Encontro sobre o futuro da pós: do ensino remoto ao corte de bolsas

02/09/2022 18:28

Alô Pós-Graduação!

Gostaríamos de convidar a todos e todas para um encontro onde os pós-graduandos possam estar juntos discutindo sobre o ensino híbrido na pós. Recentemente foi apresentada uma minuta na Câmara de Pós-Graduação (CPG) que visa implementar de forma permanente um percentual de ensino remoto nos currículos dos programas. Gostaríamos de discutir com vocês as consequências deste modelo para a escassez de bolsas e para a qualidade do ensino.

Como sabemos que o projeto para a implementação deste modelo de trabalho e ensino não é exclusivo à pós, convidamos também toda a comunidade de estudantes da graduação, Técnicos-Administrativos, docentes e demais pessoas interessadas para discutir conosco, uma vez que em nosso horizonte as tecnologias têm entrado não como ferramenta de apoio, mas como uma assimilação sem o diagnóstico de seus impactos na vida acadêmica e no trabalho.

Participem com a gente!
Dia: 12/09
Horário: 19h
Local: à confirmar

Reunião ordinária APG 01/09

01/09/2022 10:32

Convidamos para a reunião ordinária da APG nessa quinta, 01/09, às 12h na sede da entidade.

Pautas:

1) Atos do dia 7 e 10 de setembro

2) Roda de conversa sobre aulas remotas

25/08 – Reunião ordinária

25/08/2022 10:51

Olá, estudante! Hoje tem reunião ordinária e aberta da APG. Em agosto os encontros são remotos, por conta do recesso acadêmico, ainda nas quintas-feiras, mas agora às 12h.
Nesta semana os pontos de pauta serão:
1) Seminário PROPG
2) Reunião ampliada
3) Avaliação do Ato de 11/08
4) Ato de 7 de Setembro

O que: reunião da APG
Quando: hoje, quinta-feira 25/08, às 12h
Link da reunião: https://meet.google.com/pdj-uejf-zap

18/08 – Reunião ordinária APG

18/08/2022 10:28

Olá pessoal, bom dia!

Hoje é dia de reunião ordinária e aberta da APG. Essas semanas de agosto faremos a reunião on-line por conta do recesso acadêmico, sempre as quintas-feiras, às 12h.
Continuando a pauta de lutas que temos construído, discutiremos três pontos:
1) Próximo seminário do ciclo de debates
2) Reunião ampliada com os discentes
3) Demanda pelo serviço de interpretação libras-português

Venha discutir com a APG e contribuir na organização das lutas da entidade!

O que: reunião da APG
Quando: hoje, às 12h
Link da reunião: https://meet.google.com/dkq-fnpg-cqu

Comunicado: Reuniões Ordinárias da APG

16/08/2022 09:54

Olá pós-graduação! Temos um comunicado sobre as reuniões ordinárias:

Devido ao recesso acadêmico na maioria dos programas de pós-graduação e com grande parte das(os) alunas(os) viajando neste momento, decidimos fazer as reuniões ordinárias online nas próximas semanas de agosto. Divulgaremos com antecedência nosso link das reuniões aqui para que todas(os) possam participar! Lembrando que nossas reuniões são abertas e ocorrem sempre nas quintas-feiras, às 12h30. 

Em breve publicaremos o link da reunião dessa quinta (18/08) com as pautas do dia!

 

CARTA DA ASSEMBLEIA ESTUDANTIL DO PPGE AO COLEGIADO PLENO – 19 DE JULHO DE 2022

22/07/2022 11:48

No último dia 12 de julho de 2022, terça-feira, os discentes do Programa de Pós-Graduação em Educação se reuniram em assembleia do corpo discente. A data e horário da assembleia foi decidida por votação no grupo de discentes do programa e convocada no dia 06 de julho de 2022. A convocatória foi encaminhada a todos discentes via e-mail pela secretaria do PPGE no dia 08 de julho. Estiveram presentes discentes das linhas: Educação e Infância (EI), Sociologia e História da Educação (SHE) e Trabalho, Educação e Política (TEP).

