MOÇÃO DE APOIO EM DEFESA DA COMCAP PÚBLICA

23/09/2021 20:12
A APG vem a público manifestar seu apoio aos trabalhadores da Comcap e à luta que trava o Sintrasem em defesa da Comcap 100% pública. Repudiamos a violência com a qual a prefeitura de Florianópolis vem tratando a categoria e seu sindicato. Abaixo reproduzimos moção de apoio assinada em conjunto com outras entidades e organizações:

Nós, representantes de movimentos comunitários e sociais, nos manifestamos contrários à privatização dos serviços de limpeza pública na cidade de Florianópolis, realizada há mais de 40 anos pela autarquia municipal COMCAP. A Prefeitura Municipal de Florianópolis, sob a gestão do Prefeito Gean Loureiro, deve cumprir a  decisão judicial que proíbe a terceirização dos serviços e determina o fim do contrato com a empresa Amazon Fort.

Gean Loureiro, contra a determinação da justiça, mantém o contrato com a empresa Amazon Fort, com diversas irregularidades contratuais, legais e administrativas, conforme ações judiciais em curso.

Na tribuna da Câmara Municipal de Florianópolis, o próprio líder do governo, o Vereador Renato fez um forte depoimento, indicando indícios de falcatruas, com repercussão em nosso meio ambiente. As acusações são  sérias e merecem investigações.

Alguns depoimentos extraído da pronunciamento do Vereador Renato, que merece atenção especial:
(….)
“”E nós não soubemos que as denúncias contra esta empresa eram são cabeludas”.
“Não sabia que era uma empresa para escravizar funcionário”.
“Eu fui enganado, eu não sabia que iriam se locupletar com uma empresa desse porte”.
“Uma empresa desse porte que tem denuncia desde o Acre, pelo Brasil afora, um empresa que não presta e faz negócio”.
“Essa  sujeira colocou pela cidade a fora é para agradar quem?””

Diante de tantos indícios e denúncias de falcatruas e ilegalidades, esta operação de privatização dos serviços públicos de limpeza urbana, levada a cabo insistentemente pelo Prefeito Gean Loureiro, causa estranheza e merece ser combatida.

Portanto, nós abaixo assinados reiteramos nosso apoio à COMCAP PÚBLICA E DO POVO DE FLORIANÓPOLIS, CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA PÚBLICA.

A COMCAP É DO POVO!!!

Adesões à moção de apoio em defesa da COMCAP Pública:

  1. Afronte! Santa Catarina
  2. Assentamento Comuna
  3. Amarildo de Souza
  4. Associação de Moradores da Lagoa do Peri – ASMOPE
  5. Associação de Moradores Das Areias , Campeche – Fpolis – AMAREIAS 
  6. Associação de Moradores do Campeche – Fpolis – AMOCAM 
  7. Associação de Moradores do Loteamento Santos Dumont – Carianos – Fpolis  -AMOSAD
  8. Associação de Moradores do Porto da Lagoa – Fpolis – AMPOLA
  9. Associação de Moradores do Sol Nascente – Saco Grande – Fpolis –  AMSOL 
  10. Associação dos Moradores da Servidão Farias – Maciço Morro da Cruz – Fpolis  – AMOSF
  11. Associação dos Moradores e Amigos da Praia do Matadeiro – Fpolis- AMAPRAM
  12. Associação dos pós graduandos da UFSC
  13. Associação dos Professores da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC – APRUDESC
  14. Associação dos Professores da Universidade Federal de SC –  UFSC – APUFSC 
  15. Associação Força de Marias  – Serrinha Morro da Cruz
  16. Associação Rádio Comunitária Campeche – ARCCA
  17. BR Cidades SC
  18. Brigadas Populares
  19. Caminhada Antiproibicionista
  20. Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – Grande Florianópolis – CTB
  21. Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil -SC – CTB
  22. Central Sindical e Popular Conlutas SC – CSP
  23. Central Única dos Trabalhadores SC – CUT
  24. Central Única dos Trabalhadores SP – CUT
  25. Centro Acadêmico Livre de História – UDESC – CALHI
  26. Centro Acadêmico Livre de Serviço Social – UFSC – CALISS
  27. Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro – CFCAM  
  28. Coletivo Lula Presidente
  29. Coletivo Tecendo Redes
  30. Coletivo Tenda da Democracia Florianópolis
  31. Coletivo Unidade Nas Lutas
  32. Coletivo Unidade nas Lutas – Palhoça
  33. Comitê Lula Livre Santa Catarina
  34. Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal  – CONFETAM
  35. Cooperativa Comunicacional Sul – Portal Desacato
  36. Deputado Adrianinho – PT
  37. Diretório Central dos Estudantes  Antonieta de Barros – UDESC
  38. Diretório Central dos Estuddantes Luís Travassos – UFSC   
  39. Ecotrabalhismo
  40. Federação dos Moradores do Estado de SC – FAMESC
  41. Federação dos Trabalhadores da Administração e dos Serviços Públicos SP – FETAM
  42. Federação dos trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Santa Catarina – FETESSESC
  43. Federação dos Trabalhadores Municipais SC – FETRAM
  44. Federação dos Trabalhadores no Comércio no Estado de SC – FECESC
  45. Fórum da Cidade de Florianópolis – FC
  46. Fórum de Mudanças climáticas e justiça socioambiental 
  47. Fórum Estadual Popular de Educação – FEPE 
  48. Frente da Juventude Negra Anticapitalista – FREJUNA 
  49. Instituto Arco-íris de Direitos Humanos
  50. INTERSINDICAL Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora –  SC
  51. Juventude Comunista Avançando PCB – JCA
  52. Juventude do PT Florianópolis – JPT
  53. Juventude do PT SC – JPT
  54. Juventude e Revolução – PT – JR
  55. Juventude Socialista Brasileira PSB SC – JSB
  56. Juventude Socialista do Partido Democrático Trabalhista – PDT 
  57. Levante Popular da Juventude
  58. Mandato Vereadora Carla Ayres PT-Florianópolis
  59. Manifesta/SC
  60. Marcha da Maconha de Florianópolis 
  61. Marcha Mundial das Mulheres 
  62. Movimento Acredito SC
  63. Movimento Bem Viver
  64. Movimento das Mulheres Camponesas – MMC 
  65. Movimento dos Atingidos por Barragens –  MAB 
  66. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST 
  67. Movimento Esquerda Socialista MES
  68. Movimento Nacional de Direitos Humanos 
  69. Movimento Nacional de Luta pela Moradia – MNLM
  70. Movimento Ponta do Coral 100% Pública
  71. Movimento Popular Socialista – Florianópolis – MPS
  72. Movimento SOS Campeche Praia Limpa
  73. Movimento SOS Mata Nativa Córrego Grande
  74. MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores
  75. Ocupação Marielle Franco – Maciço Morro da Cruz – Florianópolis
  76. Partido Comunista Brasileiro – PCB
  77. Partido Comunista Brasileiro – PCB SC 
  78. Partido Comunista do Brasil  – PCdoB SC
  79. Partido Comunista do Brasil – PCdoB – Criciúma 
  80. Partido Comunista do Brasil – PCdoB – Florianópolis 
  81. Partido Democrático Trabalhista – PDT Florianópolis
  82. Partido dos Trabalhadores –  PT Biguaçu
  83. Partido dos Trabalhadores – PT Florianópolis
  84. Partido dos Trabalhadores – PT São José
  85. Partido dos Trabalhadores- PT SC
  86. Partido Socialismo e Liberdade-  PSOL Biguaçu 
  87. Partido Socialismo e Liberdade-  PSOL Florianópolis
  88. Partido Socialista Brasileiro – PSB Florianópolis
  89. Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU  
  90. Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU SC
  91. Programa de Educação Tutorial em  Geografia –  PET UDESC
  92. RdTv Floripa Sul da Ilha
  93. Rede Sustentabilidade SC
  94. Resistência PSOL – SC
  95. Sindicato Arquitetos e Urbanistas do Estado de SC – SASC
  96. Sindicato do/as Trabalhadores/as em Água, Esgoto e Meio Ambiente de SC – SINTAEMA
  97. Sindicato dos Bancários de Chapecó e Região
  98. Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região –  SINTRAFI
  99. Sindicato dos Eletricitários de Florianópolis e Região – SINERGIA
  100. Sindicato dos Empregados no Comércio de Florianópolis – SEC
  101. Sindicato dos Empregados no Comércio e Em Empresas de Serviços Contábeis de Joaçaba
  102. Sindicato dos farmacêuticos no Estado de SC – SINDFAR
  103. Sindicato dos Metalúrgicos de Joinville
  104. Sindicato dos Odontologistas do Estado de SC -SOESC
  105. Sindicato dos Servidores da Assembléia Legislativa do Estado de SC – SINDALESC
  106. Sindicato dos Servidores do Ministério Público – SIMPE
  107. Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de SC -SINJUSC
  108. Sindicato dos Servidores Municipais  de São Paulo – SINSEP
  109. Sindicato dos Servidores Municipais de Diadema SP 
  110. Sindicato dos Servidores Públicos de Palhoça – SITRAMP
  111. Sindicato dos Servidores Públicos de Rio do Sul e Região – SINSPURS 
  112. Sindicato dos Servidores públicos municipais da região da foz do Itajaí – SINDIFOZ 
  113. Sindicato dos Servidores Públicos Municipais dde Balneário Barra do Sul – SINDBARRA
  114. Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Jaraguá do Sul e Região – SINSEP
  115. Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville -SINSEJ
  116. Sindicato dos Técnicos da UDESC – bSINTUDESC
  117.  Sindicato dos Trabalhadores  na Industria de Energia Elétrica de Florianópolis e Região – SINERGIA
  118. Sindicato dos Trabalhadores da Prefeitura de Biguaçu – SINTRAMUBI 
  119. Sindicato dos Trabalhadores da Saúde  SC – SINDSAÚDE
  120. Sindicato dos Trabalhadores da UFSC – SINTUFSC
  121. Sindicato dos Trabalhadores em Educação de SC –  SINTE Regional São José 
  122. Sindicato dos Trabalhadores em Educação de SC –  SINTE SC
  123. Sindicato dos Trabalhadores em Educação de SC – SINTE Regional Florianópolis 
  124. Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de SC – SINTECT
  125. Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de São José – SINTRAM
  126. Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual de SC – SINTESPE
  127. Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Criciúma e Região – SISERP CRR
  128. Sindicato dos trabalhadores no Serviço Público Municipal de Forquilhinhas – SINSERF
  129. Sindicato dos Trabalhadores Serviço Público Federal SC – SINTRAFESC
  130. Sindicato Nacional dos Analistas Tributários da Receita Federal – SC – SINDIRECEITA  
  131. Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior- Regional SUL-  ANDES
  132. Sindicato Único dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Blumenau – SINTRASEB
  133. SOS Campeche Praia Limpa.                   
  134. Subverta
  135. Tecendo Redes – ambientalistas  SC
  136. Tenda da Democracia Fpolis.
  137. União Brasileira de Mulheres – UBM Floripa                            
  138. União da Juventude Socialista – UJS
  139. União da Juventude Socialista SC – UJC
  140. União de Negros pela Igualdade SC – UNEGRO  
  141. União Florianopolitana de Entidades Comunitárias – UFECO
  142. Unidade Classista/SC
  143. Unidade Comunista Brasileira – UCB
  144. Unidade Popular e Sindical -UPS
  145. Via Campesina – Brigada Gina Couto
  146. 8M

