Resistências, gênero e feminismos contra as ditaduras no Cone Sul

30/08/2011 11:33

Lançamento do livro Resistências, gênero e feminismos contra as ditaduras no Cone Sul. Nesta quarta-feira, 31 de agosto, a partir de 18h, no hall do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH). As autoras são  Joana Maria Pedro e Cristina Scheibe Wolff  (professoras da UFSC) e Ana Maria Veiga (doutoranda). A obra é resultado de vários anos de pesquisa. No mesmo encontro será lançado o trabalho Coisa de mulher?, da doutoranda  Soraia Carolina de Mello.  A obra é resultado da dissertação de Soraia. Durante os lançamentos, o coral Gira Coro, da Biblioteca Livre do Campeche, fará uma apresentação.

Apresentação escrita pela professora Roselane Neckel, Departamento de História da UFSC, Diretora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC.

Nos mesmos anos em que ditaduras militares marcaram a paisagem política dos países do Cone Sul, movimentos de mulheres e feminismos se articulavam, muitas vezes como resistência a essas ditaduras, sempre na contra-corrente. Este livro, resultado de uma pesquisa coletiva realizada pelo Laboratório de Estudos de Gênero e História da Universidade Federal de Santa Catarina, apresenta vários aspectos dessa resistência e dos movimentos  sociais e culturais que se constituíram naquele momento, nesses vários países:

Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. Para isso utiliza uma perspectiva comparativa, que ao mesmo tempo procura diferenças e semelhanças entre os processos ocorridos nos vários países e também vê como determinados movimentos e teorias cruzam fronteiras e ocorrem numa mesma onda nos vários lugares enfocados na pesquisa. Os diversos artigos foram baseados em extensa pesquisa documental e na realização de entrevistas com pessoas dos vários países.

Os periódicos produzidos pelos vários movimentos feministas e de mulheres aparecem aqui como uma fonte privilegiada e são esquadrinhados nas suas escolhas e influências teóricas, nas suas discussões sobre a questão do trabalho doméstico, da dupla militância, da sexualidade, das mulheres operárias, das relações com a igreja. De outro ponto de vista, também são discutidas as maneiras pelas quais o gênero e o feminismo atingiram outros tipos de movimento como as denúncias sobre desaparecidos políticos, os movimentos pela anistia, organizações de luta armada, a produção teatral e movimentos de mulheres do campo. Moral e sexualidade também são problematizadas, em movimentos de esquerda e resistência, na sua relação com a Revolução Sexual e o feminismo.

Este leque de fontes e temas possuem um tripé: gênero, feminismos e ditaduras, olhados a partir da resistência a todas as formas de controle organizados pelos ditadores de plantão e pelos próprios companheiros/as no cotidiano.