O intuito da Assembleia foi avaliar o período de atividades remotas, as quais foram adotadas pelo programa desde 2020 na ocasião da suspensão das atividades presenciais pela UFSC no contexto de pandemia da Covid-19 e continuaram após o retorno presencial, até o presente semestre de 2022.1. Tal debate se fez necessário, uma vez que, cientes da proposta advinda da Câmara de Pós-Graduação da UFSC para Resolução Normativa para regular as atividades remotas, percebemos a urgência de amadurecer o debate entre nossos pares e construir uma posição do corpo discente reunido e organizado no contexto em que nossa universidade direciona seus esforços para a manutenção do Ensino Remoto de forma permanente na Pós-Graduação. Tal processo hoje encontra-se em suspenso, uma vez que a representação discente de nossa entidade, a Associação de Pós-Graduandos (APG/UFSC), pediu vistas do processo que tramita e estava em vias de aprovação na CPG no dia 30 de junho de 2022. (Processo nº 23080.030050/2022-98. Proposta de Resolução Normativa sobre o desenvolvimento de atividades síncronas e assíncronas na pós-graduação stricto sensu).

O Ensino Remoto (aqui não nos propomos a debater a nomenclatura nas diversas polêmicas relacionadas à “EaD” ou às “atividades síncronas ou assíncronas”) foi inicialmente justificado, em todas as instituições de ensino de todos os níveis, como uma possibilidade de continuar os percursos formativos dada a necessidade de isolamento social no contexto pandêmico. Ou seja, um remédio temporário para continuarmos estudando e trabalhando em um momento de incertezas sobre quanto tempo seria necessário tais medidas para a saúde pública coletiva.

Nosso programa, como era esperado por ser da área da Educação, debateu exaustivamente a questão e muitos já alertavam sobre os riscos da manutenção e avanço desenfreado do ER, principalmente nas Universidades, as quais vêm sofrendo, há quase dez anos, uma política sistemática de desmonte via cortes cada vez mais profundos no orçamento, precarização das condições de trabalho dos TAE’s e docentes e afunilando cada vez mais as condições de permanência estudantil e de desenvolvimento científico. Não tardou em ficar palpável na conjuntura esses elementos na proposta Reuni Digital do Ministério da Educação.

Passados dois anos do início das atividades de ER em nosso programa, todos presentes na assembleia avaliaram o período e foi unânime a avaliação negativa de tais atividades no tocante ao processo formativo e ao processo de ensino e aprendizagem. Do nosso ponto de vista, a formação de pesquisadores e docentes foi extremamente prejudicada, não há adaptação possível que alcance a qualidade desses processos quando os realizamos de forma presente, envolvida e comprometida com as aulas, os colegas e professores, ou seja, “de corpo e alma”!

A conjuntura em que nos encontramos está extremamente tumultuada. A pandemia de Covid-19 aprofundou a crise capitalista e vem impactando diretamente e principalmente, a vida das populações mais vulneráveis e de toda a classe trabalhadora. Sentimos isso dia após dia, seja no aumento dos combustíveis e nos custos de vida provenientes da crise inflacionária produzida pelo atual governo, seja nas estratégias de precarização do acesso às políticas sociais, incluindo educação e assistência. Diversos estudantes têm relatado dificuldades objetivas para viver e morar em Florianópolis e sofrem com a especulação imobiliária galopante e, com a falta de bolsas ou dos não reajustes destas, muitos têm precisado manter seus empregos com jornadas semanais de 30h, 40h ou mais horas.

Essa conjuntura desastrosa somada à naturalização do ER nas Universidades a partir da pandemia, têm contribuído para a permanência e aprofundamento desta modalidade de ensino, sendo este apresentado como uma vantagem para driblar as dificuldades com as quais temos nos deparado.

Porém, quando pensamos na produção de nossas dissertações e teses, não podemos encará-las como um desafio individual, a produção delas e a defesa de investimentos na ciência e na educação em nosso país só faz sentido se colada à defesa do sentido universitário, da defesa de autonomia de produção científica de um país e de uma sociedade orientada a superação de seus dilemas sociais. Não há, em nossa avaliação, vantagens na qualidade da apropriação e apreensão dos conteúdos necessários à formação em pesquisa e docência no dito Ensino Remoto, pelo contrário. Há sim, uma tentativa de driblar as dificuldades socioeconômicas, que por mais que sejam legítimas e compreensíveis, não podem nos fazer abrir mão da universidade brasileira e da qualidade histórica que tanto defendemos!