 

Você sabia que duas resoluções que alteram profundamente a pós-graduação da UFSC estão em discussão no Conselho Universitário?

25/06/2021 12:39

Se você é estudante da pós-graduação e ainda não escutou as discussões sobre as Resoluções Normativas 015 e 095, a culpa não é sua. Apesar da gravidade destas, praticamente não se tem falado sobre seus impactos. Muitos membros dos colegiados de pós-graduação, centros de ensino e programas sequer estão sabendo que há esta alteração em curso. Por isso, a Associação de Pós-Graduandos da UFSC está circulando este texto. Pedimos a todas e todos que leiam com bastante atenção e se somem na luta contra a aprovação dessas resoluções normativas.

A Resolução Normativa 095 (Número do processo para consulta no SPA/UFSC: Processo  23080.030524/2019-04) altera a principal resolução que rege a pós-graduação stricto sensu na UFSC. 

Uma das questões apresentadas é a de alteração do caráter do mestrado e doutorado. As mudanças apontam no sentido de facilitar o “upgrade” do primeiro para o segundo, encurtando o tempo de formação. Ainda que o cenário deixe muitos pesquisadores aflitos para terminar suas pesquisas, essa facilitação pode significar a perda do caráter intelectual desses anos de formação no mestrado e doutorado. O tempo da pesquisa é também o tempo de formação dos pesquisadores. Há uma tendência – já consolidada em outros países – de que o mestrado e o doutorado sejam autônomos. Nestes países, o primeiro seria destinado para aqueles que pretendem ser professores, ao passo que o segundo, para a carreira da pesquisa. Dessa forma desintegra-se o papel do professor-pesquisador, trazendo prejuízos para toda a universidade.

Além disso, a resolução abre margem para que cursos de pós-graduação sejam ofertados fora da sede dos programas. Isso pode significar que alguns programas estabeleçam parcerias com empresas privadas, aproximando a formação de pesquisadores das demandas do mercado de trabalho. Chama atenção que essa possibilidade é ventilada justamente quando as universidades estão atravessando uma crise orçamentária. 

A resolução também apresenta a possibilidade de ampliação das reuniões online mesmo após o fim da pandemia, incorporando a possibilidade de discentes participarem das reuniões via tecnologias online. Na prática, essa normativa institucionaliza o modelo remoto de reuniões, no qual o caráter e a ampliação dos debates ficam extremamente comprometidos. Temos visto como tem sido mais difícil, dada essa condição, produzir discussões mais densas ou ainda mobilizar a comunidade universitária em torno de uma pauta comum. Por isso, se aprovação desta proposta deixaria marcas profundas na forma como a qual a universidade irá funcionar após o fim da pandemia. 

