Acadêmico de Educação Física (CAEF), Centro Acadêmico Livre de Geografia (CALIGEO), Centro Acadêmico de Engenharia de Materiais (CAMAT)

 

Para mais informações sobre as posições da APG acerca das Reformas na Pós-Graduação, acesse os seguintes links:

https://apg.ufsc.br/2021/07/07/por-que-a-apg-defende-a-discussao-da-rn-095-ou-quem-tem-medo-de-debate-ampliado-no-ultimo-conselho-universitario-cun-que-aconteceu-no-dia-29-de-junho-foram-a-pauta-duas-resolucoes-normativas-que/

https://apg.ufsc.br/2021/06/25/voce-sabia-que-duas-resolucoes-que-alteram-profundamente-a-pos-graduacao-da-ufsc-estao-em-discussao-no-conselho-universitario/

03 de Agosto: Ato presencial na UFSC pela ampliação dos debates da RN 095

30/07/2021 15:29

Na próxima terça, dia 03 de Agosto, a Resolução Normativa 095 volta para a discussão no Conselho Universitário (CUn) e a APG convida a todos para se unir à entidade e aos estudantes de graduação em uma intervenção presencial na UFSC durante a realização da reunião, com concentração a partir das 13h, no varandão do CCE.

Na última sessão da instância, após intensa manifestação dos estudantes pela ampliação dos debates em torno das resoluções 015 e 095, os conselheiros votaram se estas seguiriam na pauta ou seriam retiradas, para que se pudesse pensar processos de debates amplos acerca das mesmas. Entretanto, a votação sobre a permanência ou não na pauta foi realizada de forma separada para cada resolução, mantendo a 095 em discussão. A APG pediu vistas do processo e na próxima reunião deve apresentar seu parecer sobre como o processo deve ser encaminhado.

Com a pandemia e a realização de reuniões online, tem sido muito mais fácil tocar discussões de forma atropelada e falseando a democratização dos processos de debate, realizando-se no máximo consultas públicas, onde se realizam contribuições individuais, sem profundas e coletivas reflexões, que reverberem nos processos decisórios. 

Durante as atividades presenciais na Universidade, quando o CUn tentava aprovar políticas sem debate com a comunidade universitária, ou passando por cima da decisão desta, os movimentos da universidade iam para a porta da sala dos Conselhos cobrar pessoalmente aqueles que eram responsáveis por ferir o caráter público dessa instituição. Foi assim quando o REUNI foi aprovado, assim como a EBSERH, que abriu um precedente absurdo na universidade com sua aprovação dentro do quartel da polícia militar. 

E se a votação sobre essas resoluções da pós estivesse acontecendo presencialmente na universidade hoje? Como seria a postura dos Conselheiros?

É por isso, que a APG convida toda a Pós-Graduação a se juntar a uma intervenção presencial na universidade, junto dos estudantes de graduação.

Nos perguntamos por que a universidade prioriza, neste momento, o debate sobre a inserção de mensalidades e a descaracterização da pós-graduação? Ao invés de debater sobre como podemos enfrentar os cortes de bolsa e pressionar o governo federal para que os recursos da instituição e de fomento à pesquisa sejam restabelecidos. 

Está cada dia mais difícil viver em Florianópolis, com os aluguéis e a cesta básica nas alturas. Em nenhum momento a UFSC, como instituição que deveria desenvolver o pensamento mais avançado com relação aos dilemas da sociedade catarinense e que influenciam a vida da comunidade universitária, se coloca para pensar a raiz desses problemas. Apenas se ajusta ao que esses dilemas nos impõem, de forma que seu papel enquanto universidade se perde cada vez mais.

Estes e outros motivos nos levam a buscar retomar as tradições dos movimentos estudantis que se colocam em defesa de uma universidade pública viva e crítica. Vamos juntes na terça!

O que? Intervenção Presencial na UFSC

Quando? 03 de Agosto, às 13h

Onde? Varandão do CCE

E se eu não puder comparecer presencialmente? Contribua com a pressão online, no chat do Youtube da transmissão da reunião! (link da transmissão: https://www.youtube.com/watch?v=upDGzl8A_fE) 

 

POR QUE A APG DEFENDE A DISCUSSÃO DA RN 095? OU QUEM TEM MEDO DE DEBATE AMPLIADO?