Por isso, decidimos dirigir esta carta ao colegiado! A posição dos discentes do PPGE é contrária ao ER na UFSC. Desta forma, queremos que esta seja a posição do nosso programa. Se nós nos adequarmos passo a passo a todos os ataques que a Universidade sofre, não teremos mais pelo que lutar e seremos engolidos pela lógica que tenta acabar com a qualidade, a resistência e a luta que a Universidade representa à um projeto de sociedade presente e futuro. Que lutemos contra quem nos ataca sem reduzir nosso horizonte! Que possamos analisar a atual conjuntura não para nos adaptarmos à ela, mas sim para transformá-la!

Nota dos/das discentes do PPGSS acerca da possibilidade de implementação permanente do Ensino Remoto na Pós-Graduação

22/07/2022 11:45

Os/as discentes do Programa de Pós Graduação em Serviço Social (PPGSS) da UFSC, em reunião ocorrida no dia 20/07 decidiram, por unanimidade, colocarem-se em total contrariedade à Resolução Normativa, registrada no Processo 23080.030050/2022-98, apresentada no dia 23/06 na Câmara de Pós-Graduação (CPG), que visa institucionalizar de 20 a 30% de cada um dos currículos dos programa em caráter remoto.

A proposta se apresenta no momento em que a Universidade adapta-se ao seu primeiro semestre de atividades presenciais após quase dois anos exercendo atividades em caráter remoto emergencial. Essa suposta experiência com as atividades online, entretanto, tem sido reivindicada por alguns setores da universidade para justificar a implementação de um projeto de longa data do capital: o Ensino a Distância.

Esses setores, no âmbito da CPG, têm justificado o projeto sob dois argumentos: 1) A existência de uma portaria emitida pela CAPES em 2019 que autoriza a modalidade de educação a distância em pós-graduações stricto sensu; 2) a resolução normativa n ̊ 154/CUn da UFSC, que já prevê a possibilidade de professores externos aos programas participarem de aulas em sistema de videoconferência. Além disso, adicionam no processo o embasamento “científico”: três artigos que defendem os supostos benefícios do ensino híbrido.

Em primeiro lugar, que a CAPES tenha uma resolução que autoriza a modalidade a distância em pós-graduações stricto sensu não deveria ser um argumento com peso, pois a universidade tem autonomia em relação às indicações de órgãos estatais para essa instituição. Em segundo, esse não deveria ser mais um dos processos que é justificado por já existirem aberturas legislativas. Essa é uma estratégia para afastar o debate político e implementar o projeto da classe dominante para a universidade sem discussões profundas sobre seu verdadeiro significado. E em terceiro, fica excluído do processo toda a produção científica do “outro lado”: todos aqueles pesquisadores que têm se dedicado a debater os efeitos negativos dessas experiências e os reais motivos pelos quais elas têm se apresentado com tanta força nas universidades.

Do nosso ponto de vista, essa normativa deve ser rejeitada em sua totalidade. Nós, pesquisadores de uma universidade pública, preconizamos pela qualidade da nossa formação, o que inclui a presença de professores e colegas em sala de aula, a vivência no espaço da universidade e as trocas dentro e fora da sala. Além disso, a qualidade da nossa formação relaciona-se diretamente com o financiamento à pesquisa, o que deve incluir bolsas para os alunos em valores condizentes com as necessidades dos/as pesquisadores/as, e também recursos para a manutenção dos espaços de pesquisa. Infelizmente, esse projeto se apresenta como uma das formas de a universidade se adaptar à crise orçamentária, tanto para a manutenção de suas atividades quanto para o fomento à pesquisa.

Ademais, para aqueles/as que almejam a pesquisa com intuito de construir uma carreira docente, acabam sendo confrontados, devido à essa política, com a demissão em massa de professores em razão da substituição destes pelo uso massivo de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Soma-se a isso, a alteração da própria carreira docente, com a inserção de outras carreiras com um grau de precarização mais acentuado, como a de tutoria, que aparece para mediar a relação dos estudantes com essas tecnologias. Esvazia-se assim, grande parte do papel que docentes têm a cumprir na formação dos/as pesquisadores/as.