A Resolução Normativa N.º 15/CUn/2011 (Número do processo para consulta no SPA/UFSC: 23080.018994/2019-91) dispõe alterações na pós-graduação lato sensu. A instituição do modelo semipresencial de ensino na pós-graduação traz para a universidade a possibilidade de inserção do modelo híbrido de ensino, no qual seriam mescladas as presenças físicas e a modalidade remota. Com a experiência do modelo de Ensino Remoto, vivenciamos cotidianamente a precarização e simplificação de currículos, não só por conta da impossibilidade de realizar atividades práticas neste meio, mas com as aulas teóricas prejudicadas com o esvaziamento dos debates em sala. Isso nos alerta para os limites de uma formação remota. A proposta apresentada agora nesta resolução compactua com um modelo proposto pelo capital para a ampliação de suas tecnologias educativas sob bandeiras de “modernização”, mas que nada mais é que uma fragmentação da formação.  A tentativa de dissociar a prática da teoria é uma falácia conveniente, já que ambas as atividades se alimentam, constroem e nascem de um exercício crítico e não da mera reprodução. Ao trocar o trabalho docente por inserção de tecnologias ou de vídeos gravados, deixando o espaço presencial apenas para a parte chamada de “prática”, a experiência da educação passa a ser mera massificação, com repetições de conteúdos ao invés de avanços em debates críticos.

Com a regulamentação na resolução do doutorado profissional e da possibilidade de entrega de outro texto no lugar da tese, como compilados de artigos, fica explícito o teor danoso para a formação intelectual na pós-graduação. A saída de regulamentar o que hoje já está presente na universidade, aproxima um campo que deveria estar voltado para o avanço das áreas de produção de ciência, arte e filosofia para o atendimento de demandas profissionais, respondendo às exigências imediatas do mercado. A complexidade do processo de formação universitária exigida para quem entra no doutorado requer uma trajetória intelectual. Esta irá ser traduzida no desenvolvimento de uma hipótese própria para a escrita da tese. Para isso, é necessário um tempo para a compreensão e elaboração de tais estudos. 

Além disso, consolida a abertura de suas portas ao modelos privatistas de universidade, ao instituir a cobranças de mensalidade para pós-graduação lato sensu. Com os cortes cada vez mais devastadores no orçamento universitário e problemas de financiamento nas pesquisas, a volta da proposta de cobrança em especializações dentro da Universidade Pública é ultrajante, pois abre brecha para que cada vez mais assimilemos essa lógica e esta se expanda para o restante da pós-graduação e universidade como um todo. Até quando poderemos chamar a universidade de pública quando vemos cada vez mais seus espaços pautados pelo capital, por parcerias e convênios como se fossem a única saída para o problema orçamentário que temos enfrentado?  

Ambas as resoluções generalizam e institucionalizam diversas políticas extremamente deletérias para a pós-graduação. Estas discussões não podem ficar ocultas à comunidade universitária. Caso isso ocorra, as mudanças só serão percebidas ao serem pouco a pouco assimiladas no cotidiano, naturalizando práticas extremamente danosas. Por isso, é fundamental que essa discussão seja realizada nos programas. Também achamos pertinente acompanhar a próxima sessão do Conselho Universitária, na qual provavelmente será discutido sobre o tema.

Convidamos os pós-graduandos a manifestarem sua indignação no chat da transmissão online e pressionarem os Conselheiros por e-mail pedindo a ampliação dos debates das duas resoluções e a adiarem a votação. A lista com os e-mails dos membros do Conselho encontra-se logo abaixo.  

A APG irá divulgar diversos materiais sobre o tema em nossas redes, acompanhe!

Some-se nessa luta com a gente!

 

Lista com o e-mail dos Conselheiros: 

