Notícias da educação na UFSC e no Brasil #006
A APG-UFSC, gestão “Pra não lutar só”, elegeu como uma de suas prioridades desse ano os debates e as lutas do campo da educação. Por isso, queremos ampliar o quanto possível o conhecimento das/os pós-graduandas/os acerca do que está ocorrendo nos níveis local, estadual e federal – coisas que nos atingem diretamente, por estarmos na pós-graduação, ou indiretamente, por querermos uma educação livre e de qualidade para todos!
▶ 30M EM FLORIANÓPOLIS E NO PAÍS – E OUTRAS AÇÕES DE LUTA
Depois da HISTÓRICA assembleia dos/as estudantes de pós-graduação no dia 9 de maio e do gigantesco ato do dia 15, os céus de Florianópolis nos colocaram um desafio: como nos defender dos ataques do governo Bolsonaro (PSL) debaixo de 100 milímetros de chuva, deslizamentos pela cidade, e até a possibilidade de granizo?
Pois demos a resposta nas ruas. Neste dia 30 de maio, juntamos forças novamente com secundaristas, graduandos/as, técnicos/as, professores/as e apoiadores/as para ocupar o centro da capital catarinense com reivindicações URGENTES: a liberação das verbas do Ministério da Educação e o enterro da reforma da previdência! Foram cerca de 15 mil nas ruas dizendo que a atual direção do país precisa mudar. O 30M também foi gigante no resto do país: houve marchas em 24 estados e no Distrito Federal.
Para além disso, entendemos que é imprescindível atuar junto à opinião pública para que as pessoas entendam a importância do que fazemos na universidade. Por isso a APG ajudou a construir mais uma edição do UFSC na Praça, evento que visa aproximar a pesquisa feita na universidade da população que não convive diariamente com ela, levando à reflexão política sobre a relação entre universidade e sociedade. Considerando que devemos pensar o direcionamento de nossas pesquisas em relação às demandas da classe trabalhadora, o evento subiu o morro até a Serrinha, bairro vizinho à UFSC. As exposições aconteceram na Servidão dos Lageanos durante toda a tarde do dia 8 de junho; participaram do evento graduandos/as, pós-graduandos/as, docentes e moradores da comunidade. É um passo importante, ainda que inicial, para construir uma melhor relação entre o campus Trindade e a comunidade em seu entorno, ajudando a unificar as lutas entre trabalhadores/as e movimento estudantil pelo direito à educação gratuita, à ciência pública e à previdência social.
◉ Histórico de mobilização da APG-UFSC em maio
◉ Notícias sobre o 30M
╠ https://educacao.uol.com.br/noticias/2019/05/30/protestos-bloqueio-de-verbas-educacao-pelo-pais.htm
╚ http://www.andes.org.br/conteudos/noticia/30M-manifestacoes-tomam-o-brasil1
◉ Sobre o UFSC na Praça na Serrinha
╚ https://www.facebook.com/253452291342364/posts/2388420221178883/?sfnsn=mo
▶ O FUTURO DA EDUCAÇÃO E DOS/AS ESTUDANTES, HOJE: PELO QUE LUTAMOS?
O governo Bolsonaro cita a crise econômica como motivo para os bloqueios na educação. Contudo, jamais um país saiu de uma crise sem investimento em educação e ciência, e a asfixia de universidades e IFs só faz piorar a situação! Os cortes já estão causando demissões de terceirizados/as, sinalizando a falência de ecossistemas econômicos de bairros e cidades universitários, e golpeando a trajetória acadêmica – milhares de bolsas prestes a serem implementadas já foram canceladas este ano! – de milhares de estudantes, em especial negros/as, indígenas, quilombolas e de baixa renda (classes D e E), estes/as últimos/as sendo 70,2% dos/as estudantes do ensino superior público no país.
Para além da pauta urgente dos bloqueios orçamentários, há que cuidar do projeto de educação em si. Recentemente a APG ajudou a construir o III Encontro Nacional de Educação (ENE), que ocorreu de 12 a 14 de abril em Brasília. No ENE diversos segmentos da classe trabalhadora se reúnem para discutir um projeto nacional de educação. Apesar das dificuldades, o ENE representa uma união de esforços para construir a educação do país através de pautas e demandas dos/das trabalhadores/as.
