Nenhuma homenagem para um genocida de indígenas! Nota de solidariedade ao povo Laklãnõ-Xokleng, à Licenciatura Indígena e ao prof. Waldir Rampinelli

25/02/2021 17:39

Nas últimas semanas, o curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica da UFSC, o Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA) e o professor Waldir Rampinelli, do CFH/UFSC, se posicionaram contra a construção de uma praça em homenagem ao bugreiro genocida Natale Coral.

A medida foi proposta na cidade de Nova Veneza (SC), cuja fundação teve papel do bugreiro. Diversos trabalhos acadêmicos e históricos comprovam que ele teve um papel destacado na caça e morte de centenas de indígenas Laklãnõ-Xokleng por toda a região. Como outros supostos ícones de nossa história colonial, Natale Coral matava indígenas por dinheiro e os relatos históricos mostram que ele fez isso com requintes de crueldade, mesmo para os padrões da época.

Aquelas e aqueles dentro de nossa universidade que denunciam essa absurda homenagem e que divulgam a verdade histórica do horror colonial prestam um importante serviço à sociedade, parte íntegra da função social de nossa universidade com o saber, a história e os direitos humanos. No entanto, estão sofrendo ataques na mídia e ameaças em redes sociais por parte daqueles que querem cultuar uma imagem positiva de Natale Coral.

É responsabilidade da UFSC apoiar e subscrever integralmente os posicionamentos críticos que tem sido produzidos dentro de nossa comunidade universitária! Estátuas de genocidas precisam ser derrubadas, não erguidas!

Divulgamos abaixo o texto da Licenciatura Indígena e o vídeo gravado pelo prof. Waldir Rampinelli (CFH):

Nota de repúdio à homenagem feita a Natale Coral, assassino de indígenas (que “trazia a orelha dos índios na salmoura, só pro riso”)

Tags: genocídioNatale CoralNova Venezapovos indígenassolidariedadeXokleng

Impedir o retorno presencial das aulas é uma causa de toda a sociedade: nota de estudantes do Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica da UFSC

24/02/2021 17:21

Apoiamos e divulgamos abaixo o posicionamento estudantil do PPGECT UFSC, contrário ao retorno presencial das aulas no atual cenário da pandemia. Todo apoio às mobilizações e greves sanitárias na educação!

Para fevereiro ou março de 2021, está planejado o retorno das aulas presenciais na maior parte da educação básica pública e particular de Santa Catarina, assim como parte das universidades particulares. A decisão política por esse retorno, neste momento da pandemia, é um grave erro cuja consequência mais provável será um grande aumento nas transmissões de covid, lotação de nossos hospitais e mais mortes evitáveis.

O cenário é extremamente desfavorável. A média nacional de mortes bateu recorde em 14 de fevereiro, com mais de 1100 vidas perdidas diariamente. Na mesma semana, o prefeito de Chapecó, cidade referência para a saúde no Oeste catarinense, alegou que o sistema de saúde estava em colapso e pacientes estavam sendo enviados para outras regiões. No dia 16 de fevereiro, a vacinação ainda começou a ser suspensa em muitas cidades do país por falta de doses. No ritmo de vacinação aplicado em Santa Catarina até o momento, onde menos de 3% da população recebeu a primeira dose, a previsão para atingirmos imunização coletiva não se mede em meses, mas em anos.

Mesmo frente a esse cenário, o governo estadual decretou o retorno presencial com até 100% de ocupação das salas já para fevereiro. Na rede municipal de Florianópolis, o retorno presencial está agendado para março, mas já sabemos que as salas de aula não têm espaço para garantir o distanciamento social necessário, mesmo com uma ocupação de 50% das turmas. A Universidade da Região de Joinville (Univille), parte da rede ACAFE, anunciou o retorno presencial para março através de publicidade nos meios digitais, sem ter discutido ou mesmo informado seus estudantes dessa decisão.

Tanto entre as categorias de trabalhadoras da educação quanto nas famílias e comunidades dos espaços escolares, temos testemunhado diversos posicionamentos contrários às decisões das Prefeituras e Governo do Estado que permitem ou determinam esse risco de saúde pública. No entanto, até o momento, essas vozes não têm sido escutadas pelo poder público. É por essa razão que vimos recentes deliberações por greve ou estado de greve nos sindicatos de municipários em Florianópolis, São José, na rede estadual de Santa Catarina, entre outras localidades.

Nosso programa de pós-graduação tem entre seus estudantes dezenas de educadores vinculados às redes de ensino público e privado, básico e superior em Santa Catarina. Mas não é apenas em nome dessas e desses profissionais que nos posicionamos contra o retorno presencial das aulas. Consideramos que sua luta contra a transmissão da covid é uma causa de toda a sociedade. Essa luta beneficia professoras e professores, prevenidos da contaminação, mas também o conjunto de estudantes, suas famílias, as equipes de segurança, limpeza e cozinha das escolas; os motoristas de ônibus e vans; e por consequência a totalidade de nossa sociedade. Incluímos aqui, especialmente, a preocupação com as trabalhadoras e trabalhadores da saúde, que seguem enfrentando a pandemia mesmo sob condições injustas, causadas pelas políticas de precarização e desmonte da saúde pública que são hegemônicas em todas as esferas de governo atualmente.

Por isso, declaramos apoio às greves e mobilizações contrárias ao retorno presencial das aulas. Também nos posicionamos em defesa das medidas de distanciamento social, pela ampliação das testagens para a covid, pela compra urgente de mais vacinas e pela implementação de uma política ampla de distribuição de renda que permita a mais pessoas manter o isolamento social.

Coletivo Discente do Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica da Universidade Federal de Santa Catarina,
17 de fevereiro de 2021

Uma versão em PDF da nota pode ser acessada aqui.

Tags: covidgrevepandemiaPPGECTppgect ufscpresencialretornoretorno presencial

Reunião de planejamento APG-UFSC 2021

09/02/2021 14:02

Em um ano de massivos cortes de bolsas, desinvestimento das universidades públicas e distantes ainda da vacinação em massa contra a covid-19, os problemas para os estudantes são ainda maiores. Para os pós-graduandos, com um mercado de trabalho saturado de mão de obra qualificada e escassez de concursos, o futuro se apresenta frio e desolador. Diante disso, temos de fazer a necessária reflexão sobre o provável rumo que o Brasil tomará neste ano e, com base nela, bem como reunidos com todos os colegas pós-graduandos capazes de não se resignarem ou se absterem neste momento tão dramático, formularmos o que fazer.

É chegado o momento em que quaisquer eventuais saídas individuais já não se encontram entre nossas melhores e mais razoáveis escolhas, restando aos estudantes uma determinada vontade de compreensão do estado de coisas em que se encontra a universidade, o país e a sociedade como um todo. A partir daí, e apenas dessa forma, colocar em exercício uma resoluta vontade de articulação coletiva, refletidamente crítica e de classe, para finalmente subverter a ordem que hoje nos conduz à desoladora realidade brasileira – repleta de insegurança, miséria e desemprego.

Com isso em mente, convidamos e desejamos a presença de todos os colegas pós-graduandos na REUNIÃO DE PLANEJAMENTO da Associação de Pós-Graduandos da UFSC para o ano de 2021, marcada para a próxima sexta-feira (12/02), às 9h. O encontro será online e para participar basta solicitar o link via redes da APG ou e-mail <apgufsc@gmail.com>.

CONTAMOS COM SUA PRESENÇA!