ubalth@gmail.com.br

ubaldo.cesar@ufsc.br

catia.carvalho@ufsc.br

aureo.moraes@ufsc.br

raquel.p@ufsc.br

daniel.s.vasconcelos@ufsc.br

tereza.cristina@ufsc.br

cristiane.derani@ufsc.br

sr.soares@ufsc.br

maique.biavatti@ufsc.br

rogerio@inf.ufsc.br

rogerio.bastos@ufsc.br

graziela.canto@ufsc.br

rosete.pescador@ufsc.br

marlene.grade@ufsc.br

carmen.muller@ufsc.br

t.montagna@ufsc.br

alexandre.verzani@ufsc.br

cristine.bressan@ufsc.br

oscar.bruna.romero@ufsc.br

claudia.nedel@ufsc.br

f.lopes@ufsc.br

marianne.stumpf@ufsc.br

salomao@cce.ufsc.br

salodesigner@gmail.com

marie.helene.torres@ufsc.br

marie.helene.torres@gmail.com

michel.saad@ufsc.br

cintia.freitas@ufsc.br

cintiadelarocha@gmail.com

j.dalpupo@ufsc.br

tiago.turnes@ufsc.br

alberto.brunetta@ufsc.br

aabrunetta@gmail.com

roseli.cerny@ufsc.br

m.hartung@ufsc.br

diretor.cfh@contato.ufsc.br

jacques.mick@ufsc.br

carlos.vieira@ufsc.br

paulo.pinheiro.machado@ufsc.br

nilton.branco@ufsc.br

luiz.madureira@ufsc.br

tatiane.maranhao@ufsc.br

santiago.yunes@ufsc.br

jipilati@matrix.com.br

jose.isaac.pilati@ufsc.br

samuelmattos346@gmail.com

claudio.macedo@ufsc.br

clauruas@gmail.com

grazielly.baggenstoss@ufsc.br

grazyab@gmail.com

fabricio.souza.neves@gmail.com

fabricio.souza.neves@ufsc.br

ricardo.magini@ufsc.br

celso.spada@ufsc.br

jeferson.rodrigues@ufsc.br

irineu.manoel@ufsc.br

denize_casagrande@yahoo.com.br

denize.casagrande@ufsc.br

pedro.inpeau@gmail.com

pedro.melo@ufsc.br

maria.c@ufsc.br

edson@das.ufsc.br

edson.pieri@ufsc.br

sergio.peters@ufsc.br

g.varvakis@ufsc.br

sergio.gargioni@ufsc.br

eugenio.simao@gmail.com

eugenio.simao@ufsc.br

anderson.perez@ufsc.br

gisele.lovatel@ufsc.br

gilovatel@gmail.com

matheus.acosta@ufsc.br

acostadallmann@gmail.com

martins.j@ufsc.br

direcao.blumenau@contato.ufsc.br

jlmartins.fln@gmail.com

adriano.peres@ufsc.br

l.r.santos@ufsc.br

marilise.reis@ufsc.br

juliano.wendt@ufsc.br

alexandre.tavela@ufsc.br

joni.stolberg@ufsc.br

vladimir.araujo@ufsc.br

diego.greff@ufsc.br

elisete.zagheni@ufsc.br

rafael.delatorre@ufsc.br

e.carli@ufsc.br

malcon.martinez@ufsc.br

raphas82@gmail.com

correa.j@ufsc.br

wendell.farias@ufsc.br

ivan.bechtold@ufsc.br

ricardo.moraes@ufsc.br

glauber.wagner@ufsc.br

eduardo.luiz@ufsc.br

luiz.alberton@ufsc.br

amurabi_cs@hotmail.com

eliane.nascimento@ufsc.br

f.gurgel@ufsc.br

ricardo.dantas@ufsc.br

sensslin@gmail.com

sandra.ensslin@ufsc.br

gustavo.js@ufsc.br

roberto.willrich@ufsc.br

gilberto.andrade@ufsc.br

dilceane.carraro@ufsc.br

monica.santos@ufsc.br

carla.derech@ufsc.br

valeria.bennack@ufsc.br

sandra.regina@ufsc.br

sandrareginacarrieri@gmail.com

vanessah_23@hotmail.com

eduardo.garcia@ufsc.br

tiago.pasito@ufsc.br

iclicia.viana@ufsc.br

ronaldo.barbosa@ufsc.br

karina.beirao@ufsc.br

karine.kerr@ufsc.br

micael.salton@ufsc.br

antonio.marcos@ufsc.br

humberto.martins@ufsc.br

lucas.pereira@ufsc.br

gustavo.tonini@ufsc.br

camillaferreira87@gmail.com

camilla.f@ufsc.br

sergio.leandro@ufsc.br

rodrigocoelho.emc@gmail.com

lucas.cvoltolini@gmail.com

taylanapi@hotmail.com

vic.garcia.castro@gmail.com,

caue.bs@grad.ufsc.br

andrey14santiago@gmail.com

arielysuptitz@hotmail.com

lucasdepazin@gmail.com

fianzerm@gmail.com

vicscabora@gmail.com

victor.gdeoliveira@gmail.com

paolacfvilla@gmail.com,

gg.ayala@gmail.com

amandaaalexandroni@gmail.com

f.muller@ufsc.br

ingridbragagnolo@gmail.com

Manifesto aos discentes, docentes e TAEs por bolsas de pesquisa na pós-graduação da UFSC

26/04/2021 09:21

Abril, 2021.

Endereçamos este manifesto a todas as categorias de trabalhadores da universidade que estão implicadas no compromisso pelo desenvolvimento de pesquisa científica. Nosso objetivo não poderia ser outro senão fazer com que a UFSC se levante contra a precarização que atinge massivamente o investimento em pesquisa, perturbando as já precárias condições materiais a que se submetem aqueles que desejam cursar uma pós-graduação pública.

Frente ao grande desmonte do financiamento em educação e pesquisa no Brasil, os estudantes de pós-graduação da UFSC estão se reunindo para discutir a situação atual dos Programas de Pós-Graduação de nossa universidade. A articulação iniciada e organizada pela Associação de Pós-Graduandos da UFSC (APG) tem realizado reuniões para debater o enorme vácuo de bolsas de fomento em nossos mais diversos cursos de pós-graduação e elaborar as ações iniciais dessa luta.

Não queremos mais que a universidade tenha uma direção omissa e complacente com a destruição da universidade e do fazer científico! Acreditamos que a política de investimento em pesquisa e ciência é um elemento basilar para a Universidade Pública e função social do Estado, e que em virtude disso aquela deve promover um desenvolvimento científico ligado às necessidades e dilemas da população brasileira. É por essa razão que as pesquisas desenvolvidas nas universidades públicas devem interessar a todos, sejam ou não membros da comunidade acadêmica.

Os cortes de bolsas e outras verbas das Universidades Públicas ocorrem há muitos anos e vem aumentando progressivamente. No início de 2020, a CAPES definiu um novo critério para distribuição de bolsas de pós-graduação. Na prática, essa mudança significou um corte drástico para a maioria das universidades brasileiras – somente na UFSC foram cortadas mais de 600 bolsas. Como sabemos, mesmo a totalidade desses cortes não veio de maneira imediata: parte das bolsas foram transformadas em “bolsas emergenciais” e mantidas até o final do ciclo daqueles bolsistas. Conforme as defesas dos respectivos trabalhos de conclusão foram acontecendo (algumas ainda por acontecer), as bolsas foram e serão extintas. O modelo de corte se apresentou como um dos fatores decisivos para a dificuldade generalizada de mobilização, dentro e fora da categoria, já que as primeiras turmas diretamente afetadas por eles só ingressariam mais tarde na pós-graduação.

Além disso, ainda em 2020, um levantamento feito pela APG mostrou que a UFSC vem sofrendo cortes de bolsas também do CNPq. Muito embora existam outros programas de fomento científico, tais programas são insuficientes, pouco transparentes e, em geral, de cunho privado.

Soma-se a isso o fato de que o último reajuste das bolsas de pós-graduação ocorreu em abril de 2013, desde então o valor das bolsas de mestrado é de R$1500 e das bolsas de doutorado R$2200. Desde 2013, a inflação corroeu cerca de 35% do valor dessas bolsas, corrigido pelo IPCA. Em preços de 2013, o valor da bolsa de mestrado seria hoje cerca de R$970, enquanto o da bolsa de doutorado seria cerca de R$1400 – valores que dificilmente dão conta das necessidades básicas do estudante, como aluguel, alimentação, transporte, livros, etc.

Na ausência de fomento consistente à produção científica, os estudantes, quando não desistem dos programas, precisam trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Como consequência, este pesquisador deixa de dedicar horas para o desenvolvimento da sua pesquisa para se dedicar a trabalhos que, algumas vezes, não possuem sequer relação com a área de conhecimento na qual está inserido.

Ainda que nós sejamos os primeiros – ou, junto da graduação, os mais vulneráveis – a sentirem os efeitos imediatos da retirada massiva de fomento à pesquisa acadêmica, tendo de realizar toda a pesquisa enquanto concilia com um trabalho precário e fora da universidade (quando não desistindo de continuá-la por completa falta de condições materiais), sabemos que essa pauta não diz respeito apenas ao conjunto da universidade – discentes, docentes e técnicos administrativos – mas sim toda a sociedade.

Portanto, convidamos todos os pós-graduandos a participarem conosco nessa articulação, colocando-se um a um – mas juntos – às tarefas que a realidade nos impõe! Para além de uma articulação de pós-graduandos, faz-se urgente que também nossos orientadores, colegiados e coordenadores de Programas discutam o tema e tomem parte do processo. No que diz respeito à instituição, é necessário que os quadros dirigentes da administração da UFSC façam pressão em conjunto com outras Universidades Públicas e no âmbito dos fóruns entre dirigentes dessas universidades. Convocamos os docentes e as instâncias de representação máxima desta instituição, a Reitoria da Universidade e a Pró-Reitoria de Pós-Graduação, a disputarem conosco pelas bolsas. É preciso não adotar mais uma vez a política de gerenciamento de migalhas, mas, ao contrário, fazer esforços efetivos, com cobranças aos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, para reconstituição e aumento do financiamento à pesquisa nas Universidades Públicas.