Dentre essas demandas, está sem dúvida a questão previdenciária, cara também a nós, pós-graduandos/as, que não possuímos direitos trabalhistas, e cuja dedicação à ciência costuma custar caro em termos de contribuição previdenciária. A reforma da previdência nos prejudica ao adiar nossa aposentadoria e, com a capitalização, ao deixá-la ao sabor de banqueiros e flutuações de mercado, fazendo com que contribuamos mais, recebendo menos. Ela, contudo, prejudica a classe trabalhadora por inteiro: aumentará o desemprego por aumentar a competição entre gerações, pode levar a descontos nos/as atualmente aposentados/as, e aumenta a curto prazo os gastos do governo.
Essa proposta surge a partir da pressão que o governo Bolsonaro vem sofrendo (de setores como o grande empresariado, os ruralistas e os monopólios de mídia) para responder à queda da taxa de lucro transferindo para os/as trabalhadores/as o ônus de uma crise pela qual estes não são responsáveis – ou seja, a agenda do ministro Paulo Guedes: alienação do patrimônio público, entrega dos recursos naturais e territórios estratégicos, deterioração de direitos sociais e políticos conquistados a duras penas. Assim, este governo tem se dedicado à destruição da política de valorização do salário mínimo, aos cortes na educação e na saúde, à liberação de agrotóxicos proibidos no resto do mundo (dentre eles, alguns cancerígenos), e à continuidade de políticas da era Temer, como o desmonte da Farmácia Popular e a venda da EMBRAER.
◉ Alguns efeitos dos cortes
╚ http://ciencianarua.net/de-novo-capes-agora-bloqueia-mais-de-4-mil-bolsas/
◉ Carta do III ENE
◉ Vídeo com nossa Aula Magna sobre a Reforma da Previdência na íntegra
╚ http://tinyurl.com/aulamagna2019apg
◉ Mais sobre a questão previdenciária
◉ Sobre a desvalorização do salário mínimo
◉ Especial de reportagens da Agência Pública sobre agrotóxicos no Brasil
╚ https://apublica.org/especial/por-tras-do-alimento/
◉ Problemas enfrentados pelo programa Farmácia Popular
Sobre a venda da EMBRAER:
▶ EM 14 DE JUNHO, PARAR O PAÍS!
Se entendemos que a nossa luta é por melhores condições para a educação e a ciência, bem como por um futuro digno para toda a classe trabalhadora, devemos entender de forma nítida o cenário para atuarmos de acordo.
Não podemos perder o rumo das lutas diante de sinais frágeis de melhora. No última sexta (07/06), decisão da 7ª Vara Federal Cível da Bahia determinou a suspensão dos cortes promovidos pelo governo Bolsonaro. Já nesta terça (11), o Congresso aprovou um crédito extra que permitiu ao governo cobrir gastos – o que incluiu cerca de R$ 1 bilhão para a Educação e de R$ 300 milhões para a ciência e tecnologia.
São pequenas boas notícias, mas estão muito longe de reverter o cenário. Bolsas já foram cortadas, o investimento anual em ciência e educação continua decrescente, o futuro da nossa aposentadoria ainda está em risco e 1 bilhão é menos de um quarto dos bloqueios já em vigor! O governo certamente entrará com um recurso contra a decisão da Justiça Federal, mas de qualquer maneira não podemos nos dar por satisfeitos com essa decisão – ela não garante os recursos para que ela possa ser cumprida: o governo, pelo contrário, continuará pressionando por sua reforma da previdência com uma chantagem (falaciosa) sobre os/as estudantes, ignorando qualquer medida alternativa para resolver essa questão.
Assim, é necessário mandar uma mensagem firme de que não suportaremos nenhum desses ataques: o governo deverá encontrar formas de gerenciar a riqueza brasileira sem nos massacrar. A melhor forma de mandar essa mensagem é o instrumento histórico de luta da classe trabalhadora: a GREVE GERAL!
Diversas categorias estão convocando o primeiro dia de movimentação rumo à construção de uma greve geral: esse dia é 14 de junho. É fundamental que estudantes de pós-graduação engrossem o caldo das manifestações e mostrem sua força ao dizer que não pagarão com suas vidas pelas “peripécias econômicas” dos poderosos.
◉ Sobre a decisão da Justiça Federal sobre os cortes
◉ Calendário de mobilização da APG-UFSC até o dia 14
╚ http://apg.ufsc.br/2019/06/06/calendario-de-mobilizacao-para-a-greve-geral-de-14-de-junho/
▶▶▶ Além desse email periódico, você pode também conferir nossos posicionamentos e anúncios no site da APG e em nossa página do Facebook. É lá também que você encontra as datas das nossas reuniões, que são abertas a todas/os pós-graduandas/os, se quiser se somar a alguma dessas ou outras lutas!
◉ Site da APG: http://apg.ufsc.br/
◉ Facebook da APG: https://facebook.com/apgufsc/