07/07/2021 19:36

No último Conselho Universitário (CUn), que aconteceu no dia 29 de junho, foram à pauta duas Resoluções Normativas que tratam do funcionamento da pós-graduação na UFSC. São as resoluções 015 e 095. A Reitoria da UFSC quer reformar toda a Pós-Graduação da UFSC sem permitir um amplo debate com a comunidade universitária! O reitor Ubaldo e a pró-reitora Cristiane Derani têm tentado aprovar as mudanças como um trator, sem que estudantes, professores, técnicos em cada programa possam avaliar as propostas, discutir e se posicionar. Por que a reitoria tem medo do debate?

Destacamos as principais mudanças no texto publicado no dia 25 de junho escrito a partir de uma reunião da nossa entidade em que debatemos com mais de 80 estudantes as resoluções e avaliamos coletivamente que suas mudanças são extremamente deletérias aos Programas de Pós-Graduação. Defendemos que, frente às modificações tão substanciais na pós-graduação, o mínimo que deve acontecer é ampliar os debates. Queremos discutir nesse texto as razões para ampliar o debate da proposta de resolução normativa 095 e apresentar nossa avaliação acerca da forma como o Conselho Universitário tratou essa questão na sua última reunião. Não trataremos, por ora, do debate sobre a resolução 015, uma vez que a mesma foi tirada de pauta e adiada a discussão no próprio Conselho Universitário (Cun).

Logo no início da reunião do Cun do dia 29/06, as conselheiras Amanda e Mariana, representantes da APG no CUn, apresentaram um pedido para que fossem retiradas ambas as resoluções de pauta. Uma vez que entendemos que o que vem sendo apresentado é uma reforma totalizante da pós-graduação, as quais todos os programas terão que se adequar no próximo período. Além de que esse debate não se deu fora das instâncias da reitoria, a saber, do próprio CUn e da Câmara de Pós-Graduação e suas comissões. Ou seja, a esmagadora maioria dos estudantes e professores de pós-graduação sequer tem conhecimento sobre a natureza das resoluções propostas.

Confira as falas de nossas representantes no Cun:

Fala da Amanda sobre o pedido de retirada das pautas 
Fala da Mariana sobre o pedido de retirada das pautas

A proposta de resolução RN 095 voltará a ser discutida na próxima reunião do CUn, ainda sem data definida, mas deve acontecer antes do final do mês de julho. Nossa defesa tem sido pela ampliação do debate sobre essa resolução, pois ela muda completamente o sentido da pós-graduação que temos atualmente, ao encurtar o tempo para a formação e com a disjunção do mestrado e doutorado. As pressões são cada vez maiores para transformar a passagem pela pós-graduação em enlatada e fragmentada, sendo que sabemos que essa é uma experiência que leva seu tempo de apreensão intelectual – que, diga-se de passagem, já é curto e nem sempre foi como conhecemos hoje, muitos de nossos professores fizeram suas pós-graduações com muito mais tempo do que dois anos para o mestrado e quatro anos para o doutorado. A formação de professores e pesquisadores precisa ser densa e sólida e por isso necessita de tempo, infraestrutura e dedicação!

Além de trazer uma mudança que altera o caráter da pós, as modificações na resolução também versam sobre assimilar o meio virtual como espaço de deliberações importantes, como é o caso da implementação das reuniões online mesmo após o fim da pandemia, sem maiores discussões com sua comunidade. Em um modelo onde as discussões são cada vez mais reduzidas e decisões forçosamente tomadas às pressas. Consolidada a alteração, vai resultar em mais dificuldades para mobilizar a comunidade universitária em torno de uma pauta comum, é de interesse dos estudantes que as reuniões sejam abertas, presenciais e verdadeiramente acessíveis! 

Na última reunião do CUn, após pedirmos a retirada de pauta de ambas resoluções, o que se seguiu foram falas de muitos conselheiros com alegações falsas de que estavam sendo confundidas as resoluções 095 e 015, e que só a 015 traria problemas para pós-graduação por causa que nela há proposição de cursos pagos, parece que para alguns é aceitável qualquer alteração que seja na pós-graduação, contando que mantenha a gratuidade, mas para nós tudo que altera a qualidade, encurta, sucateia a pós-graduação é imprescindível! Além disso, muitos conselheiros  defenderam a necessidade de aprovar logo as referidas reformas já que estavam tramitando há um certo tempo. Mesmo com a defesa de que era necessário um processo de debate verdadeiramente democrático que envolvesse estudantes, professores e técnicos, os quais são os mais imediatamente atingidos, parte dos conselheiros continuou negando constantemente essa demanda e afirmando que os debates nas instâncias superiores bastavam para um processo democrático, uma vez que são públicos. 