Nossa próxima reunião está agendada para quinta-feira, dia 29 de abril, às 19h. O link para participação está sendo divulgado pela Associação de Pós-Graduandos da UFSC. Convidamos a Pós-graduação, não só a participar dos espaços promovidos pela APG, mas também a construir a luta em seus Programas e em seus cursos.

Converse com seus colegas de Programa, com os representantes discentes dos colegiados e centros de ensino, e vamos construir uma mobilização em nossa universidade pela manutenção da qualidade de nossas pesquisas!

Articulação de Pós-Graduandos na Luta por Bolsas
Associação de Pós-Graduandos | Universidade Federal de Santa Catarina

Repasse da segunda reunião da articulação de pós-graduandos na luta por bolsas na UFSC: Criação de grupos de trabalho e mais! Participe!

20/04/2021 15:46

Há duas semanas, por convocação da APG-UFSC, uma articulação de pós-graduandos na luta por bolsas foi formada na UFSC para reunir esforços em torno do mapeamento da atual situação de bolsas na universidade.

Na segunda reunião do grupo de pós-graduandos, realizada na última quinta-feira (15/04, às 19h), qualificamos os passos iniciais desse esforço. Juntos, a articulação de pós-graduandos deverá levantar o quantitativo de bolsas em cada Programa de Pós-Graduação, as fontes de fomento, os tipos de cota dessas bolsas e, muito importante, a quantidade de discentes sem bolsa que precisariam de remuneração para seguir adiante sua formação. Além disso, a articulação entrará em contato com discentes de diferentes cursos para fomentar as articulações internas e a necessária pressão nos colegiados para que todas as informações sobre bolsas sejam divulgadas e as reuniões discentes aconteçam.

Todos esses objetivos foram firmados na delimitação das tarefas fundamentais e na divisão do trabalho. Consequentemente, quatro GTs foram formados. Informações sobre os GTs e as tarefas a eles incumbidas constam na relatoria da reunião. Acesse a ata completa aqui.

Se você é pós-graduando(a) e quer ajudar no levantamento conjunto desses dados e na agitação em torno deles, entre em contato com a APG para fazer parte do grupo no WhatsApp e, no grupo, disponha-se a participar de algum grupo de trabalho.

Cada GT executará suas tarefas ao longo das próximas duas semanas e toda a articulação voltará a se encontrar em reunião virtual no dia 29/04/2021 (quinta-feira), às 19h.

A APG-UFSC agradece a insubstituível presença de todos os(as) colegas pós-graduandos(as) e conta com a firme presença de todos nessa articulação por bolsas!

Qualquer dúvida, entrem em contato pelas redes ou pelo e-mail.

APG se posiciona contra a RN do voluntariado na pós-graduação

05/04/2021 22:01

No último dia 11 de março, a Câmara de Pós-Graduação da UFSC (CPG) se reuniu com o objetivo de debater uma variedade de pautas, como de costume. Entre elas, uma proposta de Resolução Normativa (RN) sobre o “vínculo com a universidade para atuação […] nos programas de pós-graduação stricto sensu da UFSC” [1]. Tal resolução, que poderia ser um avanço para a classe docente e para a universidade, teve como desfecho uma contribuição para sua precarização através do trabalho voluntário.

Historicamente, professores aposentados, visitantes e mesmo servidores técnico-administrativos deslocados de suas atividades ordinárias vêm cumprindo um papel muito importante para a formação dos Programas de Pós-Graduação (PPGs), compartilhando seus conhecimentos e habilidades de modo a fomentar não só a docência, mas também a pesquisa e a extensão nas universidades. Essa, obviamente, é uma prática sobre a qual não há motivos para objeções generalizadas.

Entretanto, há motivos mais que suficientes para sermos contrários a vínculos que corroboram com a destruição das carreiras públicas, tanto mais em um cenário no qual temos um governo dilacerando o orçamento da educação pública e agindo ativamente contra os direitos do servidor público, bem como uma PEC Emergencial recém-aprovada e uma Reforma Administrativa a caminho, apenas para nos determos aqui nos problemas mais iminentes.

É nesse cenário que a CPG decidiu permitir o credenciamento de “docentes ou pesquisadores que, mediante a formalização de termo de adesão, vierem a prestar serviço voluntário na UFSC, nos termos da legislação vigente” (Art. 2º, inciso V da RN a ser publicada). Em outras palavras, escancarou as portas para a admissão de professores sem salário, sem quaisquer direitos trabalhistas, sob o pretexto de resolver problemas burocráticos nos processos de credenciamentos dos PPGs. Enquanto isso, os números de doutores e mestres desempregados ou atuando fora de sua área de formação seguem aumentando, os concursos públicos tornam-se cada vez mais raros e concorridos [3]. Até mesmo os processos seletivos para professores temporários, com todas suas limitações inerentes, diminuem progressivamente sua capacidade de absorver essa mão-de-obra qualificada.

Durante a discussão da pauta, nos posicionamos pela supressão do inciso V (se necessário, com alteração do restante do texto para assegurar boas práticas de credenciamento). Os contra-argumentos levantados foram tão somente em defesa do voluntariado por professores aposentados ou de caráter legalista, afirmando a compatibilidade da resolução em relação às políticas formais da UFSC e outras instâncias superiores. Sobre os aposentados, já havíamos declarado não termos oposição generalizada. Quanto à legalidade, ora, essas mesmas políticas formais – em que pese todos os seus problemas – permitiriam uma regulamentação local mais restrita, muito mais vantajosa, que assegurasse a permissão de professores voluntários sem qualquer brecha para que esses assumam lugares não preenchidos pela ausência de concursos. Desse modo, entendemos que tais contra-argumentos constituem uma escolha política em prol da liberalização do voluntariado, para além de meras regulamentações burocráticas.

Os processos seletivos para atuação de professores voluntários vêm se tornando bastantes presentes nas instituições públicas de ensino superior. A UFSC caminha para a ampliação dessa prática nefasta, já que permite aos docentes voluntários a ocupação de ampla gama de funções no ensino, pesquisa, extensão e até orientação, chegando ao extremo de permitir aos professores voluntários o credenciamento na condição de docentes permanentes (conforme Regulamento Geral da Pós-Graduação stricto sensu, RN N°95/CUn/2017, Art. 25, inciso II). Nesse sentido, qual será a garantia de que os concursos públicos ocorrerão em quantidade suficiente? Mesmo que não explicitamente, a fim de não ferir a normativa do Programa de Serviços Voluntários da UFSC (RN Nº 67/2015/CUn, Art. 23), a ampliação do voluntariado docente abre alas para a realização de menos concursos – o que vem bastante a calhar com os cortes orçamentários que cada vez mais assombram os salários, bem como com aspectos importantes de reformas administrativas em fase de gestação.

É certo que é impossível termos previsão exata de como os concursos serão afetados especificamente na UFSC, já que a RN a ser publicada poderá ter impactos distintos de acordo com transformações políticas de nível federal, bem como dependerá do quão bem aceitos (e transparentes) serão os distintos tipos de credenciamentos solicitados e praticados. Não obstante, há motivos para ficarmos preocupados, já que o voluntariado vem sendo aproveitado sistematicamente como forma de desmonte do serviço público e dos direitos trabalhistas desse setor, nacional e internacionalmente [6], com precedentes inclusive nas instituições públicas de ensino superior brasileiras. A título de exemplo, podemos citar os casos recentes da UFSCar, UnB, IFTO e IFSP [7], os quais demonstram inclusive o fato de que disciplinas introdutórias e obrigatórias, atividades de orientação e uma série de outras funções básicas vêm sendo ministradas por voluntários.