Um dos argumentos correntes na defesa da implementação definitiva do Ensino Remoto na pós-graduação stricto sensu tem sido o suposto enriquecimento, a partir das experiências online, a partir do compartilhamento de relatos, pesquisas, estudos por pesquisadoras(es), estudantes, professoras(es) das mais diversas instituições de ensino superior, no Brasil e fora dele. Ainda que, de fato, o ensino remoto tenha permitido tais trocas, é importante reiterar que essas se resumem a espaços limitados de troca de experiências, restritos às imagens e áudios que as plataformas permitem. Com a generalização da utilização desses recursos, na verdade, o que aconteceria seria o empobrecimento de eventos, seminários, congressos científicos, que não mais contariam com a possibilidade de, em viagens, estudantes, professoras(es), pesquisadoras(es) conhecerem outros campi, outras universidades, países, culturas, línguas, costumes – experiências intrínsecas às tarefas relativas ao comparecimento nesses espaços.

Articulado a isso, cabe ainda questionar as implicações dessa “internacionalização” da universidade do ponto de vista do debate histórico que remete à propriedade intelectual, ainda que não em um sentido privado. Faz-se necessário ter em consideração que os diversos países, colocados na tarefa da produção de conhecimento, o fazem em uma divisão internacional do trabalho historicamente determinada, que os coloca em posições distintas, desiguais, quanto à absorção das riquezas oriundas do desenvolvimento da ciência e tecnologia.

A presença dessas TICs se apresenta atrelada a um suposto projeto de “modernização”, que seria necessário nos tempos presentes. Contudo, a adoção dessas tecnologias não é neutra. Ela representa um projeto de classe e, do nosso ponto de vista, é necessário que as universidades correspondam aos interesses da classe trabalhadora; que o debate sobre a adoção ou não de determinadas tecnologias esteja atrelado à discussão do de classe projeto em curso. A adoção das tecnologias não é neutra; as tecnologias, em si, o são.

Nos chama a atenção que essa iniciativa, apresentada nos dias atuais na CPG da nossa universidade, esteja em total acordo com o projeto do governo federal para as universidades públicas, o Reuni Digital. Em outras palavras, apesar de se forjar no ambiente universitário uma certa contrariedade às medidas governamentais de cortes orçamentários e sucateamento das IES, há setores dentro delas que assumem como suas as tarefas de correia de transmissão dos governos que promovem esse sucateamento. Esses setores se aproveitam de certas benesses da universidade pública, ao mesmo tempo em que a atacam por dentro, colocando-se contra a sua existência. Em uma autarquia, os setores conservadores implementam uma concepção conservadora de política, que reduz a grupos tecnocráticos a capacidade de decidir os rumos da universidade, sem levar em consideração as contribuições de docentes, discentes, pós-graduandas(os), técnicos-administrativos, trabalhadores terceirizados.

Nos recusamos a aceitar que essa resolução seja aprovada e nos aproxime do projeto que este governo tem para uma instituição tão importante para nós. Convidamos estudantes de outros programas e professores a se somarem conosco nessa luta!

Relato da reunião com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação

20/07/2022 10:47

Na quinta-feira passada (14/07), a APG se reuniu com o Reitor da UFSC Prof. Irineu Manoel de Souza, com o Pró-reitor de Pós-Graduação Prof. Werner Kraus e com o prof. Rui Daniel Prediger, com o objetivo de conversar sobre algumas pautas relevantes para os estudantes da Pós-Graduação. Entre os assuntos discutidos na ocasião, dialogamos principalmente sobre a tramitação da proposta de normatização que institucionaliza e regulamenta as aulas remotas na pós.

Durante o encontro foi possível expor assuntos tais como a escassez de bolsas de mestrado e doutorado; a redução dos financiamentos de pesquisa; as dificuldades financeiras enfrentadas para viver em Florianópolis, bem como o comprometimento da saúde mental dos discentes durante a pandemia e o impacto da volta às atividades presenciais.

Por fim, a APG solicitou que a data da votação da nova normativa fosse prorrogada para além da próxima reunião da CPG, a realizar-se no dia 28 de Julho. Lembrando que na última reunião, a entidade pediu vistas do processo, pensando em consultar a comunidade acadêmica de forma mais ampla e que, de fato, a construção desta normativa tenha um caráter mais participativo. A pauta está prevista para voltar a ser discutida na reunião do final do mês de agosto, logo após o recesso de grande parte dos cursos de pós, sendo assim, a tramitação continuará em curso.

A APG vem propondo que o debate sobre estas questões seja ampliado e, mais que isso, que os estudantes participem das discussões acerca do ensino remoto de forma ativa, trazendo seus relatos para contribuir na construção de uma universidade de qualidade e com plenas condições de permanência.

