Dia Internacional contra a Homofobia

17/05/2018 18:33

É Dia internacional contra a homofobia, lesbofobia e transfobia, e gostaria de propor uma reflexão bem simples, a partir de uma pergunta: O que te choca mais, um gay, uma lésbica, um travesti ou um (a) transexual, sendo espancado, morto e até expulso de suas casas pelos seus familiares, ou o fato da pessoa ser e viver como ela é e quer ser?

A sua reposta e o seu pensamento diz muito sobre quem você é e de como você encara as múltiplas maneiras de se perceber enquanto indivíduo dotado de direitos, liberdades e deveres.

Agora imagine se você não tivesse a liberdade de ser quem você é, de ser apedrejado por ser diferente, por amar outra pessoa do mesmo sexo, por não seguir regras e padrões estabelecidos por uma sociedade heteronormativa, machista, agressora, que se utiliza da violência verbal e física, levando a casos mais graves, como o assassinato de LGBTI+s.

Para além dessas formas visíveis de violências, a homofobia também provoca discriminações nos ambientes escolares, nos locais de trabalho (isso quando uma pessoa LGBTI+ está formalmente inserida no mercado de trabalho), nos espaços religiosos, em restaurantes, nos postos de saúde e hospitais, nos meios esportivos, nos diversos setores públicos e privados.

A homofobia, lesbofobia e a transfobia, provocam exclusões, marginalização, invisibilidade, tendo em vista que as políticas públicas, são em sua grande maioria ineficazes, precárias e em muitos momentos, inexistentes.

Além do mais, no Brasil a população LGBTI+ sofre a perseguição do setor político conservador e seus fiéis defensores, que insistem em pronunciar que a homossexualidade é uma doença, assim como a transexualidade, e se é doença, tem cura, fazendo tramitar em vários órgãos públicos projetos de leis, medidas provisórias que impulsionem a prática da cura, bem como que proíbem que temas como a diversidade sexual e de gênero sejam debatidos em sala de aula, reproduzindo nesses espaços, segregação, preconceitos e discriminações.

Nesse sentido, em vários países, incluindo o Brasil, não há o reconhecimento legal da população LGBTI+, o que aumenta a violação dos direitos humanos em amplos aspectos da sociedade, sem contar que o Brasil é o país que mais mata LGBTI+, ficando atrás de outros Estados Nacionais, em que ser homossexual é crime e passível de punição, e pena de morte.

Por fim, já existe no Congresso Nacional projetos de leis que buscam criminalizar a homofobia, porém tais projetos esbarram na falta de apoio dos deputados e senadores, ficando a cargo de uma minoria defender esses projetos. É preciso somar forças e lutar para que cada vez mais, a comunidade LGBTI+, tenham assegurados os seus direitos e que deixem de existir as rupturas familiares, bem como a exclusão social e econômica.

#PeloFimDaHomofobia

por Igor Luiz Rodrigues, antropólogo, membro da APG-UFSC