Nota da APG-UFRJ: Polícia Militar reprime ato da Associação de Pós-Graduandos da UFRJ (APG-UFRJ) dentro do campus da Universidade
Ontem, 29 de agosto, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro reprimiu um ato organizado pela APG-UFRJ, no próprio campus da instituição. Após assembleia para discussão sobre os cortes no orçamento da Educação e das bolsas do CNPq, os estudantes caminharam até a Av. Horácio Macedo, em frente à Faculdade de Letras, e fecharam um dos sentidos da via durante alguns minutos, entoando palavras de ordem e alertando a comunidade acadêmica sobre as ameaças à Universidade.
Os estudantes foram surpreendidos com a chegada de policiais militares ao local que agiram com a truculência que lhes é comum. Portando ostensivamente fuzil e armas curtas, os policiais sem qualquer identificação, chegaram a ameaçar os estudantes (graduandos e pós-graduandos) com armas não letais. Houve da parte dos estudantes a tentativa de negociar uma solução não violenta para o caso, propondo a continuidade do ato por cinco minutos, opção prontamente rejeitada pelos agentes. Nos momentos seguintes, ao menos cinco viaturas da PM e do Rio Mais Presente foram deslocadas até o local para por fim ao ato de cerca de 30 estudantes que reivindicavam pacificamente o direito de continuar seus estudos dentro da Universidade.
Cabe destacar que a via não foi completamente fechada em momento algum, bem como os estudantes já haviam liberado as faixas de maior fluxo no momento da chegada dos policiais. A opção tomada pelos agentes não foi de reorganizar o trânsito nas vias que não foram ocupadas, mas sim de cercear o direito constitucionalmente garantido à manifestação dos estudantes por meio de ameaças à integridade física, numa clara expressão do autoritarismo do braço armado do Estado.
É inconcebível que a PM possua carta branca para reprimir atividades pacíficas dentro da UFRJ, como a descrita. O cerceamento a liberdade de expressão e o debate crítico só foram subtraídos assim no tempo da ditadura militar. Se hoje eles proíbem os alunos de fazerem uma manifestação, amanhã podem invadir CA’s, o DCE e as entidades representativas dos professores e técnicos.
Demonstramos total repúdio às ações da PMRJ no campus e viemos a público cobrar da Reitoria e da Procuradoria explicações sobre as ações de policiais sem identificação dentro da UFRJ.
A APG UFSC se solidariza com as companheiras e companheiros da APG UFRJ pela violência sofrida e repudia a truculência policial para com o movimento estudantil! Resistiremos!