Para que isso aconteça, já organizamos o primeiro encontro com as representações discentes de todos os cursos de pós da UFSC e agora um ciclo de debates que tem como tema do primeiro encontro “Aulas remotas na pós: perspectivas e consequências”, que será no dia 21 de julho, às 18h30min, no auditório do CSE e conta com a presença dos professores Adriana D’Agostini e Mauro Titton, ambos pesquisadores da área de Educação.

Pós-Graduação em Debate I – Aulas remotas na pós: perspectivas e consequências

13/07/2022 11:07

A pós-graduação na UFSC tem passado por uma série de mudanças, que ultrapassam a realidade local, e se conectam com os problemas enfrentados pela Universidade Pública no Brasil. Questões como os recentes cortes orçamentários sofridos pela universidade, a escassez crescente de bolsas, os altos custos de moradia e permanência em Florianópolis, exigem que pensemos coletivamente como enfrentá-las.

Entendemos que o primeiro passo para enfrentar esses problemas, que diariamente tornam mais difícil nossa permanência na UFSC, é fortalecer nossas relações enquanto pós-graduandos(as) e integrantes da comunidade universitária e aprofundar a capacidade de compreensão sobre a situação que estamos enfrentando. 

Com esse objetivo, propomos um ciclo de debates para o segundo semestre de 2022, que tem o título de “Pós-Graduação em Debate”. A proposta do espaço tem caráter formativo, com o intuito de discutir coletivamente alguns dos dilemas da conjuntura atual. Para contribuir com reflexões e elementos referentes à precarização da universidade pública ao longo de anos de desmonte, vamos trazer pesquisadoras e pesquisadores em sua maioria da área da Educação.

A primeira atividade terá como tema Aulas remotas na pós: perspectivas e consequências, será no dia 21 de julho, às 18:30, no auditório do CSE, e contará com a presença dos professores Adriana D’Agostini e Mauro Titton. 

Adriana é professora do Departamento de Estudos Especializados em Educação do Centro de Ciências da Educação da UFSC (EED/CED/UFSC) e do Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE), atuando na linha de pesquisa Trabalho, Educação e Política. Também é Supervisora de Orientação Pedagógica do Programa Institucional de Apoio Pedagógico aos Estudantes (PIAPE) e pesquisadora do Núcleo de Estudo sobre as Transformações no Mundo do Trabalho (TMT).  

Mauro é professor do Departamento de Metodologia de Ensino do Centro de Ciências da Educação (MEN/CED/UFSC) e Coordenador do Programa Nacional de Educação da Reforma Agrária (PRONERA/CED/UFSC). É membro pesquisador do Grupo de Investigação sobre Políticas Educacionais (GIPE-Marx UFSC). 

A pandemia de covid-19, com efeitos ainda persistentes física e socialmente, fez com que práticas de ensino remoto fossem implementadas na universidade. Esse cenário contribuiu para que problemas de acesso e permanência na pós-graduação fossem individualizados, dificultando a percepção coletiva sobre o cenário mais amplo que enfrentamos enquanto estudantes e sociedade: há um projeto político de desmonte da universidade pública em curso.

Nesse espaço a contribuição de cada estudante será importante, através de apontamentos e formulações de questões, para tornar as reflexões ainda mais críticas e coletivas sobre o projeto de Universidade que buscamos enquanto estudantes da pós-graduação.

Inscreva-se pelo formulário para participar da atividade. A inscrição é importante para podermos ter uma dimensão de quantas pessoas participarão do debate e será usada como critério em caso de lotação do auditório.  https://forms.gle/o3yzPr6sFvHnjkkLA

O quê? Pós-graduação em debate I, com o tema “Aulas remotas na pós: perspectivas e consequências”, com os professores Adriana D’Agostini e Mauro Titton.

Quando? Dia 21 de julho às 18:30

Onde? No auditório do CSE, campus Trindade da UFSC.

Relato – 1º Encontro de Representações Discentes da Pós-Graduação da UFSC

12/07/2022 18:22

Cerca de 80 estudantes de Pós-Graduação da UFSC participaram do 1º Encontro de Representações Discentes da Pós-Graduação da UFSC, na última quarta-feira (06/07).  O objetivo foi reunir e discutir as diferentes realidades dos programas da pós-graduação, criando uma ponte entre Representantes e APG. 