Ao mesmo tempo, inclusive, foram feitas alegações por parte da própria pró-reitora de pós-graduação, professora Cristiane Derani,  de que o Cun não seria o espaço para discutir politicamente a pauta, mas sim uma instância encaminhativa e burocrática de adequação técnica. Segundo os defensores da aprovação das Resoluções Normativas, por se tratar de uma mera questão técnica e por já estar tramitando há algum tempo, não haveria necessidade de ampliar o debate para o restante da comunidade universitária. 

Nada mais falso e contraditório à própria Universidade, essa posição é contrária ao exercício crítico que compete às universidades públicas. Esse Conselho não deveria se ocupar de passar todas as demandas que a este chegam, mas fazer as discussões necessárias com todas as questões que tocam a política desta instituição. Medidas que deixam consequências danosas para as pesquisas devem ser sempre combatidas, ainda que venham de recomendações de órgãos como CAPES ou STF. O exercício da autonomia universitária é o de poder colocar tudo sobre análise e crítica.

Enquanto isso, a comunidade universitária se manifestava no chat no canal do conselho. Uma manifestação importante, mas que muitos conselheiros se sentiram à vontade para ignorar a movimentação. Não fosse a pandemia e esse conselho estivesse acontecendo presencialmente, nós não temos dúvidas de que aqueles que ali estavam lotando as mensagens do chat estariam na porta do conselho fazendo o mesmo pedido, suas vozes teriam ganhado mais força  e não seriam facilmente desconsideradas.

Fala da Conselheira Amanda sobre a importância do debate democrático e a autonomia universitária

Ao final das falas que defendiam a retirada ou a manutenção da pauta, o pedido da APG de retirar as duas resoluções foi rapidamente tratorado: separaram a votação das duas resoluções para votação da retirada ou não das pautas. Com as votações, decidiu-se que se retiraria da pauta a resolução 015 e manteria a resolução 095 (por uma diferença de dois votos apenas). 

Ainda a pró-reitoria de pós-graduação tentou colocar o pedido como urgência, o que obrigaria o Conselho Universitário concluir a debater e deliberar naquele mesmo dia. O pedido não foi acatado pela maioria dos conselheiros e a entidade decidiu pedir vistas do processo, tanto para apresentar a nossa posição quanto para permitir que a comunidade ganhe tempo para debater essa mudança tão séria. Nosso esforço tem sido de fazer o debate chegar ao maior número de pessoas na Universidade e nos chama atenção o atropelo com que essa discussão tem se dado e deixando algumas questões: 

Por que tanta pressa da pró-reitoria de pós-graduação em ter que votar essa resolução naquele mesmo dia, o primeiro dia em que os conselheiros iriam debater a questão da reforma na pós-graduação? Por que a insistência de argumentar que o Conselho Universitário, instância máxima de decisão da universidade, não deveria basear suas decisões para além de questões formais e técnicas? Quem e por que tem medo de debater suas propostas para a Universidade fora dos espaços institucionais e restrito a poucos representantes? E diga-se de passagem, em que estudantes são minoria!  Não teriam os próprios programas de pós-graduação, seu quadro técnico, seus professores e seus estudantes nada a dizer sobre essas resoluções?  

 

Convidamos todas e todos a participarem das reuniões de nossa entidade para construir conosco este e outros debates. Venha lutar com a gente!

Você sabia que duas resoluções que alteram profundamente a pós-graduação da UFSC estão em discussão no Conselho Universitário?

25/06/2021 12:39

Se você é estudante da pós-graduação e ainda não escutou as discussões sobre as Resoluções Normativas 015 e 095, a culpa não é sua. Apesar da gravidade destas, praticamente não se tem falado sobre seus impactos. Muitos membros dos colegiados de pós-graduação, centros de ensino e programas sequer estão sabendo que há esta alteração em curso. Por isso, a Associação de Pós-Graduandos da UFSC está circulando este texto. Pedimos a todas e todos que leiam com bastante atenção e se somem na luta contra a aprovação dessas resoluções normativas.

A Resolução Normativa 095 (Número do processo para consulta no SPA/UFSC: Processo  23080.030524/2019-04) altera a principal resolução que rege a pós-graduação stricto sensu na UFSC. 