Ainda que supuséssemos, de modo extremamente otimista, a inexistência de brechas para a ocupação dessas funções básicas por parte de voluntários, o problema não se esgotaria. O trabalho docente não deve ser tratado como filantrópico ou algo similar, afinal, compõe parte do interesse geral da população à qual a universidade deve servir, não podendo se submeter à revelia de motivações particulares que levam indivíduos a assumirem os postos de trabalho do serviço público. Nesse sentido, as atividades voluntárias (exercidas, por exemplo, por aposentados bem-remunerados) deveriam ser todas de caráter meramente complementar.

É importante notar que imensa parte da população brasileira ainda se encontra à margem da educação pública de qualidade, de modo que a mera manutenção dos concursos nos níveis atuais é insuficiente, sendo necessário um incremento substancial para atender a demanda existente (junto, é claro, de uma expansão universitária do setor público de ensino). Além disso, a sobrecarga docente e a defasagem de concursos demonstram demanda de concursos até mesmo para as vagas atualmente institucionalizadas.

Dessa maneira, não há sentido algum em estimular o voluntariado como se todas as funções essenciais já estivessem supridas.

Na condição de pós-graduanda(os), nos preocupamos fortemente com toda essa situação, que coloca os nossos pares e os recém-formados sob risco crônico de serem obrigados a se submeter ao trabalho sem remuneração a fim de adquirir experiência docente, a qual constitui critério de desempate cada vez mais decisivo para a aprovação em concursos públicos.

Pelos motivos expostos neste breve texto, nos manifestamos contrariamente à RN nº 2/2021/CPG e lamentamos a posição tomada por todos os conselheiros não-discentes da Câmara de Pós-Graduação, os quais votaram a favor dessa resolução, em prejuízo da categoria docente e discente, bem como da comunidade acadêmica e extra-acadêmica. Seguiremos vigilantes e atuantes em defesa de nossos direitos e do interesse público da universidade*.

*A escrita desse texto foi imensamente beneficiada por discussões em grupos de pós-graduandos e pós-graduados, nos quais abundam fontes sobre a precarização associada ao trabalho voluntário no ensino superior.

[1] A versão aprovada na CPG, Resolução Normativa Nº 2/2021/CPG, está disponível no Boletim Oficial da UFSC de 22/03/2021.

[2] O ANDES Nacional publicou sínteses sobre esses ataques ao serviço público através da PEC Emergencial e da Reforma Administrativa.

[3] Não precisamos ir muito longe para verificar essa situação. As pesquisadoras Valeska Guimarães, Sandro Soares e Maria Casagrande, a partir de uma amostra de 20 docentes voluntários da UFSC, apontam: “No caso dos professores não aposentados (a minoria), jovens recém-doutores, observamos que a opção advém da espera de abertura de concurso público em suas respectivas áreas de atuação”. Acesse o artigo aqui.

[4] Disponível aqui.

[5] Disponível aqui.

[6] Uma importante pesquisa sobre o tema, comparando os casos e Brasil, Argentina e Chile, foi publicada no artigo das professoras Savana Melo e Suzana Santos.

[7] IFTO, IFSP, UFSCar, UnB.

Nenhuma homenagem para um genocida de indígenas! Nota de solidariedade ao povo Laklãnõ-Xokleng, à Licenciatura Indígena e ao prof. Waldir Rampinelli

25/02/2021 17:39

Nas últimas semanas, o curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica da UFSC, o Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA) e o professor Waldir Rampinelli, do CFH/UFSC, se posicionaram contra a construção de uma praça em homenagem ao bugreiro genocida Natale Coral.

A medida foi proposta na cidade de Nova Veneza (SC), cuja fundação teve papel do bugreiro. Diversos trabalhos acadêmicos e históricos comprovam que ele teve um papel destacado na caça e morte de centenas de indígenas Laklãnõ-Xokleng por toda a região. Como outros supostos ícones de nossa história colonial, Natale Coral matava indígenas por dinheiro e os relatos históricos mostram que ele fez isso com requintes de crueldade, mesmo para os padrões da época.

Aquelas e aqueles dentro de nossa universidade que denunciam essa absurda homenagem e que divulgam a verdade histórica do horror colonial prestam um importante serviço à sociedade, parte íntegra da função social de nossa universidade com o saber, a história e os direitos humanos. No entanto, estão sofrendo ataques na mídia e ameaças em redes sociais por parte daqueles que querem cultuar uma imagem positiva de Natale Coral.

É responsabilidade da UFSC apoiar e subscrever integralmente os posicionamentos críticos que tem sido produzidos dentro de nossa comunidade universitária! Estátuas de genocidas precisam ser derrubadas, não erguidas!

Divulgamos abaixo o texto da Licenciatura Indígena e o vídeo gravado pelo prof. Waldir Rampinelli (CFH):

Nota de repúdio à homenagem feita a Natale Coral, assassino de indígenas (que “trazia a orelha dos índios na salmoura, só pro riso”)

Tags: genocídioNatale CoralNova Venezapovos indígenassolidariedadeXokleng

Impedir o retorno presencial das aulas é uma causa de toda a sociedade: nota de estudantes do Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica da UFSC

24/02/2021 17:21

Apoiamos e divulgamos abaixo o posicionamento estudantil do PPGECT UFSC, contrário ao retorno presencial das aulas no atual cenário da pandemia. Todo apoio às mobilizações e greves sanitárias na educação!

Para fevereiro ou março de 2021, está planejado o retorno das aulas presenciais na maior parte da educação básica pública e particular de Santa Catarina, assim como parte das universidades particulares. A decisão política por esse retorno, neste momento da pandemia, é um grave erro cuja consequência mais provável será um grande aumento nas transmissões de covid, lotação de nossos hospitais e mais mortes evitáveis.

O cenário é extremamente desfavorável. A média nacional de mortes bateu recorde em 14 de fevereiro, com mais de 1100 vidas perdidas diariamente. Na mesma semana, o prefeito de Chapecó, cidade referência para a saúde no Oeste catarinense, alegou que o sistema de saúde estava em colapso e pacientes estavam sendo enviados para outras regiões. No dia 16 de fevereiro, a vacinação ainda começou a ser suspensa em muitas cidades do país por falta de doses. No ritmo de vacinação aplicado em Santa Catarina até o momento, onde menos de 3% da população recebeu a primeira dose, a previsão para atingirmos imunização coletiva não se mede em meses, mas em anos.