O encontro foi organizado e conduzido pela atual gestão da APG, que apresentou as principais pautas defendidas pela entidade com base em seu programa político, tais como a defesa da política de permanência estudantil e da universidade pública, gratuita e de qualidade. Para dar consequência as pautas defendidas, a atuação da entidade se dá em distintos eixos: nos órgãos colegiados, nas lutas e atos, em reuniões ampliadas com a pós-graduação, entre outras atividades. 

A partir da apresentação da entidade, foi aberto o espaço para as falas das(os) representantes para a exposição das principais problemáticas e reivindicações dos discentes de seus programas de pós-graduação. Foram feitas cerca de 20 falas, sendo perceptível uma semelhança e pontos em comum que surgiram dos problemas apresentados, pontuados brevemente abaixo:

  • O impacto dos cortes nas bolsas de estudos, que em alguns programas reflete em nenhuma ou pouca oferta de bolsas, até mesmo em programas onde a situação anterior a pandemia era de distribuição quase total para ingressantes; uma das consequências nessas situações é estimular um individualismo e rivalidade entre pesquisadores, ao invés de pensá-la como um empreendimento coletivo;  
  • A dificuldade vivenciada na realização dos estudos e pesquisas por conta da precarização com a falta de reparos e reformas na estrutura física da UFSC, como espaços sem água, salas com sua infraestrutura deteriorada, banheiros sem papel higiênico, etc.  
  • Problemas de saúde entre estudantes, com muitas solicitações de trancamento de matrícula por questões de saúde mental e uma crescente sensação de desvalorização enquanto pesquisador.
  • Desmobilização para participar de espaços políticos;

 

Ainda que a experiência  dos efeitos das precarizações seja sentida de forma semelhantes, apareceram compreensões divergentes sobre o ensino remoto na pós-graduação durante esse momento pandêmico e sua continuação ainda presente nesse momento de retorno de atividades presenciais. 

Por um lado, alguns discentes responderam que preferem que o ensino remoto continue pela possibilidade da entrada de pessoas que estão em diversas regiões ou aquelas que precisam conciliar o trabalho em outra cidade e seu curso; alguns também apontaram como solução o modelo híbrido.  Por outro lado, surgiram também avaliações do ensino remoto válido enquanto uma resposta emergencial, com todas as suas contradições, porém não a longo prazo, pois como ensino é precário pois exclui a parte pedagógica do espaço de encontro social onde se pode conversar, trocar referências. Ao não instaurar esse espaço presente e estabelecer-se cada vez mais no modo remoto, as consequências podem se apresentar de duas formas: expulsando estudantes que já não acessam tanto a universidade, como indígenas, quilombolas; quanto não fornecendo nenhum tipo de resistência a politica de desmonte orçamentário a qual já está sendo realizada há anos. Além dos riscos de contínua precarização e enxugamento no orçamento e uma expulsão acelerada de parcela de discentes do ensino, apareceram questionamentos acerca da própria produção científica dentro das universidades e o impacto de adesão aos armazenamentos terceirizados de dados, disponibilizando cada vez mais as pesquisas para grandes empresas, aprofundando ainda mais a dependência tecnológica. 

Após os relatos, foram sugeridos encaminhamentos, como forma de continuidade deste canal de diálogo com as representações e reforço nos debates de cada programa, através de reuniões posteriores que sejam realizadas pelos representantes discentes. Também foi sugerida a criação de um formulário para conhecer e datar a realidade de cada programa de pós, o qual já está sendo criado pela entidade e será divulgado em breve. 

Além disso, a APG irá divulgar em breve atividades para manter a comunicação não só com os RDs, mas com a pós em geral, com o intuito de debater cada vez mais e  de forma mais crítica e coletiva, sobre as mudanças que estão surgindo na pós, a partir da possibilidade de uma implementação remota permanente.  

Apesar de diversos relatos que apontam para um cenário difícil e de grandes perdas para os discentes, avaliamos de maneira positiva este espaço pois perceber os problemas que enfrentamos de forma coletiva e não individualizada nos coloca para pensar estratégias e respostas enquanto grupo. 

Nós da APG esperamos continuar nos fortalecendo enquanto movimento estudantil de luta pela universidade pública, gratuita e de qualidade, ampliando ainda mais o espaço de debate e diálogo. Nos vemos nas próximas atividades!