Uma das questões apresentadas é a de alteração do caráter do mestrado e doutorado. As mudanças apontam no sentido de facilitar o “upgrade” do primeiro para o segundo, encurtando o tempo de formação. Ainda que o cenário deixe muitos pesquisadores aflitos para terminar suas pesquisas, essa facilitação pode significar a perda do caráter intelectual desses anos de formação no mestrado e doutorado. O tempo da pesquisa é também o tempo de formação dos pesquisadores. Há uma tendência – já consolidada em outros países – de que o mestrado e o doutorado sejam autônomos. Nestes países, o primeiro seria destinado para aqueles que pretendem ser professores, ao passo que o segundo, para a carreira da pesquisa. Dessa forma desintegra-se o papel do professor-pesquisador, trazendo prejuízos para toda a universidade.

Além disso, a resolução abre margem para que cursos de pós-graduação sejam ofertados fora da sede dos programas. Isso pode significar que alguns programas estabeleçam parcerias com empresas privadas, aproximando a formação de pesquisadores das demandas do mercado de trabalho. Chama atenção que essa possibilidade é ventilada justamente quando as universidades estão atravessando uma crise orçamentária. 

A resolução também apresenta a possibilidade de ampliação das reuniões online mesmo após o fim da pandemia, incorporando a possibilidade de discentes participarem das reuniões via tecnologias online. Na prática, essa normativa institucionaliza o modelo remoto de reuniões, no qual o caráter e a ampliação dos debates ficam extremamente comprometidos. Temos visto como tem sido mais difícil, dada essa condição, produzir discussões mais densas ou ainda mobilizar a comunidade universitária em torno de uma pauta comum. Por isso, se aprovação desta proposta deixaria marcas profundas na forma como a qual a universidade irá funcionar após o fim da pandemia. 

A Resolução Normativa N.º 15/CUn/2011 (Número do processo para consulta no SPA/UFSC: 23080.018994/2019-91) dispõe alterações na pós-graduação lato sensu. A instituição do modelo semipresencial de ensino na pós-graduação traz para a universidade a possibilidade de inserção do modelo híbrido de ensino, no qual seriam mescladas as presenças físicas e a modalidade remota. Com a experiência do modelo de Ensino Remoto, vivenciamos cotidianamente a precarização e simplificação de currículos, não só por conta da impossibilidade de realizar atividades práticas neste meio, mas com as aulas teóricas prejudicadas com o esvaziamento dos debates em sala. Isso nos alerta para os limites de uma formação remota. A proposta apresentada agora nesta resolução compactua com um modelo proposto pelo capital para a ampliação de suas tecnologias educativas sob bandeiras de “modernização”, mas que nada mais é que uma fragmentação da formação.  A tentativa de dissociar a prática da teoria é uma falácia conveniente, já que ambas as atividades se alimentam, constroem e nascem de um exercício crítico e não da mera reprodução. Ao trocar o trabalho docente por inserção de tecnologias ou de vídeos gravados, deixando o espaço presencial apenas para a parte chamada de “prática”, a experiência da educação passa a ser mera massificação, com repetições de conteúdos ao invés de avanços em debates críticos.

Com a regulamentação na resolução do doutorado profissional e da possibilidade de entrega de outro texto no lugar da tese, como compilados de artigos, fica explícito o teor danoso para a formação intelectual na pós-graduação. A saída de regulamentar o que hoje já está presente na universidade, aproxima um campo que deveria estar voltado para o avanço das áreas de produção de ciência, arte e filosofia para o atendimento de demandas profissionais, respondendo às exigências imediatas do mercado. A complexidade do processo de formação universitária exigida para quem entra no doutorado requer uma trajetória intelectual. Esta irá ser traduzida no desenvolvimento de uma hipótese própria para a escrita da tese. Para isso, é necessário um tempo para a compreensão e elaboração de tais estudos. 

Além disso, consolida a abertura de suas portas ao modelos privatistas de universidade, ao instituir a cobranças de mensalidade para pós-graduação lato sensu. Com os cortes cada vez mais devastadores no orçamento universitário e problemas de financiamento nas pesquisas, a volta da proposta de cobrança em especializações dentro da Universidade Pública é ultrajante, pois abre brecha para que cada vez mais assimilemos essa lógica e esta se expanda para o restante da pós-graduação e universidade como um todo. Até quando poderemos chamar a universidade de pública quando vemos cada vez mais seus espaços pautados pelo capital, por parcerias e convênios como se fossem a única saída para o problema orçamentário que temos enfrentado?  