Mesmo frente a esse cenário, o governo estadual decretou o retorno presencial com até 100% de ocupação das salas já para fevereiro. Na rede municipal de Florianópolis, o retorno presencial está agendado para março, mas já sabemos que as salas de aula não têm espaço para garantir o distanciamento social necessário, mesmo com uma ocupação de 50% das turmas. A Universidade da Região de Joinville (Univille), parte da rede ACAFE, anunciou o retorno presencial para março através de publicidade nos meios digitais, sem ter discutido ou mesmo informado seus estudantes dessa decisão.

Tanto entre as categorias de trabalhadoras da educação quanto nas famílias e comunidades dos espaços escolares, temos testemunhado diversos posicionamentos contrários às decisões das Prefeituras e Governo do Estado que permitem ou determinam esse risco de saúde pública. No entanto, até o momento, essas vozes não têm sido escutadas pelo poder público. É por essa razão que vimos recentes deliberações por greve ou estado de greve nos sindicatos de municipários em Florianópolis, São José, na rede estadual de Santa Catarina, entre outras localidades.

Nosso programa de pós-graduação tem entre seus estudantes dezenas de educadores vinculados às redes de ensino público e privado, básico e superior em Santa Catarina. Mas não é apenas em nome dessas e desses profissionais que nos posicionamos contra o retorno presencial das aulas. Consideramos que sua luta contra a transmissão da covid é uma causa de toda a sociedade. Essa luta beneficia professoras e professores, prevenidos da contaminação, mas também o conjunto de estudantes, suas famílias, as equipes de segurança, limpeza e cozinha das escolas; os motoristas de ônibus e vans; e por consequência a totalidade de nossa sociedade. Incluímos aqui, especialmente, a preocupação com as trabalhadoras e trabalhadores da saúde, que seguem enfrentando a pandemia mesmo sob condições injustas, causadas pelas políticas de precarização e desmonte da saúde pública que são hegemônicas em todas as esferas de governo atualmente.

Por isso, declaramos apoio às greves e mobilizações contrárias ao retorno presencial das aulas. Também nos posicionamos em defesa das medidas de distanciamento social, pela ampliação das testagens para a covid, pela compra urgente de mais vacinas e pela implementação de uma política ampla de distribuição de renda que permita a mais pessoas manter o isolamento social.

Coletivo Discente do Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica da Universidade Federal de Santa Catarina,
17 de fevereiro de 2021

Uma versão em PDF da nota pode ser acessada aqui.

Tags: covidgrevepandemiaPPGECTppgect ufscpresencialretornoretorno presencial

Nota: “Até quando a UFSC e o CTC serão coniventes com misoginia e racismo?”

04/12/2020 09:45

A APG-UFSC assina a nota abaixo, que circula entre centros acadêmicos do CTC-UFSC.

O professor Sérgio Colle é conhecido na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) por posicionamentos de extrema-direita misóginos e racistas, pelos quais responde a um processo administrativo. Recentemente, Colle foi aposentado por idade. Nesta sexta-feira, dia 04/12, uma reunião do Departamento de Engenharia Mecânica do Centro Tecnológico (EMC-CTC-UFSC) votará o pedido de serviço voluntário de professor aposentado de Colle. O objetivo desta carta é opor-se à aprovação deste pedido.

Enquanto pesquisador, Colle possui um currículo invejável, sendo referência internacional na área de energia solar e membro da Academia Nacional de Engenharia. Entretanto, a missão e os valores da UFSC não incluem apenas resultados de pesquisa científica. Pelo contrário: a missão tem como perspectiva a “construção de uma sociedade justa e democrática e na defesa da qualidade da vida”. Dentre os valores, pode-se destacar que a UFSC se diz “Uma Universidade inclusiva, capaz de olhar para os mais diversos grupos sociais e compor um ambiente em que impera o respeito e a interação para com todas as diversidades, nacionalidades, classes, etnias e pessoas com deficiência, comprometendo-se com a democratização do acesso ao ensino superior público, gratuito e de qualidade para todos, de forma a superar qualquer desigualdade, preconceito, exclusão ou discriminação, construindo uma sociedade mais justa e harmônica para as gerações vindouras”. Durante seus mais de 40 anos de atuação como professor da UFSC, o professor Colle opôs-se a esses valores. Para ilustrar esta oposição, citaremos trechos de mensagens enviadas pelo professor na lista de discussão do CTC no e-mail institucional da UFSC. Estas mensagens foram divulgadas em 2019 pela Coletiva Centospé, e o próprio Colle retificou a veracidade das mesmas em uma reportagem publicada pelo Jornal da Cidade.

Colle assumiu publicamente seu posicionamento racista, ao chamar cotista de imbecis e macacos: “A lógica da falsidade e inutilidade tem por objetivo cooptar a enormidade de imbecis do coletivo brasileiro (sobretudo os cotistas das universidades), de que o subdesenvolvimento científico deve-se a tal dominação. Ora, a patuleia simiesca, e por conseguinte, deseducada, absorverá este tresloucado discurso, até porque eles tem preguiça de pensar (…)”. O xingamento a cotistas foi repetido em uma nova série de e-mails da mesma lista de e-mails, que continua sendo um canal institucional para professores abertamente exibirem seus preconceitos. Num debate sobre cotas na pós-graduação, Colle chama cotistas de “medíocres” e diz que seu ingresso será responsável pelo fechamento de cursos de pós-graduação. Colle também já exibiu orgulhosamente sua misoginia ao falar de um evento de mulheres na engenharia solar: “Convenhamos que há uma relação entre mulheres e energia solar. Mulheres bem produzidas são usuárias de energia solar e de protetores solares. Espero que em tal evento haja uma exposição de mulheres bonitas, com os clássicos biquínis a absorver energia solar para nosso deleite (…) Espero que nosso laboratório seja visitado pelas participantes, preferivelmente bonitas e/ou simpáticas”. Colle expôs sua visão de que mulheres e cotistas têm participação excessiva na política universitária ao criticar o programa Mulheres na Ciência: “Mas quem promove uma ideia bestialoide dessa é um espertalhão. Ora, ainda estamos numa fase primitiva de caos que é a eleição para reitor e as mulheres constituem uma boa fração do eleitorado, a exemplo dos cotistas (…)”. Colle reiterou sua posição contra as eleições na matéria do jornal da cidade: “Urge uma ação de caráter executivo do Governo Federal, a fim de intervir nas universidades no bojo de novas leis, que venham suprimir de pronto a perniciosa eleição direta para reitor (…)”. Nos e-mail divulgados pela Coletiva Centospé, também há falas homofóbicas, xingamentos a feministas e elogios a ditaduras.

As citações acima não são exemplos da livre circulação de ideias e liberdade de expressão, que também são valores da UFSC. As citações são sim exemplos de discurso de ódio, que têm por objetivo manter pessoas negras, mulheres e LGBTs longe da UFSC e da engenharia. Não há liberdade de expressão quando grupos historicamente silenciados continuam sendo excluídos. Ao posicionar-se tão abertamente contra a inclusão, o professor Colle mostra-se incapaz de cumprir alguns dos deveres exigidos pela Resolução normativa nº 67/2015/CUn, que regulamenta os servidores voluntários: Seção I – Dos deveres: “VI – tratar com urbanidade os servidores, alunos, prestadores de serviço e demais pessoas que tenham acesso à universidade”; “IX – Manter conduta compatível com a moralidade administrativa”.

