Frente ao comunicado da Pró Reitoria de Pós Graduação (PRPG) acerca do encerramento da modalidade de gestão experimental de recursos financeiros denominada Programa de Fomento a Pós Graduação (PROF), a qual vinha possibilitando uma série de melhorias aos programas de nossa universidade, e a compulsória adesão ao Programa de Apoio a Pós Graduação (PROAP), a Associação de Pós Graduandos (APG) vem a público manifestar-se.
Compreendemos a questão como um retrocesso, uma orientação que se mostra na contramão das atuais políticas para o desenvolvimento científico e tecnológico de nosso país, além de medida que tolhe a autonomia das universidades e prejudica seu planejamento institucional.
A nosso ver, no último triênio a melhora do desempenho de nossos programas na avaliação da CAPES, políticas internas de custeio, produções docentes e discentes, avanços na gestão administrativa e maior flexibilidade na gestão financeira, dentre outros, é boa parte atribuída ao PROF.
Com a mudança na modalidade de gestão do financiamento, enfrentamos, dentre outras dificuldades, um cenário de redução de recursos, o que prejudica as atuais políticas de incentivo a pós-graduação, bem como inviabiliza outras ações afirmativas. Nesse processo, os discentes, principalmente os bolsistas, serão bastante atingidos.
Uma vez que será necessária a redefinição de políticas de custeio, a APG entende que devem se estabelecer diretrizes mínimas e claras, a exemplo, a prioridade na destinação dos recursos da PRPG para programas com menor recurso de custeio, bem como prioridade no apoio ao discente, visto que os docentes possuem outras possibilidades de captação de custeio junto às agências de fomento e na própria universidade.
Entendemos, ainda, que as diretrizes devem ser estendidas aos programas de pós-graduação, quando da destinação dos recursos reservados a estes, respeitando-se as peculiaridades de cada área/programa, mas buscando uma atuação coletiva e solidária.
Não desejamos que esta nota seja entendida como desconsideração aos impactos globais que a mudança de financiamento acarreta, para além do que toca diretamente os discentes. Entretanto, como entidade representativa que constituímos, neste momento, preocupa-nos especialmente esta questão frente a condição e o papel do pós graduando para a solidez da pós graduação e produção do conhecimento em nossa universidade.
Jouhanna do Carmo Menegaz
Mestranda no Programa de Pós Graduação em Enfermagem
Presidente da Associação de Pós Graduandos da Universidade Federal de Santa Catarina