Ambas as resoluções generalizam e institucionalizam diversas políticas extremamente deletérias para a pós-graduação. Estas discussões não podem ficar ocultas à comunidade universitária. Caso isso ocorra, as mudanças só serão percebidas ao serem pouco a pouco assimiladas no cotidiano, naturalizando práticas extremamente danosas. Por isso, é fundamental que essa discussão seja realizada nos programas. Também achamos pertinente acompanhar a próxima sessão do Conselho Universitária, na qual provavelmente será discutido sobre o tema.

Convidamos os pós-graduandos a manifestarem sua indignação no chat da transmissão online e pressionarem os Conselheiros por e-mail pedindo a ampliação dos debates das duas resoluções e a adiarem a votação. A lista com os e-mails dos membros do Conselho encontra-se logo abaixo.  

A APG irá divulgar diversos materiais sobre o tema em nossas redes, acompanhe!

Some-se nessa luta com a gente!

 

Lista com o e-mail dos Conselheiros: 

ubalth@gmail.com.br

ubaldo.cesar@ufsc.br

catia.carvalho@ufsc.br

aureo.moraes@ufsc.br

raquel.p@ufsc.br

daniel.s.vasconcelos@ufsc.br

tereza.cristina@ufsc.br

cristiane.derani@ufsc.br

sr.soares@ufsc.br

maique.biavatti@ufsc.br

rogerio@inf.ufsc.br

rogerio.bastos@ufsc.br

graziela.canto@ufsc.br

rosete.pescador@ufsc.br

marlene.grade@ufsc.br

carmen.muller@ufsc.br

t.montagna@ufsc.br

alexandre.verzani@ufsc.br

cristine.bressan@ufsc.br

oscar.bruna.romero@ufsc.br

claudia.nedel@ufsc.br

f.lopes@ufsc.br

marianne.stumpf@ufsc.br

salomao@cce.ufsc.br

salodesigner@gmail.com

marie.helene.torres@ufsc.br

marie.helene.torres@gmail.com

michel.saad@ufsc.br

cintia.freitas@ufsc.br

cintiadelarocha@gmail.com

j.dalpupo@ufsc.br

tiago.turnes@ufsc.br

alberto.brunetta@ufsc.br

aabrunetta@gmail.com

roseli.cerny@ufsc.br

m.hartung@ufsc.br

diretor.cfh@contato.ufsc.br

jacques.mick@ufsc.br

carlos.vieira@ufsc.br

paulo.pinheiro.machado@ufsc.br

nilton.branco@ufsc.br

luiz.madureira@ufsc.br

tatiane.maranhao@ufsc.br

santiago.yunes@ufsc.br

jipilati@matrix.com.br

jose.isaac.pilati@ufsc.br

samuelmattos346@gmail.com

claudio.macedo@ufsc.br

clauruas@gmail.com

grazielly.baggenstoss@ufsc.br

grazyab@gmail.com

fabricio.souza.neves@gmail.com

fabricio.souza.neves@ufsc.br

ricardo.magini@ufsc.br

celso.spada@ufsc.br

jeferson.rodrigues@ufsc.br

irineu.manoel@ufsc.br

denize_casagrande@yahoo.com.br

denize.casagrande@ufsc.br

pedro.inpeau@gmail.com

pedro.melo@ufsc.br

maria.c@ufsc.br

edson@das.ufsc.br

edson.pieri@ufsc.br

sergio.peters@ufsc.br

g.varvakis@ufsc.br

sergio.gargioni@ufsc.br

eugenio.simao@gmail.com

eugenio.simao@ufsc.br

anderson.perez@ufsc.br

gisele.lovatel@ufsc.br

gilovatel@gmail.com

matheus.acosta@ufsc.br

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adriano.peres@ufsc.br

l.r.santos@ufsc.br

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juliano.wendt@ufsc.br

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HOJE: Reunião ampliada pós por bolsas UFSC!

13/05/2021 11:45

Essa semana as reitorias das universidades federais estão vindo a público declarar que não podem continuar funcionando com o orçamento que está sendo disponibilizado até então. As bolsas de pós-graduação compõem esse cenário de estrangulamento de recursos que leva ao fim das universidades públicas. A luta pelas bolsas não está desvinculada da luta pela recomposição do orçamento das universidades!

Na UFSC já estamos nos movimentando e na reunião de hoje daremos repasses sobre a reunião que realizamos com a propg sobre o total de bolsas disponíveis no momento. Alguns programas também estão se reunindo para pensar como podem contribuir com essa mobilização. Tragam suas questões para a reunião de hoje para somar com a gente!