Conselheiros pela Democracia divulgam nota de repúdio ao racismo institucional

02/12/2020 16:39

Na sessão do Conselho Universitário de terça (01), foi lida uma nota de repúdio às posições racistas de um conjunto de professores do CTC/UFSC, emitidas em uma lista de emails institucional.

A representação da APG junto ao CUn assina e reforça a mensagem dessa nota, escrita junto à bancada “Conselheiros pela Democracia”, que inclui representação do DCE, SINTUFSC e de professores.

Esperamos que, na próxima sessão do CUn, possamos ver um posicionamento coletivo de repúdio em nome da Universidade e medidas concretas de enfrentamento ao racismo institucional!

A nota e as assinaturas podem ser lidas aqui.

Tags: Conselho UniversitárioCTCCUnracismoracismo institucionalRepúdio

Ao contrário de coordenadores, estudantes da pós fazem avaliação nada positiva do ensino não presencial na UFSC

30/11/2020 11:45

“Queria muito ficar, mas acho que vou sair mais cedo porque acabei de vir de uma reunião e vai ter outra agora às 9”. “Me sinto exausta o tempo todo”. “Todo sábado de manhã entrego tarefa no moodle mas é pra cumprir tabela, não sinto que estou aprendendo direito”. “Me perguntam qual é a minha pergunta de pesquisa e já não sei mais pra onde estou indo”. “Será que é só eu que estou me sentindo assim?”.

Foi isso que vários e várias estudantes disseram sobre sua experiência com o primeiro semestre no modelo remoto na pós-graduação da UFSC, em reunião aberta organizada pela Associação de Pós-Graduandos (APG-UFSC) sobre o tema no dia 17 de novembro. Na contramão da nota autocongratulatória publicada este mês pela universidade, pudemos observar efeitos do ensino remoto na pós-graduação talvez menos visíveis para coordenadores: estafa, insegurança, abandono. O título da nota produzida pela UFSC, nesse sentido, causa espanto.

Destacamos que a última seção da nota, inclusive, assemelha-se com o que foi relatado pelas estudantes: “o sistema de ensino remoto […] em muitos casos traz maior desgaste a todos”; “falta das interações sociais do ensino presencial, excesso de atividades assíncronas, dificuldades de conciliar os estudos com outras atividades cotidianas e necessidade de dedicar mais tempo e maior esforço para assimilação de conteúdos”. Além disso, docentes também citaram “sobrecarga de trabalho”, “baixa interação com estudantes em aulas síncronas (poucos ligam as câmeras ou fazem perguntas) e dificuldades para avaliar se os mesmos estão conseguindo acompanhar os conteúdos”.

Por mais que muitas docentes se esforcem para promover discussão e debate nas disciplinas, desdobrando-se para estimular o engajamento e sofrendo com a sobrecarga de trabalho, ainda é muito difícil acompanhar as aulas. Quem está conseguindo, relata que as aulas não são as mesmas. Houve professor que já avisou que parte do conteúdo vai ser perdido, vai ficar para uma disciplina futura ou individualmente estudantes podem ir atrás. Mas garimpar, sozinha e sem orientação, textos, aulas, lives, é uma dedicação extenuante e sem garantia de bons resultados, ao contrário justamente do que promete a educação pública – com debate coletivo e acompanhamento especializado.

Não é só o ensino que foi afetado: muitos comentários foram sobre as dificuldades da pesquisa nesse momento. Muitas/os pós-graduandas/os dependem fisicamente do espaço e do contato presencial com outras pessoas para fazer pesquisa. Há um risco considerável de que muitas de nós farão um mestrado inteiro de forma remota. Prazos preocupam: será possível conciliar o turbilhão de atividades do ensino remoto com as demandas de uma pesquisa igualmente prejudicada?

Há riscos, de mais longo prazo, para a universidade e a educação públicas. Entre departamentos precarizados e a falta de professores, há o medo de que os vídeos gravados acabem tomando o lugar de docentes. Nacionalmente, as portarias federais 433 e 434 mostram que existe sim um interesse ativo do governo Bolsonaro em manter e expandir o ensino remoto, possibilitando um corte cada vez maior de verbas e inflando todo o setor que lucra com o avanço da educação à distância. No futuro, o resultado prático desse projeto de educação é turmas lotadas, aulas online para suprir a falta de professores, fechamento de campus menores, fim das políticas de assistência estudantil. Seria a real eternização de 2020 na educação pública.

No encontro promovido pela APG, estavam várias estudantes de pós já exaustas das muitas horas em frente ao computador, sem muitas vezes um ambiente físico adequado, nem um merecido intervalo entre uma aula e outra reunião. A solidão foi um dos aspectos mais mencionados, numa dúvida coletiva se a dificuldade era individual. Sem a companhia de outras colegas, como antes na sala de aula ou pelos corredores da UFSC, há a demonstração de como a falta de socialização também mina nossa saúde mental. Porém, embora isto tudo atravesse questões de saúde mental, observamos que esse próprio tema precisa ser politizado. A reitoria parece ver “o fornecimento de apoio psicológico” como uma solução, sendo incapaz de admitir uma das causas: o modelo excludente e precário de ensino remoto, que não deve ser naturalizado ou, como fazem ambos governo federal e iniciativa privada, visto como oportunidade de cortar gastos e lucrar com nosso sofrimento, às custas de nossa formação e do nosso futuro.

Como é possível que coordenadores/as façam uma “avaliação positiva” do que foi o ensino remoto na UFSC ao mesmo tempo em que reconhecem o desgaste, a solidão, a sobrecarga e a queda de qualidade? Isso só se explica se educar for o mesmo que tratar estudantes como máquinas, enchendo-os de tarefas que pouco têm a ver com o verdadeiro sentido de uma aula. Mas se há uma coisa que esse contexto pandêmico e de suspensão das atividades presenciais reforça para a pós-graduação, é que não é assim que as coisas funcionam. Tanto a compreensão de velhas ideias como a criação de novas exige debate, conversas, encontros, momentos de socialização. Nossos corpos precisam se mover, passar por outros ares, outros espaços. Com isso, a educação à distância, atomizada e muito dependente de recursos materiais particulares – muitas vezes escassos – jamais será verdadeiramente pública, muito menos de cunho popular. A luta, portanto, por uma universidade pública e compromissada com o povo oprimido, passa por uma rechaço a essa educação excludente, que não é excepcional, mas sim um projeto em curso.

Precisamos juntas buscar saídas coletivas para mais esse semestre de ensino remoto que se avizinha. Lembrando sempre que não estamos sozinhas nas dificuldades de produzir, no cansaço ou nas crises de ansiedade, tudo isso é sintoma desse modelo. A APG-UFSC, na sua atual gestão “Assum Preto”, está comprometida em promover espaços de troca entre nossa categoria e convida a todos e todas para construir esse debate, bem como encontros que nos fortaleçam nessa luta. Precisamos nos colocar lado a lado por nossa saúde mental, pela qualidade da nossa formação acadêmica e por dias melhores para a educação pública.