Ações afirmativas em toda a pós-graduação da UFSC

02/10/2020 21:16

O dia 1º de outubro de 2020 foi histórico para a pós-graduação da UFSC: a Câmara de Pós-Graduação (CPG) aprovou a resolução normativa que garante ações afirmativas no processo de ingresso em todos os programas stricto e lato sensu. A resolução aprovada estava em construção nos últimos anos e tinha votação prevista para a semana passada, 24 de setembro, como explicamos em nota anterior. Era urgente a garantia de ingresso por ações afirmativas na pós-graduação da nossa universidade, tal qual já ocorre nos cursos de graduação, nos concursos públicos e é previsto, atualmente, em apenas 17% dos programas.

A normativa aprovada prevê 20% das vagas reservadas para pessoas negras ou indígenas e mais 8% para pessoas com deficiência, não limitando que os programas ampliem ou extendam suas vagas também a outros setores do povo oprimido (estudantes de baixa renda, quilombolas, estrangeiras e refugiadas, travestis, transexuais e transgêneros, entre tantas outras). Além disso, versa sobre a garantia das mesmas porcentagens destinadas às pós-graduandas que ingressem por ações afirmativas nos editais de bolsa. No entanto, mesmo que a resolução aprovada hoje diga respeito a cursos de stricto e lato sensu, programas multicêntricos ou em rede com sede em mais de uma universidade não são contemplados.

Atualmente, há na pós-graduação da UFSC cerca de 10 mil estudantes, em diferentes programas e modalidades, com representação do povo negro, indígena e das pessoas com deficiência muito abaixo de sua participação na população geral. A APG acredita que as ações afirmativas terão forte impacto no perfil desse corpo estudantil, ajudando a pintar de povo a nossa universidade, e, por isso, a entidade lutou tanto nos últimos anos para instituí-las.

Mas a luta não para por aí: precisamos de medidas concretas para garantir a permanência de mais estudantes vindas das camadas populares, como garantia de bolsas, acesso às políticas de assistência estudantil da PRAE, bem como apoio e políticas para enfrentar o racismo e tantas outras estruturas de opressão, seja nas relações de orientação, nas turmas, disciplinas e grupos de pesquisa. Similarmente, há diferentes medidas necessárias para garantir a acessibilidade às pessoas com deficiência que precisam ser planejadas!

AVANÇAR NA LUTA POR AÇÕES AFIRMATIVAS NA PÓS!

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