Estamos programando também para os próximos dias uma intervenção na UFSC para chamar atenção para este cenário.

Junte-se a nós para lutar pela produção científica nacional e pelas universidades públicas!

Nossa reunião é hoje, 13/05! Nos vemos às 19h, neste link.

Próxima reunião ampliada da pós UFSC na luta por bolsas e remuneração!

28/04/2021 22:29

29/04 (quinta), às 19 horas.

Link para a reunião: https://meet.jit.si/APGUFSC-29-04-2021-1900-EXTRA-BOLSAS

A articulação criada nas últimas semanas para lidar com a luta contra os cortes de bolsas de pós-graduação se reunirá nesta quinta, 29/04, às 19h, para discutir o andamento dos trabalhos dos GTs e os próximos passos. Todas e todos com interesse em se somar à luta estão convidadas/os – há muita luta pela frente!

Saiba mais sobre a articulação:

Repasse da primeira reunião
Repasse da segunda reunião
Manifesto aos discentes, docentes e TAEs por bolsas de pesquisa na pós-graduação da UFSC

Manifesto aos discentes, docentes e TAEs por bolsas de pesquisa na pós-graduação da UFSC

26/04/2021 09:21

Abril, 2021.

Endereçamos este manifesto a todas as categorias de trabalhadores da universidade que estão implicadas no compromisso pelo desenvolvimento de pesquisa científica. Nosso objetivo não poderia ser outro senão fazer com que a UFSC se levante contra a precarização que atinge massivamente o investimento em pesquisa, perturbando as já precárias condições materiais a que se submetem aqueles que desejam cursar uma pós-graduação pública.

Frente ao grande desmonte do financiamento em educação e pesquisa no Brasil, os estudantes de pós-graduação da UFSC estão se reunindo para discutir a situação atual dos Programas de Pós-Graduação de nossa universidade. A articulação iniciada e organizada pela Associação de Pós-Graduandos da UFSC (APG) tem realizado reuniões para debater o enorme vácuo de bolsas de fomento em nossos mais diversos cursos de pós-graduação e elaborar as ações iniciais dessa luta.

Não queremos mais que a universidade tenha uma direção omissa e complacente com a destruição da universidade e do fazer científico! Acreditamos que a política de investimento em pesquisa e ciência é um elemento basilar para a Universidade Pública e função social do Estado, e que em virtude disso aquela deve promover um desenvolvimento científico ligado às necessidades e dilemas da população brasileira. É por essa razão que as pesquisas desenvolvidas nas universidades públicas devem interessar a todos, sejam ou não membros da comunidade acadêmica.

Os cortes de bolsas e outras verbas das Universidades Públicas ocorrem há muitos anos e vem aumentando progressivamente. No início de 2020, a CAPES definiu um novo critério para distribuição de bolsas de pós-graduação. Na prática, essa mudança significou um corte drástico para a maioria das universidades brasileiras – somente na UFSC foram cortadas mais de 600 bolsas. Como sabemos, mesmo a totalidade desses cortes não veio de maneira imediata: parte das bolsas foram transformadas em “bolsas emergenciais” e mantidas até o final do ciclo daqueles bolsistas. Conforme as defesas dos respectivos trabalhos de conclusão foram acontecendo (algumas ainda por acontecer), as bolsas foram e serão extintas. O modelo de corte se apresentou como um dos fatores decisivos para a dificuldade generalizada de mobilização, dentro e fora da categoria, já que as primeiras turmas diretamente afetadas por eles só ingressariam mais tarde na pós-graduação.

Além disso, ainda em 2020, um levantamento feito pela APG mostrou que a UFSC vem sofrendo cortes de bolsas também do CNPq. Muito embora existam outros programas de fomento científico, tais programas são insuficientes, pouco transparentes e, em geral, de cunho privado.

Soma-se a isso o fato de que o último reajuste das bolsas de pós-graduação ocorreu em abril de 2013, desde então o valor das bolsas de mestrado é de R$1500 e das bolsas de doutorado R$2200. Desde 2013, a inflação corroeu cerca de 35% do valor dessas bolsas, corrigido pelo IPCA. Em preços de 2013, o valor da bolsa de mestrado seria hoje cerca de R$970, enquanto o da bolsa de doutorado seria cerca de R$1400 – valores que dificilmente dão conta das necessidades básicas do estudante, como aluguel, alimentação, transporte, livros, etc.

Na ausência de fomento consistente à produção científica, os estudantes, quando não desistem dos programas, precisam trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Como consequência, este pesquisador deixa de dedicar horas para o desenvolvimento da sua pesquisa para se dedicar a trabalhos que, algumas vezes, não possuem sequer relação com a área de conhecimento na qual está inserido.

Ainda que nós sejamos os primeiros – ou, junto da graduação, os mais vulneráveis – a sentirem os efeitos imediatos da retirada massiva de fomento à pesquisa acadêmica, tendo de realizar toda a pesquisa enquanto concilia com um trabalho precário e fora da universidade (quando não desistindo de continuá-la por completa falta de condições materiais), sabemos que essa pauta não diz respeito apenas ao conjunto da universidade – discentes, docentes e técnicos administrativos – mas sim toda a sociedade.

Portanto, convidamos todos os pós-graduandos a participarem conosco nessa articulação, colocando-se um a um – mas juntos – às tarefas que a realidade nos impõe! Para além de uma articulação de pós-graduandos, faz-se urgente que também nossos orientadores, colegiados e coordenadores de Programas discutam o tema e tomem parte do processo. No que diz respeito à instituição, é necessário que os quadros dirigentes da administração da UFSC façam pressão em conjunto com outras Universidades Públicas e no âmbito dos fóruns entre dirigentes dessas universidades. Convocamos os docentes e as instâncias de representação máxima desta instituição, a Reitoria da Universidade e a Pró-Reitoria de Pós-Graduação, a disputarem conosco pelas bolsas. É preciso não adotar mais uma vez a política de gerenciamento de migalhas, mas, ao contrário, fazer esforços efetivos, com cobranças aos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, para reconstituição e aumento do financiamento à pesquisa nas Universidades Públicas.

Nossa próxima reunião está agendada para quinta-feira, dia 29 de abril, às 19h. O link para participação está sendo divulgado pela Associação de Pós-Graduandos da UFSC. Convidamos a Pós-graduação, não só a participar dos espaços promovidos pela APG, mas também a construir a luta em seus Programas e em seus cursos.

Converse com seus colegas de Programa, com os representantes discentes dos colegiados e centros de ensino, e vamos construir uma mobilização em nossa universidade pela manutenção da qualidade de nossas pesquisas!

Articulação de Pós-Graduandos na Luta por Bolsas
Associação de Pós-Graduandos | Universidade Federal de Santa Catarina

Repasse da segunda reunião da articulação de pós-graduandos na luta por bolsas na UFSC: Criação de grupos de trabalho e mais! Participe!

20/04/2021 15:46

Há duas semanas, por convocação da APG-UFSC, uma articulação de pós-graduandos na luta por bolsas foi formada na UFSC para reunir esforços em torno do mapeamento da atual situação de bolsas na universidade.

Na segunda reunião do grupo de pós-graduandos, realizada na última quinta-feira (15/04, às 19h), qualificamos os passos iniciais desse esforço. Juntos, a articulação de pós-graduandos deverá levantar o quantitativo de bolsas em cada Programa de Pós-Graduação, as fontes de fomento, os tipos de cota dessas bolsas e, muito importante, a quantidade de discentes sem bolsa que precisariam de remuneração para seguir adiante sua formação. Além disso, a articulação entrará em contato com discentes de diferentes cursos para fomentar as articulações internas e a necessária pressão nos colegiados para que todas as informações sobre bolsas sejam divulgadas e as reuniões discentes aconteçam.

Todos esses objetivos foram firmados na delimitação das tarefas fundamentais e na divisão do trabalho. Consequentemente, quatro GTs foram formados. Informações sobre os GTs e as tarefas a eles incumbidas constam na relatoria da reunião. Acesse a ata completa aqui.

Se você é pós-graduando(a) e quer ajudar no levantamento conjunto desses dados e na agitação em torno deles, entre em contato com a APG para fazer parte do grupo no WhatsApp e, no grupo, disponha-se a participar de algum grupo de trabalho.

Cada GT executará suas tarefas ao longo das próximas duas semanas e toda a articulação voltará a se encontrar em reunião virtual no dia 29/04/2021 (quinta-feira), às 19h.

A APG-UFSC agradece a insubstituível presença de todos os(as) colegas pós-graduandos(as) e conta com a firme presença de todos nessa articulação por bolsas!

Qualquer dúvida, entrem em contato pelas redes ou pelo e-mail.

Segunda reunião ampliada pós/UFSC: Luta da categoria por bolsas e remuneração! | 15/04/2021, 19h

14/04/2021 23:21

Na última quinta-feira (08/04), às 19h, a Associação de Pós-Graduandos(as) da UFSC reuniu-se com a categoria para discutir a atual situação de cortes de bolsas na UFSC. Diante de inúmeros relatos de turmas inteiras que entraram e entrarão sem remuneração (bolsa) e, portanto, desenvolverão o trabalho científico sem nada receber pelo dispêndio de tempo e energia, os(as) pós-graduandos(as) encaminharam a criação de uma articulação de luta pelas bolsas na UFSC. A relatoria completa da nossa reunião foi disponibilizada aqui na página da APG.

Entre as proposições levantadas ao longo do debate, que contou com a presença de 80 pós-graduandos(as) dos mais diversos Programas de Pós-Graduação (PPGs) da universidade, constava a necessidade de estabelecermos um canal de comunicação entre os colegas interessados a fim de pensarmos conjuntamente os próximos passos dessa articulação, o levantamento local dos cortes de bolsas na pós-graduação, a exigência de posicionamentos mais firmes dos PPGs e, da parte deles, a liberação de informações que desde sempre permanecem sob a falta de transparência das Coordenadorias e da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UFSC.

Ao fim do encontro, a categoria tirou uma próxima data para a SEGUNDA REUNIÃO AMPLIADA DOS(AS) PÓS-GRADUANDOS(AS) DA UFSC, na qual se pensará precisamente a execução dos encaminhamentos levantados no primeiro encontro – o CORPO DE AÇÕES que deve encadear a luta local da categoria por bolsas e remuneração.

Nessa segunda reunião ampliada, dada a demanda trazida por colegas pós-graduandos(as) surdos(as), teremos profissionais TILSP (Tradutores e Intérpretes de Língua Brasileira de Sinais e Português).

Por fim, um grupo do WhatsApp será criado para envolver os pós-graduandos(as) participantes da articulação. Caso tenha interesse em fazer parte das reuniões e, em virtude disso, queira estar no grupo, entre em contato com a APG.

QUANDO? 15/Abril/2021.
QUE HORAS? 19h
ONDE?
No link • tinyurl.com/posUFSC1504bolsas

Contamos com a insubstituível presença de todos(as) vocês! Qualquer dúvida, entre em contato conosco.

Vamos juntos e juntas, lutando pela adequada remuneração do nosso trabalho e pela necessidade da pesquisa científica!

Tags: bolsaBolsasmobilização

Repasse da reunião ampliada sobre cortes de bolsas na pós-graduação UFSC

11/04/2021 21:22

Na última quinta-feira (08/04), às 19h, a Associação de Pós-Graduandos/as da UFSC reuniu-se com a categoria para discutir a atual situação de cortes de bolsas na UFSC. Diante de inúmeros relatos de turmas inteiras que entraram e entrarão sem remuneração (bolsa) e, portanto, desenvolverão o trabalho científico sem nada receber pelo dispêndio de tempo e energia, os/as pós-graduandos/as encaminharam a criação de uma articulação de luta pelas bolsas na UFSC.

Entre as proposições levantadas ao longo do debate, que contou com a presença de 80 pós-graduandos(as) dos mais diversos Programas de Pós-Graduação (PPGs) da universidade, constava a necessidade de estabelecermos um canal de comunicação entre os colegas interessados a fim de pensarmos conjuntamente os próximos passos dessa articulação, o levantamento local dos cortes de bolsas na pós-graduação, a exigência de posicionamentos mais firmes dos PPGs e, da parte deles, a liberação de informações que desde sempre permanecem sob a falta de transparência das Coordenadorias e da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UFSC.

Ao fim do encontro, foi tirada uma próxima data para a segunda reunião ampliada entre pós-graduandos, na qual se pensará precisamente a execução dos encaminhamentos levantados no primeiro encontro – o corpo de ações que deve encadear a luta local da categoria.

Quando: 15/Abril/2021.
Que horas: 19h.
Onde: tinyurl.com/posUFSC1504bolsas

Acesse a ata completa da reunião ampliada aqui.

A APG-UFSC agradece a insubstituível presença de todos os/as colegas pós-graduandos/as e conta com a firme presença de todos na próxima reunião! Qualquer dúvida, entrem em contato pelas redes ou pelo e-mail.